A coleta ajudará a descobrir a quantidade e a dispersão de materiais plásticos pelos mares do planeta. Foto: Elvis Santana/SXC
Um casal de paulistas está prestes a iniciar uma viagem prevista para durar dois anos. Além da aventura, o passeio tem o objetivo nobre de reduzir a quantidade alarmante de resíduos plásticos espalhados pelo mundo.
Marcela Rocha e Danilo Mesquita são formados em jornalismo e desde que começaram a participar de aulas de mergulho suas vidas mudaram. Eles começaram a velejar e, posteriormente, compraram um barco. O desejo de rodar o mundo uniu-se à vontade de ajudar nas questões ambientais. “Como a questão do plástico nos preocupava, pensamos em unir o útil ao agradável. Procuramos a USP para dizer que íamos fazer a circum-navegação e queríamos contribuir com estudos na área”, disse Marcela, ao Estadão.
Parte do material recolhido será enviado ainda durante a viagem para que o Instituto Oceanográfico da USP possa fazer a análise. Assim, os pesquisadores estudarão a concentração de poluentes em diversas partes do oceano. Além disso, a coleta ajudará a descobrir a quantidade e a dispersão de materiais plásticos pelos mares do planeta.
Os pesquisadores da USP, que têm sede em Ubatuba, já desenvolviam um trabalho semelhante com plásticos coletados na costa brasileira quando foram procurados pelo casal.
Juntos, eles têm planejado a viagem há um ano e, durante esse tempo, também estão buscando o apoio de empresas. Por enquanto, já conseguiram o patrocínio parcial da empresa de telefonia Oi. A previsão é de que tudo possa custar quase meio milhão de reais, porém isso depende de diversos acasos que não podem prever.
Para economizar haverá pouco gasto com diesel, uma vez que farão uso de velas. O barco também terá geração de energia solar e eólica. A viagem partirá de Miami e isso também ocorrerá por questões de logística, pois os custos de manutenção e reforma de barcos é bem menor nos Estados Unidos.
Na primeira parte da viagem, o biólogo Gabriel Monteiro irá acompanhá-los e trará para o Brasil a primeira parte do material coletado.
De acordo com ele, a amostragem precisa seguir um protocolo rigoroso para que o material não seja contaminado. “Um simples toque de mão pode contaminar a amostra. Todo o manuseio será por meio de pinças e outros instrumentos previamente descontaminados”, explicou ao Estadão.
Para realizar essa aventura o casal teve que vender tudo o que tinha. Prevista para acabar em 2015, a viagem terminará com um reencontro com pesquisadores da USP, que têm um instituto em Ubatuba. Com informações do Estadão.
* Publicado originalmente no site CicloVivo
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