Polivitamínicos e seu uso indiscriminado
Saúde

Polivitamínicos e seu uso indiscriminado


Os suplementos alimentares, incluindo os multivitamínicos, são úteis para indivíduos que estão incapazes ou sem vontade de consumir uma dieta adequada. Os médicos comumente recomendam esse tipo de vitamina para pessoas que estejam com alguma deficiência alimentar para recuperar seus níveis basais e depois seguirem uma alimentação comum. Porém, a pressa no cotidiano e a falta de tempo para uma alimentação adequada fez com que esses multivitamínicos se espalhassem pelas prateleiras de farmácias e drogarias e pelas propagandas nas televisões como a forma de "solucionar" os problemas causados por uma má alimentação. Porém será que esses comprimidos realmente melhoram a saúde e podem ser utilizados livremente em detrimento de uma alimentação?

Os polivitamínicos são pílulas, líquidos ou pós que concentram vitaminas e minerais essenciais na dose adequada para o uso diário. Tudo aquilo que não obtemos na alimentação pode ser compensado facilmente por esse tipo de suplemento, que ajuda a manter os níveis nutricionais nos padrões.
Se no corpo estiver faltando apenas algum nutriente essencial, sintomas de deficiências podem aparecer. Os sintomas podem variar muito, mas entre eles estão: fraqueza muscular, deterioração de tecidos de conectividade e supressão da função imunológica.
Diversos estudos demonstram que devido ao fato de pessoas ativas, como esportistas e praticantes de atividades físicas, gastarem esses nutrientes mais rapidamente, é comum que eles precisem de mais vitaminas e minerais “multivitaminicos” do que outras pessoas menos ativas.

Benefícios dos Polivitamínicos
O consumo deste suplemento traz diversos benefícios, tais como: Bom funcionamento do sistema imunológico, neurológico e nervoso; produz hormônios e energia; auxilia na formação e saúde do sangue; auxilia na saúde do coração; tem efeito antioxidante e combate o envelhecimento precoce; ajuda na formação de pele, unhas e cabelo.

Malefícios dos polivitamínicos
Os suplementos alimentares, incluindo os multivitamínicos, são úteis para indivíduos que estão incapazes ou sem vontade de consumir uma dieta adequada. Os médicos comumente recomendam esse tipo de vitamina para pessoas que estejam com alguma deficiência alimentar para recuperar seus níveis basais e depois seguirem uma alimentação comum. Porém, a pressa no cotidiano e a falta de tempo para uma alimentação adequada fez com que esses multivitamínicos se espalhassem pelas prateleiras de farmácias e drogarias e pelas propagandas nas televisões como a forma de "solucionar" os problemas causados por uma má alimentação. Porém será que esses comprimidos realmente melhoram a saúde e podem ser utilizados livremente em detrimento de uma alimentação?
Muitos indivíduos não sabem que a suplementação na dieta de adultos bem nutridos pode trazer nenhum benefício ou até mesmo pode ser prejudicial pelo acúmulo dessas substâncias.

Fundamentos Bromatológicos
Segundo a Portaria 32/98 do Ministério da Saúde, suplementos vitamínicos são “alimentos que servem para complementar com vitaminas e minerais a dieta diária de uma população saudável, em casos onde sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente ou quando a dieta requer suplementação”.
- Composição: mínimo de 25% e no máximo até 100% da IDR (ingestão diária recomendada) de vitaminas e ou minerais, na porção diária indicada pelo fabricante.
- Não podem substituir os alimentos, nem serem considerados como dieta exclusiva.
- Não incluem produtos indicados para prevenir, aliviar, tratar uma enfermidade ou alteração do estado fisiológico (Portaria SVS/MS n. 32/98 e Resolução ANVISA RDC n. 269/05)
Porém, segundo a RDC 24/11 e a Portaria 40/98 medicamentos à base de vitaminas e/ou minerais são aqueles cujos esquemas posológicos diários situam-se acima de 100% da IDR (pelo menos um dos componentes acima da IDR. São produtos com finalidade profilática, curativa ou paliativa.
De acordo com a composição presente no CENTRUM Homem (Figura abaixo), o qual possui entre 25% e 100% da IDR, podemos dizer que o produto se enquadra como um alimento e não como um medicamento a base de vitaminas e minerais, que possuem valores acima de 100% do IDR. Além disso, por não possuir carboidratos na composição, pode ser utilizado para dietas para redução de peso.

Homens e mulheres possuem necessidades nutricionais específicas, de acordo com o funcionamento do organismo. Com isso, a formulação acima tem como intuito atender as necessidades nutricionais dos homens (figura 2).
O produto contém todas as vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B5, B6, B12) que auxiliam na transformação dos alimentos em energia. Cujas funções no organismo são:
B1 (Tiamina): atua no funcionamento do sistema nervoso e músculos, desenvolvimento corporal, estimula o apetite;
 B2 (Riboflavina): atua no metabolismo de enzimas e células nervosas, equilíbrio da pele e saúde dos olhos;
 B3 (Niacina): atua no funcionamento do sistema digestório, equilíbrio do sistema nervoso e da pele;
B5 (Ácido Pantotênico): atua na formação de anticorpos, metabolismo de proteínas, produção de hormônios suprarrenais, atua contra o estresse;
B6 (Piridoxina): atua na produção de células sanguíneas, no processo de gliconeogênese, participa da síntese de purinas, participa da formação da pele, metabolismo de carboidratos e proteínas;
B9 (Ácido Fólico): atua no tratamento de alguns tipos de anemias, saúde dos espermatozoides, saúde do feto durante a gravidez, controle da pressão sanguínea;
B12 (Cobalamina): atua no metabolismo de proteínas, combate a anemia.

Porém, existem riscos de se consumir em excesso vitaminas, como por exemplo:
Vitamina A: pele seca e puriginosa, descamação da pele, dermatite eritematosa, alteração no cresimento dos cabelos, fissura nos lábios, dor e hipersensibilidade nos ossos, hiperostose, cefaléia, papiledema, anorexia, edema, fadiga, irritabilidade e hemorragia, pode também ocorrer hepatoesplenomegalia, hipertrofia das células que armazenam gordura, fibrose e hipertensão portal e ascite, no fígado, além de hipercalcemia, elevações dos triglicerídios plasmáticos e redução do colesterol e lipoproteínas de alta densidade. Além disso, pode levar a uma coloração alaranjada da pele.
Vitamina B1 (Tiamina): vasodilatação periférica, queda na frequência respiratória, convulsões, podendo levar à óbito por paralisia do centro respiratório.
Vitamina B12: reações alérgicas e alterações esplênicas.
Niacina- coceira, ondas de calor, hepatotoxicidade, distúrbios digestivos e ativação de úlceras pépticas.

Segundo cientistas, “tomar multivitamínicos e as vitaminas B6 e ácido fólico (ou B9), ferro, magnésio, zinco e cobre implica em uma elevação do risco de morte”. Nas análises os pesquisadores viram que a suplementação com multivitamínicos e ferro foi a que mais fez subir os percentuais associados ao risco de morrer. A explicação para os resultados é que a maioria desses compostos se torna nociva em quantidades elevadas. Isso aumenta as chances de reações que facilitam o desenvolvimento de doenças como câncer e problemas cardiovasculares. Os autores supõem que vitaminas e minerais produzam efeitos similares nas taxas de risco de mortalidade entre os homens, mas isso ainda não foi pesquisado.

Conclusão:
Na prática, é um tema que envolve pontos de vista opostos entre correntes da medicina, interesses da indústria farmacêutica e a atração exercida pelos poderes protetores da saúde, atribuídos a essas substâncias e enaltecidos pela publicidade. Portanto, o uso indiscriminado desses suplementos deve ser reconsiderado, dando maior atenção aos alimentos, que de fato nos fornecem os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo, necessitando apenas de uma reconsideração nos casos que atendem às necessidades médicas

Alunas: Raiza Kelem de Araújo Moura - 110130214
             Thatyane Veloso de P. A. de Almeida - 110130010

Referências Bibliográficas:
ANVISA. Consulta Pública nº 80, de 13 de dezembro de 2004. “REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE A INGESTÃO DIÁRIA RECOMENDADA (IDR) DE PROTEÍNA, VITAMINAS E MINERAIS.” Brasília – DF.
Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 32, DE 13 DE JANEIRO DE 1998. “REGULAMENTO TÉCNICO PARA FIXAÇÃO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE SUPLEMENTOS VITAMÍNICOS E OU DE MINERAIS”. Brasília – DF.
ANVISA. Workshop sobre Estratégia de Fortificação Caseira no Brasil: Multivitamínios Minerais e Regulamentação no Brasil. Brasília – DF.
TARANTINO, M. Vitaminas sob suspeita. Istoé: Medicina & Bem estar. Ed. 2188, out, 2011.



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