Saúde
Asma ou bronquite alérgica - esclarecendo mitos
A asma, conhecida popularmente como bronquite alérgica ou simplesmente bronquite, é uma doença que pode ser definida como inflamação, estreitamento e uma resposta exagerada das vias aéreas a uma variedade de estímulos. Estima-se que cerca de 20% da população brasileira seja portadora de asma, por isto ela representa um importante problema de saúde pública. A prevalência da asma aumentou nas últimas décadas, assim como o número de hospitalizações e de mortes, sendo necessário que seja implantado um programa efetivo de tratamento nos hospitais públicos de todo país com disponibilização dos medicamentos preventivos. Diagnóstico O diagnóstico se baseia na história clínica do paciente. O alergista analisará a história familiar e pessoal de alergia; o início, a intensidade e a frequência das crises; se já houve internação nos serviços de emergência ou CTI. Além disso, pesquisará os fatores causadores de crises, tipo de tratamento já feito, se usa remédios de prevenção ou apenas aliviadores e como é a sua casa. É importante que o asmático (ou o seu cuidador) aprenda a reconhecer suas crises, quando estão iniciando e assim busque o tratamento, evitando a piora.
O paciente pode saber que está diante de uma crise de asma quando apresenta os seguintes sintomas: - falta de ar, - chiado, - tosse, - sensação de aperto no peito. Mas, atenção: em algumas pessoas, o único sintoma da asma pode ser a tosse, em especial ao rir, falar muito, aos esforços ou à noite. Além disso, deve aprender a reconhecer os sinais de gravidade e procurar imediatamente um serviço de emergência. A presença dos seguintes sintomas: - respiração rápida e difícil, - coloração arroxeada dos lábios e unhas, - alteração do nível de consciência (sonolência ou agitação) - dificuldade para falar, deitar ou se alimentar. A pessoa não consegue completar frases. Após suspeitar de asma, o médico poderá realizar exames, como por exemplo o teste cutâneo e a dosagem no sangue dos anticorpos de alergia. O teste cutâneo é feito na pele do paciente pelo próprio alergista e tem como finalidade descobrir o que causa alergia e pode ser realizado em qualquer idade. A dosagem do anticorpo de alergia do sangue (IgE específica) tem a mesma finalidade e está indicado nos casos onde o teste não pode ser realizado. Segue-se então ao diagnóstico funcional da asma, que pode ser feito através da realização do "peak-flow" (aparelho portátil ) e da prova de função pulmonar (espirometria). Estes exames são usados como auxílio no diagnóstico, mas depois são repetidos para acompanhamento da doença. MITOS Várias concepções erradas cercam a asma, tais como: * Todo paciente deve fazer radiografia de tórax na crise de asma; * "Bombinhas" fazem mal ao coração; * Remédios por via oral são mais eficazes e tem menos efeitos colaterais que os remédios inalados; * Antibióticos devem ser tomados nas crises, * Asmáticos só devem fazer natação como esporte, * Crianças com asma não podem pegar sereno, beber gelado, andar descalças * Asmáticos devem ser sempre bem agasalhadas. VERDADES * Asma e bronquite alérgica são a mesma doença. * Cada crise é diferente e nem sempre serão necessários exames. * Remédios inalados (ou “bombinhas”) fazem efeito rápido e têm menos efeitos colaterais. * Agasalhos exagerados devem ser trocados por roupas leves e adequadas * Asmáticos devem ser incentivados à vida ao ar livre e seus hábitos e podem fazer qualquer esporte, desde que tenham sua asma sob controle e estejam liberados pelo médico Acima de tudo, devemos sempre levar em consideração a importância de uma qualidade de vida satisfatória, em qualquer idade, seja criança, adolescente, adulto ou idoso. Os medicamentos usados no tratamento da asma podem ser de 2 tipos: - Medicamentos de alívio - Medicamentos de prevenção Os dois pilares para o tratamento das crises de asma são os broncodilatadores de curta duração e os corticosteróides. Broncodilatadores são medicações aliviadoras, usadas para tratar a crise e o estreitamento das vias aéreas. Devem ser usados preferencialmente pela via inalatória. Vários dispositivos estão disponíveis para sua administração, tais como nebulizadores, "bombinhas" e inaladores. Atualmente deve ser enfatizado que a eficácia do uso da medicação através das "bombinhas" é melhor do que com o uso dos nebulizadores. Com a finalidade de melhorar a eficácia da nebulização é necessário que a criança esteja acordada e sem chupeta. As "bombinhas" podem ser administradas através de máscara com espaçador (crianças abaixo de 5 anos) ou espaçador com bocal. Os principais efeitos colaterais dos broncodilatadores são tremores e aumento da frequência cardíaca, mas é necessário enfatizar que não fazem mal ao coração. O outro pilar importante no tratamento da crise é o uso da cortisona (ou corticóide ou corticosteróide, pois estes remédios atuam de forma direta e eficaz na inflamação que a asma provoca nas vias respiratórias. A cortisona tem função aliviadora para tratar crises, sob forma de xaropes, comprimidos ou injetáveis. São remédios seguros e necessários para evitar internações e sofrimento, mas nunca devem ser usados por conta própria. O uso inadequado pode levar a importantes efeitos colaterais, tais como osteoporose, glaucoma, catarata, diabetes, hipertensão arterial e baixa estatura. Contudo, o uso na crise, sempre orientado pelo médico é seguro, não causa os mesmos efeitos colaterais e é fundamental para combater a inflamação causada pela asma. A cortisona também pode ser usada no tratamento de controle da asma, sob forma inalada, em “bombinhas” ou em inaladores. Neste caso, apesar do mesmo nome, são bem diferentes: podem (e devem) ser usadas por tempo prolongado pois atuam diretamente nos brônquios, mantendo-os desinflamados e controlando a doença.
Corticosteróides inalados são os principais medicamentos no tratamento a longo prazo, por sua eficácia e poucos efeitos colaterais, que podem ser minimizados com o uso de espaçadores e a lavagem da boca após o uso. Outras medicações podem ser usadas na prevenção: Broncodilatadores de longa duração e Inibidores de leucotrienos. Broncodilatadores de longa duração são usados também por via inalatória e nunca devem ser administrados sem os corticosteróides inalados. Os inibidores de leucotrienos são administrados pela via oral e são usados isoladamente ou em conjunto com os corticosteróides inalados e broncodilatadores de longa duração.
IMUNOTERAPIA (vacina para alergia) A imunoterapia (vacina) consiste na administração de alérgenos em doses e concentrações crescentes. Pode ser administrada por via subcutânea ou sublingual. Deve ser evitada em pacientes com asma grave de difícil controle, nos portadores de doenças auto-imunes e nos pacientes que usam bloqueadores beta-adrenérgicos. ASMA: UMA QUESTÃO DE ATITUDE Várias atitudes são importantes para prevenir a instalação das crises de asma. A primeira delas, sem sombra de dúvidas, é a educação do paciente e dos seus cuidadores. Mas, também é muito importante: - Controle de ambiente adequado: medidas como cobrir de capas impermeáveis colchões e travesseiros, - Evitar a exposição ativa ou passiva à fumaça de cigarro, - Evitar a exposição a cães e gatos, - Passar pano molhado na casa e não varrer, - Evitar o uso de perfumes e talcos, - Evitar o contato com bichinhos de pelúcia, - Evitar produtos de limpeza e mofo. Tratar a rinite alérgica é muito importante, pois 80 % dos asmáticos têm rinite e ela funciona como fator de risco para a asma. O aleitamento materno exclusivo e a obediência ao calendário de vacinação preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, inclusive com a administração rotineira da vacina para Influenza (gripe) são de grande ajuda aos asmáticos Resumindo, a Asma é um importante problema de saúde pública. Um programa efetivo de controle da doença, tal como o desenvolvido pela prefeitura do Rio de Janeiro, com a criação dos "polos de asma" é muito importante, pois além de diminuir os custos diretos (procura aos serviços de emergência e internações) e indiretos (faltas à escola ou trabalho), melhora a qualidade de vida. Todo asmático, em qualquer idade, tem direito ao tratamento correto e ao acompanhamento regular pelo especialista. Ou seja, tem o direito de aprender a prevenir e a controlar a doença e não só ao atendimento médico apenas nas crises.
Fonte: Dra Patrícia Miranda - ASBAI RJ
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