Saúde



Aspartame e Metanol: uma lenda urbana?

 


 

Dentre os diversos e-mails que circulam todos os dias pela internet pregando conspirações governamentais e alimentos que estão contribuindo para destruir a saúde da população mundial, o aspartame surge como vilão da saúde. Utilizado como adoçante artificial em diversas formulações, desde refrigerantes até medicamentos, seu uso como aditivo alimentar está aprovado tanto pela FDA quanto pela ANVISA. No entanto, e-mails vinculando seu uso a milhares de casos de cegueira inexplicáveis, fibromialgia e câncer continuam a se propagar. Seria o aspartame mais um produto criado para adoecer a população ou apenas mais uma vítima de difamação?

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       O aspartame é uma molécula que é dividida em três componentes, o ácido aspártico, a fenilalanina e o metanol. Descoberto em 1965 e desde lá tem sido utilizado como substituinte do açúcar. Entre 1972 e 1992 foi percebido um aumento de ocorrência de tumor cerebral em ratos alimentados com aspartame, tornando este um candidato promissor para explicar o aumento desta incidência frente a um grupo controle. Pesquisas desde 1983 demonstraram a possibilidade de causar mudanças neuroquímicas em humanos, o que faz todo sentido já que o metanol liberado possui alta solubilidade em água e lipídios e é rapidamente absorvido, capaz de levar a acidez metabólica.O metanol é catalisado pela enzima álcool desidrogenase hepática e a quimiotripsina sendo gradualmente liberado no intestino delgado quando o grupamento metílico do aspartame entra em contato com a enzima quimotripsina.
   A absorção de metanol no organismo é acelerada quando metanol livre é ingerido. A formação de metanol livre pode ocorrer quando o aspartame é exposto a temperaturas acima de 30ºC. Isso é passível de ocorrer tanto quando o produto é utilizado em alimentos aquecidos como em casos de mau armazenamento.Uma vez dentro do organismo o metanol será transformado em ácido fórmico e formaldeído, substâncias que causam danos ao sistema nervoso ao serem metabolizadas. Outro problema é a capacidade do metanol de se acumular nos tecidos, possuindo baixa taxa de eliminação. 
   Segundo a legislação pelo menos para álcool anidro deve ter concentração máxima de 0,25mL de metanol e 0,35 para vinhos.
   Segundo a “Portaria Nº 29, de 13 de janeiro de 1998, os adoçantes dietéticos são produtos considerados Alimento para Fins Especiais, recomendados para dietas especiais, quer seja de emagrecimento ou de restrição de açúcar. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, na Resolução RDC nº 271, de 22 de setembro de 2005, define como adoçante de mesa o produto formulado para conferir sabor doce aos alimentos e bebidas, constituído de edulcorante(s) previsto(s) em Regulamento Técnico específico. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), adoçantes de mesa são produtos especificamente formulados para conferir sabor doce aos alimentos e bebidas, tendo a sacarose (açúcar de cana) como principal exemplo. Já os adoçantes dietéticos conferem doçura sem possuir sacarose na composição, uma vez que são elaborados para atender às necessidades de pessoas com restrição de carboidratos simples (diabéticos)”.
    O aspartame é o adoçante mais utilizado em refrigerantes e bebidas. Entre os efeitos adversos relacionados ao seu uso estão sintomas neurotóxicos como esclerose múltipla, lúpus sistêmico, carcinogenicidade, elevações dos níveis de insulina, e teratogenicicidade .
   Os sintomas relacionados á esclerose múltipla e a lúpus sistêmico tem sido relacionado à liberação do metanol no metabolismo do aspartame e sua interessante diminuição ou inexistência de sintomas ao se retirar a utilização de produtos com aspartames. Alguns pesquisadores apontam que o perigo do aspartame está no seu alto poder tóxico devido à liberação de metanol, já que é uma substância com potencial para intoxicação. Porém os níveis de metanol liberado pelo aspartame segundo a ANVISA são mínimos para causar danos suficientes para sua retirada do mercado, sendo o alerta maior para a produção de fenilalanina para portadores de fenicetonúria. Para possíveis efeitos nocivos por parte do metanol seria necessário consumo de 200-500 mg/kg de metanol, sendo que aproximadamente apenas do 10% do aspartame é transformado em metanol, ou seja, seria necessário ingerir pelo menos 2000mg/kg de aspartame para promover intoxicação.
    Concluindo, o adoçante ideal não existe, até a resolução nº18 de 24/03/2008 a Anvisa dispõe sobre “regulamento técnico que autoriza o uso de aditivos edulcorantes em alimentos com seus respectivos limites máximos” e o aspartame continua sendo utilizado.






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