Uma parcela significativa dos esforços de prevenção, tratamento e assistência aos pacientes com câncer da próstata é levada a cabo por filhas, esposas, irmãs, sobrinhas, netas...
Por mulheres.
É uma questão de decência que nós, homens, reciproquemos esse carinho e esse amor, dando força a nossas amigas, companheiras, às mulheres da nossa vida e a todas as mulheres em geral.
Como?
Do jeito que pudermos, sem economizar esforços.
Eu estou permanentemente entristecido pela notícia de falecimento de mulheres, sobretudo jovens que ainda teriam muita vida pela frente. Dói, dói muito, dizer adeus a mulheres vitimadas por canceres femininos, particularmente pelo câncer da mama. Tem acontecido repetidas vezes, em todas as idades.
Uma condição que piora todas as estatísticas é o alcoolismo. Uma empresa de seguros médicos, a Kaiser Pemanente Research em parceria com pesquisadores da University de Utah analisaram a relação entre o consumo de álcool e o risco de morte entre mulheres já diagnosticadas com câncer da mama.
É sabido e muitas vezes demonstrado que o consumo de álcool é um fator de risco para o desenvolvimento do câncer da mama. Essa pesquisa detalha mais: entre mulheres que já foram diagnosticadas, qual o efeito do álcool?
Os resultados mostram que o consumo de álcool tem que ser controlado. O descontrole tem efeitos que podem ser fatais. Essa pesquisa demonstrou que, infelizmente, até o consumo moderado de álcool aumenta o risco de morte entre pacientes com câncer da mama.
A pesquisa foi feita com duas mil mulheres recém-diagnosticadas com câncer da mama incipiente, o estágio que permite que, em cinco anos, 98% das pacientes estejam vivas.
Metade dessas mulheres bebiam mais do que o limite de 0,5 gramas de álcool por dia.
Quanto é isso? Um copo de vinho contém 8 gramas de álcool. Ou seja, a divisão foi um copo de vinho ou mais cada 16 dias. Limite baixo, baixíssimo. Na população estudada, de classe média americana, 90% bebiam vinho; 43% consumiam bebidas mais fortes (como uísque, vodca, gin etc.) e 36% bebiam cerveja.
Durante os seis anos que durou a pesquisa, o câncer voltou em 349 mulheres e 332 faleceram (uma em cada seis), a despeito da excelência do tratamento. Beber mais do que a média de seis gramas de álcool por dia (na média dois copos de vinho cada três dias – menos do que um copo de vinho por dia) aumentava a chance de que o câncer voltasse ou que a paciente morresse dele em 30%, tomando como base as que praticamente não bebiam ou bebiam muito pouco. O risco era ainda maior em mulheres pós-menopausa e em mulheres com excesso de peso, que era o caso da maioria.
Os pesquisadores concluem, sem deixar espaço para dúvidas: mulheres que foram diagnosticas com câncer da mama, especialmente as pós-menopausa e as “gordinhas” ou obesas, devem beber pouco, muito pouco, quase nada.
Ajudemos as mulheres a fazer exames periódicos e a limitar o consumo de álcool, mesmo que tenhamos necessidade da companhia delas para uma balada com muita bebida.
É o mínimo que podemos fazer.
GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ