O câncer e os coágulos no sangue juntaram forças para prejudicar os homens. Porém, pesquisadores de algumas instituições, como o University of Rochester Medical Center e da Duke University também uniram forças para estudar o problema, e criaram um modelo preditivo de quem terá e quem não terá problemas com coágulos no sangue. O nível de acertos é de 98%.
Os coágulos afetaram mais de 41 mil e quinhentos pacientes de um milhão que foram hospitalizados entre 1995 e 2003. A taxa aumentou em relação a períodos anteriores. Com isso, os coágulos vieram se juntar às infecções hospitalares para aumentar o risco dos tratamentos.
O que isso significa? Eis algumas possibilidades:
- os tratamentos são diferentes, gerando mais coágulos;
- as intervenções são diferentes;
- os pacientes são diferentes (sabemos que a obesidade é mais freqüente)
- etc
Uma possibilidade é o uso mais freqüente de uma nova classe de remédios anti-angiogênicos que são menos tóxicas, mas estão associadas a problemas de coagulação e sangramento. Algumas pessoas acabam falecendo de embolias e problemas no sangue antes mesmo que o câncer avance.
Os coágulos são perigosos e podem passar desapercebidos, escondidos, por exemplo, numa perna ou no pulmão e são uma ameaça séria. Mas a cooperação interdisciplinar, entre oncólogos e cardiólogos da Universidade de Rochester que aumentaram nosso poder de explicação - e de cura e prevenção desses problemas.
Os resultados acabam de ser apresentados em Geneva, na reunião da
International Society of Thrombosis and Haemostasis no dia 10 de julho. Sempre atenta, a
American Society of Clinical Oncology publicará instruções para os especialistas em câncer sobre a prevenção da formação de coágulos. Por enquanto, foram identificados algumas características associadas com o risco de coágulos:
onde é o câncer - pancreas, estômago, cérebro e pulmão são os piores - a obesidade do paciente, e três indicadores sanguíneos que incluem as plateletas, a hemoglobina e as células brancas. Pacientes com risco elevado deveriam, segundo eles, tomar anti-coagulantes. Há um marcador biológico chamado "
tissue factor, TF, que deve ser levado em consideração. Enfim, seu oncólogo deve buscar um cardiólogo e um hemólogo. Pacientes com uma expressão alta do TF tinham uma chance de embolia trombótica de 26% em contraste com menos de 5% dos com baixa expressão do TF, de acordo com um artigo desse grupo no
Clinical Cancer Research.
Somos ameaçados pelo câncer e complicações associadas a ele e ao seu tratamento, mas é um pensamento reconfortante saber que há milhares de pesquisadores trabalhando mundo afora para ampliar nossas vidas e melhorar a qualidade delas. Powered by ScribeFire.