A pergunta que quase todos fazem
Saúde

A pergunta que quase todos fazem


Após o diagnóstico, são poucos os que acham que não serão afetados pela doença e que a probabilidade de morrer dela é mínima. Quando o câncer "volta" após o que deveria ser um tratamento definitivo (cirurgia, radiação, implantes radioativos etc), algumas das mesmas perguntas são recolocadas. A mais frequente talvez seja "quanto tempo eu tenho de vida?". Em outro poster neste blog mostro dados que provam que a maioria não morre de câncer de próstata.

Em 1999, Pound e associados informaram que após a "volta" bioquímica, a mediana até a metástese era de oito anos - ou seja, em metade das pessoas ocorria em menos de oito anos e na outra metade em mais de oito anos. O problema é que, nessa população, há pessoas em que a metástese vem em meses, outras em que surge vários anos depois e ainda outras em que não surge nunca. Da metástese até a morte (por este câncer) a mediana se situava em mais cinco anos.

Porém, de lá para cá (em apenas sete anos), muita coisa mudou: a volta bioquímica não garante metástese e muito menos morte. O tempo que levou do tratamento até o PSA voltar (0,2, para uns, 0,4 para outros, três aumentos sucessivos para a ASCO e o pessoal da radiação) é uma variável importante: quanto mais tempo, melhor. Talvez a variável mais importante seja o PSADT, o tempo para a duplicação. Em 2004, Albertsen argumentava que um PSADT inferior a um ano pressagiava uma probabilidade ruim, mas no considerável prazo de dez anos! D'Amico e outros examinaram quase seis mil homens que fizeram cirurgia e dois mil e setecentos que fizeram radioterapia. Descobriram que um PSADT de três meses ou menos pressagiava morte para a metade dos pacientes (mediana) em seis anos; a outra metade ou morria depois ou não morria deste câncer.

Leia este poster no espírito dos posters anteriores: a cada passo, somente a minoria piora para o passo seguinte. A maioria é curada; entre os que vêem a volta bioquímica, a maioria não chega a ter metástese; entre os que têm metástese, muitos acabam morrendo de outra causa. Todos esses dados devem ser lidos no espírito de um progresso contínuo no tratamento. Cada vez é maior a percentagem que escapa. Como sabemos isso? A percentagem dos que foram diagnosticados na década de 70 e que morreram é mais alta do que a referente aos diagnosticados na década de 80, que por sua vez apresenta mortalidade mais elevada do que os que foram diagnosticados na década de 90 e, estou certo, será assim por diante. Tenha fé.

Diga-me, meu amigo: o que posso fazer para reduzir a sua dor e a sua angústia? Fale comigo: eu também fui ajudado quando precisava.



loading...

- A Cirurgia Fracassou. Quanto Tempo Até A Morte?
Tivemos, aqui no Rio de Janeiro, a Maratona Urológica 2009. Um dos trabalhos apresentados é de interesse para muitos de nós, inclusive meu, pessoalmente. A apresentação Treatment of a rising PSA after radical prostatectomy confirmou muitos dados...

- A Radioterapia Depois Da Cirurgia Aumenta A Sobrevivência De Pacientes De Câncer De Próstata
Pesquisadores da Johns Hopkins e da Duke Universities analisaram pacientes com cânceres que avançavam rapidamente depois da cirurgia (com o PSA dobrando cada seis meses ou menos). Uma pesquisa anterior com 501 pacientes revelou que metade dos que receberam...

- O "pulo" Do Psa Depois Da Radioterapia
News Frequemente, depois da radioterapia, o PSA aumenta. Esse aumento foi notado em 978 (20%) de 4839 pacientes. Dez anos depois do tratamento, 58% dos pacientes com o "pulo" no PSA não tinham evidência bioquímica de que a doença voltara (ou 42% tinham),...

- Urotoday - A "história Natural" Do Câncer De Próstata
UroToday - Natural History: " Qual a chance de morrer de câncer de próstata em dez anos? Não é pouco tempo... Se a agressividade do câncer for baixa (medida pelo Escore Gleason), menos de 10%. Muito bom, se comparado com, por exemplo, pâncreas....

- A Invasão De Nódulos Linfáticos
A invasão de nódulos linfáticos, mesmo se o paciente fôr submetido a prostatectomia radical e a radiação externa depois, é um fortíssimo previsor de que o câncer voltará, seja na forma inicial de recorrência bioquímica, seja na metástese....



Saúde








.