Saúde
Diabetes Mellitus
O Diabetes Mellitus configura-se hoje como uma epidemia mundial, traduzindo- se em grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes em todo o mundo.
O diabetes mellitus é uma desordem crônica caracterizada por metabolismo prejudicado de
glicose, com o desenvolvimento posterior de complicações vasculares e neurológicas, envolvendo distintos mecanismos patogenéticos que têm a hiperglicemia como denominador comum. Podeser classificado em quatro subclasses:
- DM o tipo1, causado por destruição de células pancreáticas e deficiência de produção de insulina;
- DM o tipo 2, caracterizado por resistência à insulina e deficiência relativa de produção de insulina, ocorrendo geralmente em pessoas com mais de 30anos;
- tipos associados a doenças ou síndromes específicas;
- diabetes gestacional
O diabetes tipo 2 é responsável por cerca de 90% dos casos da doença, sendo uma das dez principais causas de morte no mundo. Ao contrário do que vem ocorrendo com a hipertensão arterial e as doenças cardiovasculares, sua incidência está aumentando, principalmente nos países em desenvolvimento, como consequência das mudanças nos padrões nutricionais, que levam, especialmente, ao aumento da prevalência do sobrepeso e da obesidade
No Brasil, o diabetes junto com a hipertensão arterial, é responsável pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, de amputações de membros inferiores e representa ainda 62,1% dos diagnósticos primários em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à diálise.
Tipos de diabetes
Diabetes tipo 1O termo tipo 1 indica destruição da célula beta no pâncreas que eventualmente leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária.
A destruição das células beta é geralmente causada por processo auto-imune, que pode se detectado por auto-anticorpos circulantes e, algumas vezes, está associado a outras doenças auto-imunes como a tireoidite de Hashimoto, a doença de Addison e a miastenia gravis. Em menor proporção, a causa da destruição das células beta é desconhecida (tipo 1 idiopático).
O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode ocorrer de forma rapidamente progressiva, principalmente, em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos), ou de forma lentamente progressiva, geralmente em adultos. Esse último tipo de diabetes, embora assemelhando-se clinicamente ao diabetes tipo 1 auto-imune, muitas vezes é erroneamente classificado como tipo 2 pelo seu aparecimento tardio. Estima-se que 5-10% dos pacientes inicialmente considerados como tendo diabetes tipo 2 podem, de fato, ter tipo 1.
Diabetes tipo 2O termo tipo 2 é usado para designar uma deficiência relativa de insulina.
A maioria dos casos apresenta excesso de peso ou deposição central de gordura. Em geral, mostram evidências de resistência à ação da insulina e o defeito na secreção de insulina manifesta-se pela incapacidade de compensar essa resistência pelo organismo.
O DM2 é a forma presente em 90% a 95% dos casos e caracteriza-se por defeitos na ação e secreção da insulina. Em geral, ambos os defeitos estão presentes quando a hiperglicemia se manifesta, porém pode haver predomínio de um deles. A maioria dos pacientes com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade, e cetoacidose raramente se desenvolve de modo espontâneo, ocorrendo apenas quando se associa a outras condições como infecções.
DM2 pode ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente diagnosticado após os 40 anos. Os pacientes não dependem de insulina exógena para sobreviver, porém podem necessitar de tratamento com insulina para obter controle metabólico adequado.
Diabetes gestacionalO diabetes gestacional é a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela primeira vez na gravidez. Pode persistir ou desaparecer depois do parto. Os especialistas acham que
o diabetes gestacional pode ser uma etapa do diabetes tipo 2, pelas semelhanças clínicas existentes em ambos.
Fatores de Risco do Diabetes Gestacional- -Idade acima de 45 anos;
- -Obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual;
- Deposição central excessiva de gordura (gordura em excesso no tronco);
- -Historia familiar de diabetes em parentes de 1 grau (pai, mãe);
- -Baixa altura (1,50cm);
- Crescimento fetal excessivo (macrossomia) hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual.
- -Antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal, de macrossomia (peso excessivo do bebê) ou de diabetes gestacional.
- Diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos.
- Doença cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica definida
- Hipertensão arterial (> 140/90 mmHg).
Colesterol HDL d”35 mg/dL e/ou triglicerídeos e”150 mg/d
Cerca de 80% dos casos de diabetes tipo 2 podem ser atendidos predominantemente na atenção básica, enquanto que os casos de diabetes tipo 1 requerem maior colaboração com especialistas em função da complexidade de seu acompanhamento. Em ambos os casos, a coordenação do cuidado dentro e fora do sistema de saúde é responsabilidade da equipe de atenção básica
Diagnóstico Atualmente, são três os critérios aceitos para o diagnóstico de DM:
- sintomas de poliúria, polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual acima de 200 mg/dl. Compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do dia, independentemente do horário das refeições;
- glicemia de jejum igual ou superior a 126 mg/dl (7 mmol). Em caso de pequenas elevações da glicemia, deve-se confirmar o diagnóstico pela repetição do teste em outro dia;
- glicemia de duas horas pós-sobrecarga de 75 g de glicose acima de 200 mg/dl
Prevenção
Atividade física
Há evidências consistentes dos efeitos benéficos dos exercícios no diabetes mellitus do tipo 2 (DM2), tais como:
- melhora o controle glicêmico, reduzindo a hemoglobina glicada, independentemente da redução do peso corporal;
- reduz risco cardiovascular;
- contribui para o programa de redução de peso;
- melhora a autoestima.
Além disso, exercícios regulares podem prevenir o aparecimento de DM2 em indivíduos de risco elevado
O tratamento nutricional do paciente com diabetes visa às seguintes metas:
- a) fornecer todos os elementos essências (por exemplo, vitaminas e minerais);
- b) atingir e manter um peso razoável;
- c) atender as necessidades energéticas;
- d) evitar grandes flutuações diárias nos níveis de glicose sanguínea, com níveis o mais possível próximos do normal, assim como práticos e diminuir os níveis de lipídeos do sangue, se elevados.
ObservaçãoComo a DM não tem cura o paciente terá que mudar hábitos de vida para que possa viver melhor e diminuir os riscos causado pela doença. O diabetes mellitus oferece boas possibilidades de controle, porém, se não for bem controlado, acaba produzindo lesões potencialmente fatais, como: infarto do miocárdio, derrame cerebral, cegueira, impotência sexual, nefropatia (rins), ulceras nas pernas e até amputações de membros. Por outro lado, quando bem monitorada, as complicações crônicas podem ser evitadas e o paciente diabético pode ter uma qualidade de vida normal. Além do tratamento medicamentoso, é importante ressaltar que a prevenção e tratamento do diabetes mellitus tipo 2 esta associado a mudanças no estilo de vida, principalmente relacionados à dieta e à prática de exercícios físicos.
Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo
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