Os estrogénios nos homens e o risco cardiovascular
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Os estrogénios nos homens e o risco cardiovascular



A obesidade nos homens é muitas vezes caracterizada por uma alteração na relação testosterona/estradiol. A enzima aromatase é responsável pela conversão da testosterona em estradiol, estando mais activa em indivíduos obesos. Na verdade, o tecido adiposo tem uma actividade bastante elevada desta enzima. Para além das consequências imediatas a nível de fertilidade, esta alteração nos padrões hormonais naturais dos homens pode ter implicações a nível de outros sistemas, nomeadamente a função cardíaca.


Um estudo agora apresentado por uma equipa Belga no Congresso Europeu de Endocrinologia mostra que a diminuição do rácio testosterona/estradiol pode ser responsável pela deterioração da função cardíaca. Os investigadores recrutaram 20 homens entre os 20 e os 40 anos, metade dos quais recebeu um inibidor de aromatase, no sentido de reduzir a conversão de testosterona e estradiol, e a outra metade um patch de estrogénios. Foi avaliada a função cardíaca por ultrasonografia para medir a deformação do coração entre o estado relaxado e contraído. Os resultados mostram que os homens que receberam um patch de estrogénios, mimetizando os níveis encontrados em obesos, revelaram alterações negativas da função cardíaca. O grupo de contraste, com o inibidor de aromatase, não evidenciou qualquer alteração.

Concluindo, parece que o excesso de estrogénios relativamente à testosterona que muitas vezes se verifica em homens obesos pode ter um impacto negativo a nível cardiovascular. Não só a obesidade mas também o envelhecimento é marcado por alterações do mesmo género, em particular nas sociedades modernas com os hábitos que lhes reconhecemos. Isto para não falar dos disruptores endócrinos e contaminação via alimentar... A terapia de reposição hormonal não é prática no nosso país, mas resultados como este sugerem que de facto poderia contribuir para uma melhoria da qualidade de vida destes homens.

Mas existem também estratégias alimentares que favorecem o perfil hormonal. As brássicas (brócolos, couves, espargos, etc) são fontes de índole-3-carbinol, um composto que estimula a eliminação de estrogénios no fígado. Com um estímulo concomitante da fase II de desentoxicação hepática, também conseguido através de substâncias presentes em alimentos, seria possível melhorar o rácio das hormonas sexuais e as consequências que daí advêm.






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