Saúde
Adoçantes fazem mal à saúde?
No início, apareceu a Sacarina, logo depois, os derivados os Ciclamatos. Foram tempos revoltos para os adoçantes, na época derivados do petróleo, quando foram acusados de aumentar a incidência de câncer na bexiga.
Até hoje os Ciclamatos são proibidos em alguns países.
Surge o Aspartame e com ele a polêmica
Os laboratórios evoluíram e surgiu então o Aspartame. Adoçando, 200 vezes mais que o açúcar branco, a princípio parecia um achado da ciência.
Entretanto, a combinação química com o álcool metílico / metanol, altamente tóxico, presente no produto, suscitaram várias interpretações.
O certo é que as quantidade de metanol e as dosagens utilizadas são realmente muito pequenas, considerando-se então que não há o risco de intoxicação.
Entretanto, muitos questionam sobre o efeito cumulativo a médio e longo prazo. O metanol é uma toxina potente e pode causar cegueira quando consumido em excesso.
O Aspartame é considerado por alguns como uma neurotoxina (mata neurônios) além de provocar câncer (carcinogênico).
O impacto na comunidade médico científica foi maior depois que a Fundação Européia de Oncologia e Ciências do Meio Ambiente B. Ramazzini, localizada em Bolonha, Itália, anunciou os resultados de um estudo que "mostram pela primeira vez que o aspartame é um agente cancerígeno".[1]
"O estudo gera novas dúvidas sobre os vínculos em potencial entre a exposição ao aspartamo e o câncer, embora confirme a ausência de ligação entre o aspartamo e tumores cerebrais", destacou a Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Alimentos (AFSSA).
A Autoridade Européia de Segurança Alimentar, divulgou em maio de 2006 um parecer sobre o estudo realizado pela fundação italiana, considerando que os resultados não eram totalmente conclusivos, suscitando a dicotomia de fato ou mito, que envolve o Aspartame.
Ninguém se entende
A confusão parecer ser tamanha que a ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, autoriza o uso do Aspartame em gestantes, fato que causa muita revolta em alguns médicos. Considerados inofensivos aos adultos, as gestantes jamais devem fazer uso do aspartame, porque os seus efeitos sobre o feto ainda são incertos!
Segundo o FAQ da ANVISA, o questionamento “o aspartame pode ser consumido por grávidas e crianças?” é respondido com um sonoro “Sim”.
Segundo a Agência, “o metabolismo do aspartame já foi estudado nestes grupos da população, não havendo até o presente evidências científicas de que gestantes e crianças metabolizem o aspartame diferentemente de um adulto normal.”
Esse posicionamento parece levar em consideração somente a saúde da gestante, e não a do feto.
O próprio site da ANVISA entra em contradição ao não recomendar o uso de Aspartame para os portadores de uma deficiência rara, chamada fenilcetonúria.
Essa enfermidade, que exige uma dieta rigorosa, é detectada através do teste do pezinho, após o nascimento do bebê. Então, a questão é: como saber se aquele bebê que está em gestação não será um portador dessa doença?
Os próprios fabricantes contrariam a ANVISA, desaconselhando na própria embalagem o uso do produto por gestantes.
Tanto é que a legislação brasileira obriga que os alimentos que contém aspartame tragam no rótulo a seguinte advertência em destaque e negrito: CONTÉM FENILALANINA
Fique de olho no sódio dos adoçantes
Além de toda essa polêmica que envolve o Aspartame, os adoçantes em geral apresentam uma quantidade considerável de sódio em sua composição.
Os portadores de problemas renais e cardíacos, principalmente pressão alta, precisam ficar atento à quantidade de sódio dos adoçantes.
Uso com moderação
É importante também, ficar de olho no rótulo dos produtos. Na própria embalagem vem descrito o limite diário de consumo máximo do produto.
Esse limite deve ser obedecido para evitar que o acúmulo dos resíduos tóxicos do produto possam causar danos ao organismo.
Veja o quadro de Quantidade máxima diária de consumo de adoçantes
Edulcorante - Quantidade máxima por dia
Sacarina - 5,0 mg / kg de peso
Ciclamato - 7,0 mg / kg de peso
Aspartame - 40,0 mg / kg de peso
Steviosídeo - 5,5 mg / kg de peso
Acesulfame K - 15,0 mg / kg de peso
Sucralose - 5,0 mg / kg de peso
Xilitol, Manitol, Sorbitol - 15,0 mg / kg de peso
INMETRO detecta problemas em adoçantes
Não bastasse toda essa confusão em torno do tema, o INMETRO realizou testes de laboratórios com adoçantes comercializados nas prateleiras do comércio brasileiro.
Segundo o estudo divulgado pelo INMETRO [2], “a tendência de não conformidade dos adoçantes ficou bastante evidenciada com relação à rotulagem, o que impacta na quantidade de informações que o consumidor deve ter sobre cada produto”.
Os números são surpreendentes: das 21 marcas analisadas, 33% das marcas de adoçante de mesa em pó, 50% de adoçante dietético em pó e 33% dos adoçantes dietéticos líquidos, foram consideradas “Não Conformes”.
Além disso, algumas marcas estavam com o registro no Ministério da Saúde vencido, ou seja, nem deveriam estar nas prateleiras.
Risco para os consumidores
Ainda segundo o Instituto, uma das marcas de adoçantes apresentou indevidamente glucose em sua composição, “o que é inadmissível por se tratar de adoçante dietético, recomendado para pessoas com restrição de açúcar”, afirma o estudo.
Outra marca de adoçante dietético líquido, indicou a presença de 0,9 mg/kg de cromo, nove vezes maior que o limite máximo de tolerância (LMT), estipulado na legislação brasileira.
“A ingestão excessiva de cromo pode ocasionar intoxicação no consumidor”, reforça o estudo.
Usar ou não usar
Depois de toda essa polêmica, uma coisa parece ser definitiva: ainda há muito o que se pesquisar sobre o tema, até chegarmos a uma posição definitiva.
Uma coisa é certa: gestante, procure orientação junto ao seu médico antes de consumir qualquer produto com adoçante.
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