Saúde
DOR PÉLVICA CRÔNICA TEM TRATAMENTO!
COMPLEXIDADE DA DOR CRÔNICA
A dor pélvica crônica é uma condição comum e incapacitante, de mecanismo complexo. Resultante da interação do sistema gastrointestinal, urinário, ginecológico na mulher, músculo-esquelético, neurológico, endocrinológico, com componente sociocultural e psicológico.
Devo ressaltar ainda que a dor crônica pélvica possui mecanismos diferentes da dor aguda. É ter um cérebro que continua a produzir dor, mesmo depois que os tecido foram restaurados e estão fora de perigo.
A neuroplasticidade está alterada devido os estímulos irritativos prolongados, produzindo alteração no processo de experiência sensorial. Nestes casos, deve-se olhar para o paciente e para tudo que afeta o sistema nervoso e pode estar contribuindo para a sua experiência de dor. Leia mais como controlar a dor crônica aqui.
O médico especializado em dor pélvica crônica deve possuir uma perspectiva ampla, usando uma abordagem estruturada e um plano terapêutico focadas em outras etiologias além da endometriose e das aderências pélvicas, com indicação muito criteriosa dos procedimentos minimamente invasivos e dos procedimentos cirúrgicos. Ressalto que muitas vezes os procedimentos cirúrgicos geram mais ansiedade, frustração e sofrimento, além do risco de complicações e aderências.
SÍNDROME DOLOROSA MIOFASCIAL - CAUSA COMUM
Enfatizo que a síndrome dolorosa miofascial, do assoalho pélvico e da parede abdominal, é uma causa comum e subdiagnosticada de dor pélvica crônica. Um dos fatores que dificulta o diagnóstico é o fato de que pode ocorrer interação e perpetuação dos sintomas da dor de origem miofascial com os quadros de endometriose pélvica, aderências, síndrome do intestino irritável, cistite intersticial/ síndrome bexiga dolorosa.
Além disso, a síndrome dolorosa miofascial possui o diagnóstico essencialmente clínico, ou seja, não há exames complementares padrão-ouro para o diagnóstico da dor miofascial.
Não é incomum, encontrar mulheres com dor pélvica crônica, submetidas a várias cirurgias ginecológicas, com diagnósticos sequenciais de endometriose pélvica e aderências como causa da dor e que apesar dos tratamentos realizados não evoluem com melhora significativa do quadro, enquanto o componente de dor miofascial não é tratado simultaneamente ao quadro de endometriose e aderências. Ressalto que o tratamento da dor miofascial deve ser de modo global e abranger todas as dimensões da dor.
A síndrome miofascial abdominal pode apresentar-se com dor intensa e profunda originada de pontos dolorosos e hipersensíveis, envolvendo músculos viscerais e esqueléticos e/ou fáscias musculares e/ou ligamentos e/ou ênteses (locais de inserções tendíneas, musculares e osteoligamentares no osso).
A dor pode ocorrer em repouso, por compressão local, por fadiga ou quando estimulado determinados movimentos (recrutamento das fibras musculares locais com banda-tensa). Os fatores desencadeantes e perpetuantes dos pontos dolorosos mais comuns são: isquemia, microtraumas (estressores posturais), macrotraumas (cirurgias, parto vaginal mal conduzido), medo de intervenções nos genitais (por exemplo, colocação do DIU, abuso sexual), infecções, inflamações locais e sistêmicas, aderências, que sobrecarregam as estruturas e estimulam as terminações nervosas locais, mantendo o ciclo de espasmo e dor.
Além disso, na endometriose pélvica e na síndrome de dor vesical/ cistite intersticial pode-se observar o espasmo doloroso da musculatura do assoalho pélvico, secundário sensibilização segmentar por um reflexo visceromuscular e/ ou viscerovisceral.
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DOR VISCERAL REFERIDA |
Esta sensibilização segmentar espinhal desencadeia o acúmulo de substâncias pró-inflamatórias (inflamação neurogênica), hipertonia muscular, alteração da função, aparecimento de novos pontos de gatilho secundários.
ESPASMO ASSOALHO PÉLVICO - ASSOALHO PÉLVICO HIPERTÔNICO
O tônus muscular é um estado parcial de contração de um músculo em repouso, modulado por estímulos nervosos, estado que mantém a postura e que mantém os músculos alertas para entrar em ação.
- Hipertonia: aumento desta tensão muscular, ocorre quando há uma hiperestimulação nervosa, por exemplo quando a pessoa está tensa emocionalmente ou nas lesões de sistema nervoso central.
- Hipotonia: redução do tônus, flacidez, ocorre quando as fibras nervosas são seccionadas na lesão nervosa periférica.
FATORES DESENCADEANTES
O nosso organismo pode aumentar o tônus do assoalho pélvico para desencadear a dor de alerta secundária a fissura anal dolorosa, hemorroidas, inflamações crônicas da bexiga " cistites de repetição" ou "prostatites", entre outros.
Além disso, pode ser secundária ao constante recrutamento dos músculos do assoalho pélvico para inibir uma vontade de querer urinar, também chamada de urgência. Este quadro é comum em homens com aumento benigno da próstata ( Hiperplasia prostática benigna) e em mulheres, inclusive grávidas, que retardam constantemente a vontade de urinar.
A síndrome hipertônica do assoalho pélvico, refere-se a condições clínicas nas quais a musculatura do assoalho pélvico está hipertônica ou espástica, o que desencadeia diminuição na capacidade de isolar, contrair ou relaxar os músculos envolvidos.
Ressalto que o conjunto muscular do assoalho pélvico tem as funções de suporte, contração e relaxamento. A situação de alteração da atividade funcional por fraqueza poderá desencadear um quadro de prolapso "queda dos órgãos pélvicos (popularmente conhecida como "bexiga caída") ou até mesmo incontinência fecal ou urinária.
Já a alteração do tipo hiperatividade poderá resultar em resistência ao fluxo do assoalho pélvico, como dificuldade para urinar, dificuldade para evacuar e constipação, bem como dor superficial e profunda durante a relação sexual. Quando esta situação de hiperatividade persiste a longo prazo, leva o músculo a um estado de encurtamento em longo prazo e processo degenerativo no local de inserção, o que resulta em dor e diminui a sua capacidade de gerar força, comprometendo a capacidade de inibir a urgência em urinar, bem como comprimir as vísceras e nervos .
FATORES AGRAVANTES
- Estilo de vida moderno:
- tempo prolongado na posição sentada (casa, trabalho e carro)
- desbalanço muscular, com posturas de sobrecarga em determinados grupos musculares e que enfraquecem outros grupos
- sedentarismo e descondicionamento físico
- obesidade e sobrepeso, que aumenta a sobrecarga à pelve, ligamentos, músculos, cápsulas articulares e articulações, quando sentado, em pé, andando ou correndo.
- transtorno de ansiedade e depressão
- estresse crônico agrava e perpetua a hiperatividade muscular.
QUADRO CLÍNICO - SÍNDROME HIPERTÔNICA ASSOALHO PÉLVICO
As manifestações clínicas incluem:
- Disfunções miccionais : dificuldade de iniciar a micção, interrupção do jato de urina, urgência, perdas urinárias, dor para urinar, cistites de repetição, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, sensação de plenitude vesical
- Disfunções sexuais: dor ao ejacular, dor durante a penetração superficial ou profunda, , disfunção erétil
- Dor no períneo, dor profunda e posterior
- Dor no cóccix
- Dor súbita no reto, sensação de plenitude retal, sensação de obstrução retal
- Constipação (que também pode desencadear um quadro de fissura anal dolorosa)
- Sensação de pressão e peso na pelve
De forma resumida, pode-se dividir o quadro doloroso em pelve:
1. Dor mecânica - articular e muscular
2. Dor visceral
3. Dor com componente misto
Outra forma de classificar a dor pélvica crônica é dividi-la em etiologia proctológica (anorretal), muscular, neural, urológica e ginecológica. Visualize esta classificação na tabela abaixo:
ETIOLOGIA MUSCULAR
ANATOMIA DO ASSOALHO PÉLVICO - ESTABILIZADORES ESTÁTICOS
O elemento ósseo posterior da bacia é o sacro-cóccix , o elemento anterior é o púbis e os laterais são os ossos ilíacos. Os ilíacos se unem ao sacro formando as articulações sacroilíacas. Os ossos púbicos unem-se anteriormente na sínfise púbica.
ANATOMIA DO ASSOALHO PÉLVICO - ESTABILIZADORES DINÂMICOS
O esqueleto da cintura pélvica possui também estabilizadores dinâmicos: estruturas ligamentares, aponeuróticas e musculares
- MÚSCULOS x LIGAMENTOS QUE DEVEM SER INVESTIGADOS
- músculos piriforme, ligamentos sacroespinhosos e laterais
- músculos isquiococcígeo, ligamentos sacroespinhosos
- músculos iliococcígeo
- músculo levantador do ânus: porção pubococcígea
O vazio interno da pelve é ocupado feixes neurovasculares e por vísceras recobertas pelo peritôneo (bexiga, ureteres, próstata, vesículas seminais, corpo peniano, cordões espermáticos, útero e anexos - ovários, trompas e mesossalpinges - fundo vaginal, intestinos, enchimentos gordurosos).
ETIOLOGIA PROCTOLÓGICA
Dentre à dores de etiologia proctológica:
- Proctalgia fugaz e síndrome elevador do ânus
- Síndrome dolorosa perineais crônicas
- Coccigodinia
- Dor perianal idiopática
PROCTALGIA FUGAZ E SÍNDROME DO ELEVADOR
Quadro clínico: surge a dor no reto e cessa rapidamente, com duração de 1 a 2 minutos, desaparece espontaneamente e recorrência em intervalos irregulares, sem relação com doença orgânica. Ocorrendo habitualmente à noite, na primeira fase do sono, sem alterações intestinais. Pode ser descrita, em geral, logo acima do ânus, na região do reto, como torturante, opressiva, espasmódica, aguda, apertada.
Mecanismo: possivelmente secundária às contrações espásticas do músculo puborretal associadas ou não aos outros elementos musculares do assoalho pélvico, inclusive na musculatura lisa do esfíncter anal interno. O alívio da dor pode ser precipitado pelo relaxamento do períneo, na micção e na evacuação fecal. Há casos que evoluem com melhora após bloqueio do nervo pudendo, sugerindo sensibilização do nervo pudendo.
SÍNDROME DO ELEVADOR DO ÂNUS
Quadro clínico: dor pesada ou em pressão no reto, sensação de estar sentando sobre uma bola ou como se tivesse uma bola dentro do reto. A dor piora quando a pessoa se senta e melhora quando em pé ou deitada.
DOR NO CÓCCIX - COCCIGODINIA
A dor no cóccix pode ser altamente incapacitante. A definição do diagnóstico e do plano terapêutico depende do estudo dinâmico do cóccix, da palpação dolorosa do cóccix e da supressão da dor pela infiltração local com anestésicos.
Os achados radiográficos mais comuns são:
- Cóccix normal: sem alterações patológicas estruturais e hipermobilidade. Geralmente, nestes casos, a ocorrência da dor deve-se a espasmos e dor miofascial da musculatura pélvica. Mas também pode ser decorrente de causas mais raras, como artrite pós-traumática na junção sacrococcígea ou secundária a um tumor ou processo infeccioso.
- Subluxação anterior
- Subluxação posterior, mais frequente em obesos.
- Hipermobilidade
- Espículas ósseas
Para informações detalhadas sobre diagnóstico e o tratamento da dor no cóccix, sugiro a leitura do texto especifico sobre este assunto: Dor no cóccix tem tratamento !
DOR PERIANAL IDIOPÁTICA
Quadro clínico: dor se localiza no ânus, com irradiação ao canal anal e a transição anorretal. Varia em intensidade, persistentemente presente, pode melhorar quando o paciente senta, evacua ou quando deita. Extremamente incômoda.
Mecanismo: observa-se altas pressões intraluminal e espasmos persistentes dos esfíncter anal externo.
ETIOLOGIA COMPRESSÃO NEURAL
COMPRESSÃO NERVO PUDENDO
A compressão crônica dos nervos pudendos, geralmente ocorre na região dos processos espinhosos do ísquio, dos ligamentos sacrotuberoso, sacroespinhoso e o processo falciforme do ligamento sacrotuberoso.
Quadro clínico: dor de componente neuropático, localizada no triângulo perineal anterior (pode ser sentida no pênis, nos grandes lábios, no períneo e na região anorretal), agravada quando a pessoa está sentada e aliviada quando está em pé, deitada ou sentada no vaso sanitário ou no assento da bicicleta.
A dor pode piorar à palpação do nervo pudendo. Pode estar associada a espasmos musculares e aliviada com técnicas que visem o completo relaxamento do assoalho pélvico. No homem, não há dor durante a ejaculação.
ETIOLOGIA GINECOLÓGICA
Na mulher, é fundamental investigar patologias inflamatórias, infecciosas e estruturais do aparelho reprodutor feminino (benignas e malignas) e do trato urinário inferior. Muitos casos devem ser investigados com a Ressonância Magnética.
SÍNDROME DOLOROSA VULVAR - VULVODINIA
Quadro clínico: dor na região da vulva, geralmente em queimação, associada a sintomas de disfunção sexual e/ou disfunção do trato urinário inferior, excluída infecção vaginal ou doença neoplásica, metabólica ou hormonal.
Tipo localizada: a dor ocorre normalmente como consequência de agente provocador (toque, pressão ou fricção). Consegue-se estabelecer um mapeamento pressão-ponto da vulva.
Tipo generalizada: ardor e dor vulvar cuja localização não se consegue realizar um mapeamento da pressão com cotonete. A dor pode ocorrer sem agente provocador (toque, pressão ou fricção).
Mecanismo: incerto. Mas pode se observar processo inflamatório crônico. Parece ocorre interação fatores psicológicos com fatores genéticos, infecciosos, traumáticos, alergênicos, neurológicos, entre outros.
SÍNDROME DOLOROSA VAGINAL
Quadro clínico: dor vaginal persistente ou episódica recorrente relacionada à disfunção sexual ou do trato urinário inferior afastada outras condições e infecção vaginal.
VAGINISMO
O vaginismo é uma disfunção involuntária que se auto-perpetua. O ciclo da dor se perpetua e só ocorre melhora quando a mulher aprende a controlar os músculos do assoalho pélvico.
SÍNDROME DOLOROSA - ENDOMETRIOSE PÉLVICA
A endometriose é um distúrbio ginecológico caracterizado pelo crescimento do tecido que reveste a cavidade uterina, o endométrio, fora do útero. A endometriose causa muita dor abdominal na mulher e pode levar a infertilidade, irregularidade menstrual, cólica menstrual exagerada (dismenorreia), dor na relação sexual (dispauremia), alterações urinárias, alterações intestinais, dor ao evacuar ou urinar, diarreia, urgência urinária e até mesmo sangramento urinário.
Quadro clínico: dor pélvica crônica ou recorrente com presença de endometriose mas que não explica completamente os sintomas. A endometriose se manifesta com mais frequência nos ovários, na cavidade pélvica, em cicatrizes cirúrgicas, nos intestinos e até nos pulmões.
SÍNDROME DOR VESICAL - CISTITE INTERSTICIAL
Quadro clínico: dor na região abaixo do umbigo ( região suprapúbica) relacionada com o enchimento da bexiga, acompanhada por outros sintomas como aumento da freqüência diurna e noturna (sem evidência de infecção urinária).
SÍNDROME DOR URETRAL
Quadro clínico: dor uretral episódica recorrente, normalmente no esvaziamento, com frequência diurna e noctúria (sem evidência de infecção urinária).
SÍNDROME DOR PENIANA
Quadro clínico: dor no pênis, que não primariamente na uretra (sem evidência de infecção urinária).
SÍNDROME DOR PROSTÁTICA
Quadro clínico: dor prostática persistente ou episódica recorrente, associada a sintomas que sugerem disfunção do trato urinário ou sexual(sem evidência de infecção urinária). Pode ser subdividida em inflamatória e não inflamatória.
SÍNDROME DOR ESCROTAL
Quadro clínico: dor escrotal persistente ou episódica associada a sintomas que sugerem disfunção sexual ou do trato urinário (sem evidência de infecção urinária).
SÍNDROME DOR TESTICULAR
Quadro clínico: dor persistente ou episódica recorrente localizada no testículo, que está associada a sintomas que sugerem disfunção sexual ou do trato urinário, (sem evidência de infecção urinária ou de orqui-epididimite).
SÍNDROME DOR PÓS VASECTOMIA
Quadro clínico: dor persistente episódica recorrente localizada na bolsa escrotal após a realização da vasectomia testículo, que está associada a sintomas que sugerem disfunção sexual ou do trato urinário, (sem evidência de infecção urinária ou de orqui-epididimite).
SÍNDROME DOR EPIDIDIMÁRIA
Quadro clínico: dor persistente ou episódica recorrente localizada no epidídimo, que está associada a sintomas que sugerem disfunção sexual ou do trato urinário, (sem evidência de infecção urinária ou de orqui-epididimite).
TRATAMENTO DA DOR PÉLVICA CRÔNICA
O plano terapêutico de reabilitação - Fisiátrico - deve ser o mais individualizado possível, após definir quais estruturas estão envolvidas na dor espástica. A definição dos fatores etiológicos permite o adequado delineamento do tratamento eficaz.
POSSIBILIDADES TERAPÊUTICAS
- Abordagem dos fatores psicológicos: existem fortes evidências sobre o envolvimento de processos cognitivos e emocionais no processamento da dor. A ansiedade, depressão e dificuldades sexuais devem ser avaliados e tratados, pois pioram e prolongam a dor crônica.
- A história de abuso sexual ou física deve ser investigada, sendo mais relevante quando recente. Pode ser utilizado o condicionamento operante (biofeedback).
- Perda de peso corporal: obesos e sobrepeso possuem risco aumentado para dor pélvica crônica.
- Analgesia: utiliza-se o raciocínio da abordagem terapêutica da dor crônica. Escolhe-se antinflamatórios não esteroidais quando a dor pélvica tem um componente inflamatório. Deve-se ficar atento ao risco de complicações gastrintestinais. Casos selecionados podem ser beneficiar de opioides.
- Neuromoduladores: os medicamentos das classes de antidepressivos e anticonvulsivantes podem ser utilizados para reduzir a sensitividade central na percepção da dor, controle da ansiedade e sintomas depressivos, melhora arquitetura do sono, entre outros efeitos. Bloqueadores de canal de sódio, como a lidocaína, pode ser usada para diminuir a sensitividade térmica, química e mecânica da dor neuropática.
- Bloqueio de nervo periférico: O bloqueio de nervo possui caráter investigatório e terapêutico, Usa-se neurolíticos em casos de doença incurável (tumor avançado em pelve).
- Estimulação elétrica transcutânea: pode produzir efeitos neuromoduladores nas síndromes vesicais, vaginais e uretrais, utilizando como estruturas alvos as fibras aferentes mielinizadas, com ação de ativar circuitos inibitórios segmentares.
- Estimulação magnética transcraniana: utiliza um estímulo magnético para restabelecer o funcionamento cerebral. Está indicado em casos de depressão refratária, transtorno afetivo bipolar, transtorno de ansiedade, fibromialgia, cefaleia, neuralgia do trigêmeo, lombalgia, zumbido, sequela de AVC.
- Neuroestimulação sacral: a estimulação elétrica de raízes sacrais altera os reflexos neurais na pelve por modulação da condução nervosa regional em distúrbios vesicais funcionais e até mesmo incontinência motora refratária.
- Terapia por Ondas de Choque: possui efeito de bioestimulação, tanto em pontos miofasciais quanto em articulações e locais de inserção muscular (entesites).
- Inativação Miofascial: os pontos dolorosos ( pontos de gatilho) podem ser liberação com técnica especial com injeção de anestésicos. Esta inativação pode ser associada a compressão isquêmica por digito pressão.
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Digitopressão e alongamento dos músculos do assoalho pélvico |
- Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP): pode ser indicada para assitir o alongamento do músculo do assoalho pélvico encurtado através da inibição nervosa, o que melhora a propriocepção do paciente para realizar o alongamento ativo da musculatura.
- Treino de relaxamento com biodeeback
- Meios Físicos: aquecimento local dos músculos superficiais do períneo associada a massagem
- Correção postural: a má postura e longos períodos na posição sentada são fatores de risco para o espasmo da musculatura do assoalho pélvico secundária a hiperflexão do cóccix enquanto sentado em posturas incorretas. Além disso, alterações em toda a extensão da coluna podem comprometer a articulação sacroilíaca e os músculos nela inseridos. O Alongamento e encurtamento destes músculos impedem a manutenção adequada do tônus, propiciando a hipertonia e a formação de pontos de gatilho.
Procedimentos de Reabilitação
- Infiltrações articular no segmento doloroso: nos casos de hipermobilidade e luxação
- Infiltrações na ponta do cóccix: nos casos de espícula (geralmente são necessárias 2-3 aplicações)
- Acupuntura
- Inativação dos pontos gatilhos Miofasciais comprometidos
- Bloqueio Neuromuscular com Toxina botulínica Ex. BOTOX: indicados nos casos de vulvodínea, mobilidade coccígea normal e sensibilização segmento comprometido.
- Terapia por Ondas de choque
Atenção: Na fase inicial, os procedimentos de inativação miofascial e alongamento podem ser dolorosos. Conforme o tratamento prossegue, o músculo vai relaxando e o desconforto reduz significativamente.
No entanto, ressalto que o melhor procedimento é aquele realizado no momento certo e com a indicação precisa e individualizada. Os procedimentos minimamente invasivos representam um das etapas do programa de reabilitação do paciente, mas não a única.
Deste modo, eles são uma das ferramentas para o sucesso do plano terapêutico de reabilitação do paciente, que sem dor, consegue iniciar os exercícios terapêuticos de alongamento e fortalecimento, restabelecendo a função, modificando os fatores desencadeantes, os vícios posturais e as atitudes antálgicas, com resultados mais eficazes.
No entanto, a realização isolada de um único procedimento, sem outras medidas preventivas, educativas e corretivas, pode não atingir o máximo de benefício para o paciente, ou até não tão duradouro quanto esperado. Por isto que faz diferença consultar um médico especializado em reabilitação e dor.
Conquiste bem estar e qualidade de vida: Dor tem Tratamento!!!
Converse sobre as suas dúvidas com um médico especializado em reabilitação (Fisiatria). Entenda melhor como é a reabilitação da dor pelo médico Fisiatra aqui
Dra Maike Heerdt
Médica Fisiatra - Dor e Reabilitação
Procedimentos Minimamente Invasivos em Medicina da Dor
Contato Profissional: Rua Adma Jafet, 74 Conj 147
(em frente ao Hospital Sírio Libanês)
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