Saúde
Cientistas africanos descobrem fármaco promissor contra malária
Cientistas da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, anunciaram o desenvolvimento de um novo fármaco para combater a malária. O composto, conhecido como MMV390048, pertence à classe das aminopiridinas.O fármaco mostrou-se promissor no combate aos cinco tipos conhecidos da doença com um único comprimido, tomado uma só vez.Testes realizados em animais mostram que o microrganismo causador da malária, o protozoário Plasmodium, desapareceu do organismo após uma só dose do produto.E o medicamento ainda impede que o mosquito Anopheles transmita o mal depois de picar um indivíduo malária infectado. Erradicação da maláriaOs cientistas sul-africanos comemoram o feito: é a primeira vez que uma pesquisa feita na África por pesquisadores locais chega a resultados tão concretos.Kelly Chibale e seus colegas tiveram financiamento da Medicines for Malaria Venture (MMV), uma organização com sede na Suíça.Segundo os pesquisadores, com a nova tecnologia, eles esperam que, em duas ou três décadas, possa ser possível erradicar a malária em todo o mundo.A série das aminopiridinas foi inicialmente identificada por cientistas da Universidade de Griffith, na Austrália, também dentro dos esforços da MMV para rastrear cerca de 6 milhões de compostos com possibilidade de ação contra a malária.Os primeiros testes clínicos com o novo fármaco estão agendados para 2013.Rastros da maláriaEm 2010, a Organização Mundial da Saúde, órgão ligado a ONU, registrou 216 milhões de casos em todo o mundo.A malária causa, entre outras coisas, febre, mal-estar, fortes calafrios e anemia. Sem o tratamento adequado, que deve ter início logo após aparecerem os primeiros sintomas, a doença pode levar à morte.No ano passado, cerca de 1 milhão de pessoas morreram de malária no mundo - 890 mil só na África Subsaariana. No Brasil, 97% dos casos ocorrem na Amazônia. As principais vítimas são as crianças. As autoridades de saúde estimam que, no Continente Africano, uma criança morra a cada quarenta e cinco segundos por causa da malária.Veja também outro artigo sobre o assunto:Descoberto agente químico eficaz contra parasita da malária
Conhecendo mais sobre a Malária
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Mosquito Anopheles |
O que é a malária?A malária é uma doença infecciosa febril aguda cujo agente etiológico é um parasito do gênero Plasmodium. A transmissão natural da malária ocorre por meio da picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, que se infecta ao sugar o sangue de um doente.
Malária humana é uma doença, que se não for tratada, poderá evoluir rapidamente para a forma grave e complicada.
Essa doença também é conhecida como impaludismo, paludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, além de nomes populares como maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre.
Qual o microorganismo envolvido?
Cinco espécies de protozoários do gênero Plasmodium podem causar a malária humana: Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale e P. knowlesi. No Brasil, somente as três primeiras espécies deste parasita estão presentes, sendo as infecções por P. vivax predominantes, seguido das infecções por P. falciparum. A quarta espécie de protozoário, o P. ovale, ocorre apenas no continente africano e o P. knowlesi no Sudeste Asiático, porém, ocasionalmente, casos importados de outros países podem ser diagnosticados no Brasil.
Malária – quando suspeitar?
As pessoas infectadas podem apresentar sinais e sintomas inespecíficos como: dor de cabeça, dor no corpo, fraqueza, febre alta e calafrios.
Em geral, esses quadros são acompanhados por dor abdominal, dor nas costas, tontura, náuseas e vômitos. As gestantes, as crianças e as pessoas infectadas pela primeira vez estão sujeitas a maior gravidade da doença, principalmente por infecções pelo P. falciparum, que, se não tratadas adequadamente e em tempo hábil, podem ser letais.
ATENÇÃO!
Se você, cidadão, apresenta alguns destes sintomas e reside ou se deslocou nos últimos 30 dias para áreas onde haja transmissão de malária, não deixe de ir à Unidade Básica de Saúde (UBS) ou serviço de saúde mais próximo de sua residência, informando aos profissionais da unidade que esteve em região com transmissão de malária.
O diagnóstico precoce e o tratamento correto e oportuno são os meios mais adequados para evitar o agravamento da doença ou óbito.
Como se transmite a malária?
A transmissão natural da malária ocorre por meio da picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles. O ciclo se inicia quando o mosquito pica um indivíduo com malária sugando o sangue com parasitas (plasmódios). No mosquito, os plasmódios se desenvolvem e se multiplicam. O ciclo se completa quando estes mosquitos infectados picam um novo indivíduo levando os parasitas de uma pessoa para outra. Desta forma, o ciclo de transmissão envolve: o plasmódio (parasita), o anofelino (mosquito vetor) e o homem.
Os criadouros preferenciais do mosquito transmissor da malária são coleções de água limpa, sombreada e de baixo fluxo, muito frequentes na Amazônia Brasileira.
O mosquito do gênero Anopheles também é conhecido como muriçoca, sovela, mosquito-prego, carapanã e bicuda.
Enquanto tempo aparece a malária?
O período de incubação, ou seja, o intervalo entre a aquisição do parasita (infecção) até o surgimento dos primeiros sintomas, varia de 8 a 17 dias, podendo, contudo, chegar a vários meses em condições especiais, no caso de P. vivax e P. malariae.
Como se diagnostica e trata a malária?
A malária é uma doença que tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito, mas pode evoluir para suas formas graves em poucos dias se não for diagnosticada e tratada de forma rápida e adequada, principalmente nas infecções causadas por P. falciparum.
Uma vez que os sinais e sintomas provocados pelo Plasmodium são inespecíficos, o diagnóstico clínico da malária não é preciso, pois outras doenças febris agudas podem apresentar manifestações clínicas semelhantes, tais como a dengue, a febre amarela, a leptospirose, a febre tifóide e muitas outras. Dessa forma, a tomada de decisão de tratar um paciente por malária deve ser baseada na confirmação laboratorial da doença.
A confirmação laboratorial da doença é feita por meio do exame da gota espessa, tal procedimento consiste na visualização, utilizando um microscópio, de possíveis parasitas em lâminas que contém uma gota do sangue do paciente. Outro método usado no Brasil para diagnóstico laboratorial é o teste de diagnóstico rápido, que usa uma gota de sangue do paciente e um conjunto de reagentes para determinar a presença do parasita naquela amostra de sangue.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado e oportuno da malária são hoje as principais medidas para o controle da doença. A decisão quanto ao tratamento do paciente com malária deve ser orientada a partir de informações sobre os seguintes aspectos: espécie de plasmódio infectante, pela especificidade dos esquemas terapêuticos a serem utilizados; idade e peso do paciente, pela maior toxicidade para crianças e idoso; história de exposição anterior à infecção uma vez que pessoas primoinfectadas (infectadas pela primeira vez) tendem a apresentar formas mais graves da doença; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; gravidade da doença, pela necessidade de hospitalização e de tratamento com esquemas especiais de antimaláricos.
O Ministério da Saúde, por meio de uma política nacional de diagnóstico e tratamento da malária, orienta a terapêutica e disponibiliza gratuitamente o diagnóstico e, se o resultado for positivo para malária, os medicamentos antimaláricos, em todo o território nacional, nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
Orientações para o tratamento:
- Tome todos os comprimidos recebidos, de acordo com a orientação dada pelo profissional de saúde;
- Não interrompa o tratamento mesmo que os sintomas desapareçam;
- Alimente-se normalmente;
- Evite tomar o remédio em jejum;
- Conserve os medicamentos em local seco e seguro;
- Não dê e nem troque o remédio com ninguém;
- Evite uso de bebidas alcoólicas durante o tratamento;
Cidadão, não se esqueça de procurar orientação na unidade de saúde mais próxima, caso a febre não desapareça nos primeiros 3 dias de tratamento.
ATENÇÃO!
O doente deve completar o tratamento conforme a recomendação, pois a interrupção do tratamento pode levar a recidiva da doença ou agravamento do quadro, além de manter o ciclo de transmissão da doença permitindo que outras pessoas também adoeçam por malária.
Como se prevenir
Malária: o importante é evitar!
Considerando que ainda não existe ainda uma vacina disponível contra a malária, as medidas de proteção individual são as formas mais efetivas para prevenção.
Lembre-se: O horário de maior atividade do mosquito transmissor da malária é do pôr-do-sol ao amanhecer.
As medidas de proteção individual contra picadas de insetos devem sempre ser utilizadas, principalmente nas áreas de risco de contrair malária. Essas medidas são:
1) Uso de roupas claras, camisas com manga longa e calças compridas, durante atividades de exposição elevada;
2) Uso de telas nas portas e janelas, e ar condicionado;
3) Uso de mosquiteiro impregnado com inseticida (piretróides); e
4) Uso de repelente a base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida) que deve ser aplicado nas áreas expostas da pele seguindo a orientação do fabricante sobre o prazo para reaplicação do produto.
Obs. Em crianças menores de 2 anos de idade não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos usar concentrações em até 10% de DEET, no máximo três vezes ao dia, evitando-se o uso prolongado.
Fonte:http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=cientistas-africanos-farmaco-promissor-contra-malaria&id=8162 http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=31082&janela=1
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