Como é o desenvolvimento de uma vacina anti-câncer
Saúde

Como é o desenvolvimento de uma vacina anti-câncer


Retirei essas informações do Ludwig Institute for Cancer Research (LICR), uma instituição que talvez venha a ser co-responsável por salvar milhões de vidas.
As vacinas anti-câncer receberam esse nome porque elas usam um dos princípios das vacinas contra agentes externos: estimulam o seu sistema imune a lutar contra invasores. A diferença é que os invasores não são externos, mas células cancerosas que nós mesmos produzimos. O problema é fazer nosso sistema imune identificá-las como invasoras.
O LICR trabalha com a produção de vacinas em etapas:

  1. Identificar os antígenos de cânceres. Pesquisadores do LICR procuram fazer isso a partir da interação entre as células cancerosas e os componentes humorais, que incluem os anticorpos, e os componentes celulares (células T) do nosso sistema imune. O LICR tem um programa dedicado a descobrir os antígenos, o Cancer Antigen Discovery Program.
  2. Uma vez descobertos, eles precisam ser caracterizados. A caracterização é feita in vitro através do estudo das mRNA's e da imunohistoquímica. É necessário que essa expressão dos cânceres seja restrita a cânceres, ao contrário a vacina atacará células normais. É preciso que as células T reajam apenas a células cancerosas;
  3. Aí começa uma comparação entre reagentes e adjuvantes através de quatro composições antígenas: proteínas, peptides, vetores vivos, e plasmídeos DNA, o que deve ser feito num contexto de seres humanos e não de camundongos, por exemplo. Assim, essas composições de antígenos requerem muitos testes clínicos, cada um focalizando numa variável. Como os cânceres são bandidos experimentados (estão entre nós desde sempre) o objetivo é combinar vários antígenos numa vacina. Escapa de uns, mas fica em outros.
  4. Começa outra etapa, a de avaliar a resposta imune. É preciso medí-la. Se não há resposta, não faz sentido, não adianta. As respostas imunes humorais e celulares são medidas. O meio para fazê-lo são os "clinical trials", com alguns pacientes voluntários. As respostas desses pacientes indicarão se a linha de pesquisa e tratamento promete ou não. Elas devem ser acompanhadas por bastante tempo, para definir o prazo de validade de cada vacina e a de quanto em quanto tempo será necessário revacinar.
A quinta etapa é nossa: rezar para que os experimentos tenham excelentes resultados e possam salvar vidas, se não as nossas, as dos que virão depois



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