O CRDH (Centro de Referência em Direitos Humanos Pe. João Bosco Burnier), da CAJU (Casa da Juventude Pe. Burnier), realizou uma roda de conversa sobre tuberculose, no dia 26 de novembro. Com o tema Atenção em Saúde - Diálogo sobre Tuberculose, o encontro reuniu o representante do Ministério da Saúde, Lucas Seara, e o representante da coordenação nacional do Centro de Referência em Direitos Humanos, Leonardo Almeida. O evento, que reúne diversos representantes da sociedade civil, tem como objetivo aproximar as coordenações do CRDH e os atores que trabalham nas áreas de construção de políticas públicas.
Eduardo Mota, coordenador executivo do CRDH da CAJU, com representante do Ministério da Saúde
Dados do Ministério da Saúde indicam que o Brasil ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera que o país detectou 91% de seus casos novos em 2010, segundo dados do SINAN/MS (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). Anualmente notificam-se no Brasil aproximadamente 85 mil casos da doença sendo que, destes, 70 mil são casos novos. Mais de 4,6 pessoas morrem de tuberculose por ano no país.
Para Lucas Seara, o CRDH é um espaço de sociabilidade e um ponto de atenção dedicado à população. O representante do Ministério da Saúde enfatiza que é importante a parceria com o governo federal para ajudar no combate à doença e, consequentemente, na diminuição do preconceito. “A doença é marcada pela pobreza. O preconceito é sócio cultural e temos que derrubá-lo com a disseminação de informação correta e mudança cultural. Daí a importância da parceira com o CRDH”, destaca Lucas.
Prevenção
Em 1996, o Ministério da Saúde lançou o Plano Emergencial para o Controle da Tuberculose, recomendando a implantação da DOTS (Estratégia do Tratamento Diretamente Observado) para o controle da tuberculose no Brasil. Esta estratégia continua sendo uma das prioridades para que o Brasil atinja a meta de curar 85% dos doentes, diminuindo a taxa de abandono a menos de 5%, evitando o surgimento de bacilos resistentes e possibilitando um efetivo controle da tuberculose no país.
O Programa Nacional de Controle da Tuberculose atua com estratégias que visam ampliar e fortalecer a estratégia DOTS, com o enfoque na articulação com outros programas governamentais para ampliar o controle da tuberculose e de outras doenças, como, por exemplo, a AIDS. Além disso, privilegia a descentralização das medidas de controle para a Atenção Básica, ampliando o acesso da população em geral e das populações mais vulneráveis, ou sob risco acrescido de contrair a doença, como as populações em situação de rua, pessoas privadas de liberdade e a população indígena, além da articulação com organizações não governamentais ou da sociedade civil, para fortalecer o controle social e garantir a sustentabilidade das ações de controle. O controle da tuberculose é baseado na busca de casos, diagnóstico precoce e adequado. O tratamento até a cura tem como objetivo interromper a cadeia de transmissão e evitar possíveis adoecimentos. Entretanto, a identificação e especificação dos componentes de um programa são passos importantes para que se possa apreender sua constituição.
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