Em Junho de 2006 uma equipe da
University of California, em San Francisco, concluiu que era possível "esticar" a vida de pacientes com cânceres muito avançados, que não respondiam mais a terapia hormonal ou a qualquer tratamento. Um grupo recebeu Provenge e outro grupo recebeu um placebo. Claro que todos participaram com pleno consentimento. Na média, os que tomaram Provenge viveram quatro meses e meio
a mais do que o grupo controle (placebo); em outra medida, a percentagem dos que estavam vivos três anos mais tarde era três vezes mais alta entre os que tomaram Provenge.
Fonte: resumo publicado no 1º de Julho de 2006 do
Journal of Clinical Oncology. Provenge parece ter duas conseqüências:
- protelar, dar uma parada, no crescimento e expansão do câncer e
- garantir mais um tempo de vida aos pacientes, no caso, na média, quatro meses e meio.
Até agora Provenge foi testado em pacientes
não sintomáticos, com cânceres avançados, que não respondiam mais ao tratamento hormonal. Uma das vantagens do produto é que seus efeitos colaterais são moderados, como febre e calafrios.
Provenge é uma imunoterapia. Estimula uma resposta das células T a um antígeno chamado "
prostatic acid phosphatase", encontrável em 95% das células cancerosas, mas não em células normais.
127 pacientes participaram; nenhum tinha sintomas (dores etc.) e em 115 a doença estava avançando. Receberam três transfusões de Provenge (ou um placebo), separadas por duas semanas. Todos foram acompanhados durante três anos.
Esse grupo que não responde mais ao tratamento hormonal usualmente fez um tratamento básico antes - prostatectomia, radioterapia, braquiterapia etc.
Quando a terapia hormonal falha, o único recurso é a químioterapia, usualmente Taxotere.
A sobrevivência mediana do grupo que tomou Provenge foi de 25,9 meses, em comparação com 21,4 dos que tomaram um placebo. Isso significa que, no grupo tratado, metade dos pacientes morreu antes dos 25,9 meses e metade continuava viva. Três anos depois do experimento, 34 porcento (um em cada três) dos pacientes continuavam vivos, mas apenas 11% no grupo placebo estavam vivos.
Normalmente, haverá novos testes tentando melhorar os resultados. É comum descobrir que a combinação entre um remédio e outro ingrediente facilitador tem um efeito sinergístico e melhoram os resultados. Um deles já está em andamento, usando Bevacizumab (Avastin).
Há possibilidade de aperfeiçoar o medicamento, aumentando o seu efeito e as doses precisam ser reguladas. Haverá a eterna questão sobre quando usar a vacina - cedo, ou com cânceres muito avançados. Até agora, Provenge aumentou a esperança de vida em quatro meses e meio. Creio realista esperar que esse ganho seja aumentado, talvez por vários meses em aperfeiçoamentos futuros. Não se trata, porém, de uma "cura".
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