Alergia a analgésicos e anti-inflamatórios
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Alergia a analgésicos e anti-inflamatórios



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Você sempre usou aquele analgésico e nunca teve nada.
Um belo dia toma e... incha tudo! 


É sempre uma surpresa, pois a alergia não surge da primeira vez e sim quando já se tomou aquele remédio por várias vezes.


Quer entender o que se passou?
É um pouquinho complicado, mas vamos lá:



Analgésicos servem para aliviar a dor, mas a maioria também tem ação antitérmica e anti-inflamatória. A aspirina (ácido acetil salicílico ou AAS) foi o primeiro analgésico, inventado em 1800. A partir dela, foram sintetizadas outras substâncias como dipirona e os chamados anti-inflamatórios (diclofenaco, ibuprofeno, etc.). Portanto, todos derivam de uma mesma linha de família, sendo “parentes” e com ações semelhantes.

Para que se entenda porque os analgésicos provocam reações alérgicas, é preciso entender como agem: para combater a dor e a febre, estes medicamentos atuam inibindo uma enzima chamada COX 1 e impedindo a ação das substâncias provocadoras de dor, chamadas prostaglandinas.

O problema é que, ao bloquear estas substancias, alteram o equilíbrio do organismo e indiretamente promovem um aumento de outras, chamadas de leucotrienos. Normalmente, este desequilíbrio passa despercebido, a dor se resolve e nada acontece. Mas, algumas pessoas sensíveis podem apresentar uma reação indesejada, surgindo o que se chama de reação alérgica.

Na realidade, embora os sintomas sejam semelhantes aos da alergia, o mecanismo é farmacológico, ou seja, resulta da ação direta do remédio nas células do organismo, sem participação do anticorpo ou das células de alergia.


Concluindo:


 - Uma pessoa sensível a um tipo de analgésico, será também a todos os outros que tiverem a mesma ação, mesmo que tenham um nome ou fórmula diferente.
- Não é possível fazer testes com analgésicos e anti-inflamatórios já que não há participação do anticorpo de alergia nem de células imunológicas.

- A reação se repetirá se for novamente ingerido o remédio causador. 

- O organismo tende a aceitar um medicamento que atue diferente, como por exemplo, paracetamol (Tylenol). Mas, algumas pessoas podem ter reação também ao paracetamol.

Por isso, é essencial a orientação de um alergista.


E como conviver com esta alergia? 

O primeiro passo é conhecer quais são os remédios que poderão trazer problemas e evitá-los. Além disso, o seu alergista orientará medicações alternativas e seguras para evitar novas reações no futuro.

Principais analgésicos:
Aspirina ou Ácido acetilsalicílico (AAS): usado para baixar febre e combater a dor. É encontrado em um sem número de analgésicos (Aspirina, Melhoral, Cibalena), antigripais (Superhist, Sinutab) e em remédios para digestão (Engov, Sonrisal, Alka Seltzer). É usado também por cardiologistas para prevenção de doença coronariana.
 

Dipirona ou Pirazolona: é o analgésico mais vendido no Brasil, sendo os nomes comerciais mais conhecidos: Novalgina, Neosaldina, Magnopirol. É também muito utilizado em antigripais (Benegripe, Killgrip, Doril, Coristina,), em remédios para cólica (Baralgin, Buscopan composto) anti-inflamatórios e relaxantes musculares (Dorflex)
Principais antinflamatórios: Diclofenaco ( Cataflan, Biofenac, Algi-tanderil), Fenilbutazona ( Mioflex), Ibuprofeno (Advil, Dalsy) Piroxican (Feldene, Inflamene, Piroxene),Cetoprofeno (Profenid)
 

Confira os nomes de analgésicos, antitérmicos e antinflamatórios comercializados no Brasil em: 

 lista com nomes dos remédios
 

Principais reações adversas:

1. Reação leve ou sintomas iniciais: senasação de mal estar, coceira, erupção na pele. Podem surgir também náuseas e vômitos.
2. Reações na pele:
- Urticária
- Angioedema
- Edema na glote
- Fotossensibilização
- Eritema Multiforme minor
3. Reações respiratórias
- Asma
- Rinossinusite
- Pólipos nasais
4. Reações graves
- Sindrome de Stevens Johnson
- Sindrome de Lyell
- Choque anafilático

 
A lista acima deixa claro que as reações causadas pelos analgésicos, antitérmicos e antinflamatórios são muito variadas, desde coceiras e sintomas leves, passaando por inchaços e podendo chegar a situações que ameaçam a vida de uma pessoa.

Mas, mesmo assim, no Brasil estes remédios têm venda livre, sendo oferecidos em inocentes embalagens nos balcões das farmácias e são líderes de venda. Artistas
conhecidos em suas faces sorridentes anunciam na televisão as suas
propriedades de “sumir” com a dor e a febre, estimulando a automedicação.

E, por trás disso tudo, ninguém lembra que estes remédios também são recordistas em efeitos colaterais e como causas de sensibilidade.


Dicas finais:

- Evite a automedicação.

- Não repita o uso da medicação para "fazer um teste": é perigoso pois poderá vir de forma mais grave.

- Se você já teve uma reação, leia cuidadosamente a bula antes de tomar qualquer remédio. Na dúvida, fale antes com seu alergista.

- Procure um Pronto Socorro se logo após tomar um medicamento ocorrer inchaço de olhos, lábios ou se surgir coceira, erupções na pele, falta de ar, tosse, chiados no peito, garganta irritada e/ou sensação de asfixia.

- Se você tem reação a medicamentos, leve consigo um alerta na carteira ou uma plaqueta. Sempre que for a uma consulta, alertar o médico de sua alergia.

- O fato de ter sensibilidade a analgésicos e anti-inflamatórios não significa que o será também a outros remédios (por exemplo, antibióticos) ou mesmo aos anestésicos

Existem remédios alternativos e seguros, mas esta indicação só pode ser
feito após uma análise cuidadosa dos dados clínicos de cada pessoa. Até
mesmo o paracetamol pode dar reação em pessoas mais sensíveis.

O médico alergista é o profissional mais indicado para orientar seu tratamento e para indicar a medicação adequada para o seu caso.






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