Gordura Trans - Nutella®
Saúde

Gordura Trans - Nutella®


A gordura trans é formada por ácidos graxos saturados na configuração trans. Esses ácidos graxos não são sintetizados no organismo e são resultantes de um processo chamado de hidrogenação.



A hidrogenação industrial transforma óleo vegetal líquido em gordura sólida a temperatura ambiente e esta é utilizada para melhorar a consistência dos alimentos e também aumentar a vida de prateleira de alguns produtos. Vale lembrar que gordura hidrogenada não é o mesmo que gordura trans. A gordura hidrogenada é o tipo específico de gordura trans produzido na indústria, enquanto o nome gordura trans vem da ligação química que a gordura apresenta.
O consumo excessivo de alimentos ricos em gordura trans pode causar aumento do colesterol total, aumento do LDL (colesterol ruim) e redução do HDL (colesterol bom). Além disso, não há informação disponível que mostre benefícios a saúde a partir do consumo de gordura trans.
A maior preocupação deve ser com os alimentos industrializados - como sorvetes, batatas-fritas, salgadinhos de pacote, pastelarias, bolos, biscoitos, entre outros; bem como as gorduras hidrogenadas e margarinas, e os alimentos preparados com estes ingredientes.
A Resolução – RDC nº 360, de 23/12/2003, da Anvisa, estabelece o Regulamento Técnico sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados e torna obrigatória a rotulagem nutricional. As empresas tiveram até 31/07/2006 para se adequarem à norma. O rótulo de produtos alimentícios deve trazer informações sobre a quantidade de gorduras trans, que são definidas como triglicerídeos que contêm ácidos graxos insaturados com uma ou mais duplas ligações trans, expressos como ácidos graxos livres. Os rótulos devem trazer a informação nutricional por porção, incluindo a medida caseira correspondente. Quando o conteúdo de gorduras trans for menor ou igual a 0,2 g, a informação nutricional por porção será expressa como “zero” ou “0” ou “não contém”.
O valor é declarado em gramas presentes por porção do alimento. A porcentagem do Valor Diário de ingestão (%VD) de gorduras trans não é declarada porque não existe requerimento para a ingestão destas gorduras, ou seja, não existe um valor que deva ser ingerido diariamente. A recomendação é que seja consumido o mínimo possível.



(*) A quantidade de gordura trans é declarada somente em gramas porque não há valor diário estabelecido. Assim, para saber se um alimento é rico em gordura trans basta olhar a quantidade por porção dessa substância. Não se deve consumir mais que 2 gramas de gordura trans por dia. É importante também verificar a lista de ingredientes do alimento. Através dela é possível identificar a adição de gorduras hidrogenadas durante o processo de fabricação do alimento. 
Leis com a finalidade de banir gorduras trans em alimentos foram passadas em diversos lugares do mundo. A Dinamarca foi o primeiro país a banir óleos parcialmente hidrogenados em 2003. A Suíça aprovou leis contra gorduras trans em 2008, e diversas cidades dos EUA passaram legislação semelhante. Estima-se que a diminuição no consumo de gorduras trans de 6g para 1g por dia ao longo de 20 anos diminua o número de mortes por cardiopatia isquêmica em 50%.
No Brasil, o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) estabeleceram em 2008 metas para reduzir o percentual de gorduras trans nos alimentos a um limite de 2% do total de gorduras até o final de 2010.
Nos EUA, decidiu-se em 2015 que a indústria alimentar terá de banir este ingrediente até 2018.
Produto escolhido: Nutella®


                 Uma porção de 20g de Nutella apresenta 0g de gordura trans, o que deixa o consumidor sem saber se realmente o produto possui 0g ou possui até 0,2g. Isso faz com que o consumidor ultrapasse o máximo recomendado de 2g por dia de gordura trans sem ter conhecimento disso.
                Além disso, a ordem da lista dos ingredientes do creme de avelã estão em ordem decrescente de maior porcentagem de quantidade por porção. Assim, a Nutella apresenta uma maior quantidade de açúcar e óleo vegetal de palma que avelãs. Como se o fato de um creme de avelã não possuir avelã como principal componente (e sim o açúcar) não fosse suficiente, o óleo vegetal de palma é o segundo principal componente da Nutella.
O uso do óleo vegetal de palma aumentou nos Estados Unidos após o governo tomar medidas para reduzir a quantidade de gordura trans em alimentos processados.
 Grupos de pesquisa de dois países mostraram que o óleo vegetal de palma eleva o nível de colesterol sanguíneo:
       Em 1997, um grupo inglês avaliou 147 consumidores e concluiu que o ácido plamítico, o ingrediente ativo no óleo vegetal de palma, aumentou o nível de colesterol total sanguíneo;
       Em 2003, um grupo alemão comparou 35 estudos clínicos e concluiu que o ácido palmítico aumenta a razão colesterol total:cholesterol bom, um conhecido risco de doença cardíaca.
        Estudo publicado em 1999 por três bioquímicos nigerianos mostrou que a maioria dos produtos industrializados usa o óleo vegetal de palma oxidado e que este é tóxico para o coração, rim, fígado e pulmão, além de aumentar os ácidos graxos livres e fosfolipídeos.

Assim, é possível concluir que a rotulagem dos produtos comercializados “esconde” a gordura trans, visto que podemos estar ingerindo esse componente mesmo quando o rótulo indica “0g”. Dessa forma, o consumidor nunca sabe quanto realmente está ingerindo desse tipo de gordura, o que pode gerar riscos a sua saúde. Além disso, a substituição da gordura trans por outros components como o óleo de palma não indica que o alimento é mais saudável, visto que o óleo de palma faz mal a saúde causando efeitos similares aos da gordura trans. 

Referências:

•     ANVISA <http://www.anvisa.gov.br/alimentos/gordura_trans.pdf>. Acesso em: 02/02/2016
•  MOZAFFARIAN, Dariush et al. Trans Fatty Acids and Cardiovascular Disease. New England Journal Of Medicine, [s.l.], v. 354, n. 15, p.1601-1613, 13 abr. 2006. New England Journal of Medicine (NEJM/MMS). DOI: 10.1056/nejmra054035.
      Seven Countries Study <http://sevencountriesstudy.com/about-the-study/countries/countries-usa>. Acesso em: 02/02/2016
       Ferrero <http://www.ferrero.com.br/nutella>. Acesso em: 03/02/2016
    <http://preventdisease.com/news/13/061213_Love-Nutella-Heres-Why-You-Should-Never-Eat-It-And-A-Healthier-Alternative-Recipe.shtml>. Acesso em: 03/02/2016.



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