A mortalidade por câncer da próstata varia muito entre os países. Para começar, a taxa de incidência da doença varia mais do que uma ordem de grandeza. Os Estados Unidos, referência da medicina curativa mundial, não está bem nesse quesito, apresentando uma taxa muito mais elevada do que países como o Japão. Um em cada seis americanos será diagnosticado com esse câncer em sua vida. A American Cancer Society calcula que, em 2013, cerca de 238.590 novos casos serão diagnosticados e que haverá quase trinta mil mortos (29.720) por esse câncer, ou 12,5% em relação aos novos casos, aproximadamente um em cada oito. A relação entre novos diagnósticos e falecimentos varia entre nações e, dentro de cada nação, varia no tempo. Desde o advento do PSA houve um crescimento dos diagnósticos, sobretudo de casos menos avançados, que escapavam à detecção usando os métodos anteriores. Por isso, cresceu a relação entre sobreviventes e diagnosticados. Há mais sobreviventes porque a generalização do PSA revelou mais casos menos agressivos que antes não eram revelados.
Além disso, o tratamento melhorou. Pacientes com canceres semelhantes hoje vivem mais.
A influência do país é visível em dados comparativos. Ally Jamah escrevendo sobre o Quênia nos informa que anualmente cerca de mil casos são diagnosticados e nada menos de que 850 mortes são informadas. Ou seja, a prevenção falhou; os tratamentos que atacam o câncer numa fase inicial não chegaram a ser usados. Muitos canceres só são diagnosticados quando já são sintomáticos. Não obstante, não há conscientização. Portadores de fatores de risco (negros, idosos, fumantes, com caso(s) desse câncer na família) não se submetem a testes e não buscam conselho médico.
Há um gigantesco trabalho de informação e conscientização a ser feito no Quênia.
No Brasil também.
GLÁUCIO SOARES IESP/UERJ