Saúde
Chocolate: Vilão ou Mocinho?
Afinal, o chocolate é o vilão ou o mocinho da história? Este doce pode realmente prejudicar a dieta de uma pessoa? Há pontos em que ele pode fazer bem à saúde? É verdade que o chocolate amargo faz bem à saúde? O chocolate diet tem menos calorias e gorduras realmente? O chocolate pode ser consumido por grávidas? Chocolate deixa a pessoa mais feliz? Suas vantagens como alimento funcional se sobressaem as desvantagens?
Por Sarah Lugão
Rico em substâncias chamadas de polifenóis, entre eles flavonóides com poderosa ação antioxidante ao organismo , o cacau como seus derivados, a exemplo o chocolate, podem ser considerados como alimento funcional por conferirem efeitos benéficos à saúde do consumidor. Há evidência de que os polifenóis podem agir como potenciais antioxidantes, desempenhar uma importante função na redução do risco ou retardo do desenvolvimento de doenças, como as cardiovasculares, câncer e outras relacionadas à idade; e ainda, modular processos biológicos essenciais em mamíferos in vivo.
O cacau em pó é o que possui um dos maiores teores de antioxidantes, seguido do açaí e em 3º o chocolate amargo.
Ajuda na vasodilatação sanguínea que junto com as outras ações podem prevenir doenças cardiovasculares.
Efeito neutralizador no colesterol sérico (láurico, mirístico, palmítico – eleva colesterol).
Fonte de minerais: Cobre, Potássio, Zinco, Manganês, Fósforo.
Tem comprovada ação anticarginogênica: O chocolate amargo pode possuir 3600ug de polifenóis do cacau e o chocolate ao leite 100ug (por 100 gramas de chocolate), são estes polifenóis que também ajudam na prevenção da doença.
Do cacau também pode-se obter o extrato vegetal composto por ácidos graxos e contém uma excelente propriedade no que se diz respeito à hidratação, pois ele evita o ressecamento da pele e a perda de água.
Ao comer chocolate com alto teor de cacau (60 a 80% de cacau) tem-se ainda elevação nos níveis de serotonina, dopamina e feniletilamina no cérebro levando à sensação de bem estar e melhora do humor.
Já o excesso pode atrapalhar qualquer pessoa que esteja buscando controle de peso. O cacau é rico em gordura e o chocolate, além desta gordura, tem a adição de açúcar e mais gordura, fazendo dele um alimento calórico.
Um consumo controlado é permitido e pode ser tranquilamente inserido dentro de uma alimentação equilibrada, isso não trará prejuízos ao controle de peso, no entanto se o chocolate é inserido, outros alimentos que têm gordura e açúcar devem ser limitados. Seria um esquema de compensação, caso contrário, pode haver um adicional de calorias e aí sim um impacto sobre o ganho de peso.
Sobre os benefícios do chocolate amargo à saúde, este apresenta concentrações maiores de flavonóides, sendo esta a grande vantagem sobre o chocolate ao leite. Além disso, o chocolate amargo apresenta também mais ferro, magnésio, vitamina B1 e vitamina B3 em comparação à versão ao leite. Em calorias, gordura e açúcar são semelhantes.
O benefício é justamente o maior consumo destes antioxidantes para uma mesma porção de chocolate ao leite.
O chocolate diet não apresenta açúcar na composição, no entanto, algumas marcas fabricam chocolate diet com maior teor de gordura, ou seja, para quem quer controlar peso e come chocolate diet pensando estar economizando calorias pode estar cometendo um erro. Ler os rótulos dos alimentos e fazer esta comparação, é importante para encontrar este tipo de informação. E devido a este problema do teor de gordura no chocolate diet, algumas empresas estão fabricando chocolates diets com o mesmo teor de gordura da versão ao leite e algumas até com fibras na composição.
O chocolate contém ácidos graxos com atividade canabinóide, ou seja, que ativam as mesmas regiões no cérebro que são estimuladas pelo princípio ativo da cannabis sativva conhecida popularmente como maconha. Além disso, as substâncias do chocolate também parecem estimular o aumento nas concentrações de anandamina um canabinóide produzido pelo próprio corpo. O doce conta com outros compostos (como as metilxantinas, teobrominas e o açúcar ou aspartame) responsáveis pelo bem-estar do consumidor. Estas substâncias difundem-se facilmente através da placenta e pelo leite, portanto, podem ser absorvidas pelo embrião na gestação e pelo bebê durante a lactação. Na América do Norte foi detectada uma síndrome de hiper-excitabilidade que acometeu recém-nascidos de mães que consumiram grandes quantidades de chocolates durante a gravidez e lactação.
A existência da feniletilamina no chocolate estimula a produção de serotonina, substância cerebral que dá sensação de prazer e calma, associada à sensação de felicidade. A presença de estimulantes alcalóides, como a cafeína e a teobromina, geram efeito energético sobre a concentração e a capacidade física de quem o consome em quantidades moderadas.
Vilão ou mocinho, tudo depende do bom senso de quem o consome. Ele tem o lado ruim, que é obviamente, o excesso, podendo pôr fim à mais rígida dieta alimentar, aumentando os riscos de doenças cardiovasculares e de outros males provocados pela ansiedade , como também tem o lado benéfico por possui vitaminas e minerais. Sendo assim depende de cada um ter um consumo equilibrado a fim de extrair o melhor da funcionalidade do chocolate
Referências Bibliograficas
Bruinsma & Taren. J Am Diet Assoc, 99: 1249, 1999
Dreosti, 2000
Kris-Etherton et al, 1993 e 1994
Osakabe et al, 2001
Peason et al, 2001
Vinson et al, 1999
http://www.uff.br/posquim/frmprincipal/producoes/dissertacoes/patriciacoentrao/patriciacoentrao.pdf
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