Do Fórum Mineiro de Tuberculose
O tema "Humanização, Mobilização Social e Acolhimento " há muito vem sendo discutido não só por usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), como também por trabalhadores e gestores em saúde. Um dos dilemas enfrentados atualmente por profissionais da saúde é o atendimento prestado a pacientes com Tuberculose, doença que se contra nos dias de hoje relacionada à pobreza e à desinformação.
Tais pacientes possuem características peculiares, o que pode dificultar a aproximação e o estabelecimento de vínculo com os diversos profissionais dos serviços de saúde e assistência social - como médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e terapeutas ocupacionais - bem como com os próprios familiares, buscando o isolamento e a não adesão ao tratamento.
Diante de tal cenário, percebe-se a necessidade latente de se buscar um tratamento cada vez mais humanizado, de modo que esse paciente seja tratado com o diálogo, respeito e atenção necessários. Para isso, é preciso mudar as concepções acerca da atual realidade desta doença, considerando ações realizadas por meio da comunicação, do advocacy e da mobilização social.
Nesta perspectiva, o Fórum Mineiro de ONG's para o Controle da Tuberculose realizou uma a roda de debates nesta terça-feira, 8 de abril, aproveitando a Semana de Humanização que está ocorrendo em todo o Brasil.
A atividade teve como objetivo conhecer os diversos temas e ferramentas para a promoção da mobilização social, controle social e dos Direitos Humanos, buscando combater o preconceito e o estigma relacionados a esta doença.
O evento contou com a participação de Maria Cristina Abreu Reis - coordenadora da secretaria municipal da pessoa com deficiência e direitos humanos de BH, Ludmila Tavares, José Maurício e Francisco do Fórum Mineiro de ONG's para o controle da Tuberculose, além de técnicas de enfermagem Francyanne Lima Maia, Tania Antonia de Lima, Michelle Fiusa Costa Freitas e Telma do Amaral Pereira das áreas de Pneumologia e Tisiologia.
Segundo Ludmila Tavares, discutiu-se muito a necessidades de uma assistência mais humanizada e a importância de reconhecer o cuidado do outro como algo significativo e que implica em mudanças comportamentais por parte da equipe como um todo.
"Reconhecer o outro enquanto sujeito e cidadão é fundamental para pensarmos o paciente de Tuberculose, que padece mais do estigma social do que propriamente da doença", destacou.
Para Ludmila, os compartilhados por usuários e profissionais de saúde na roda de conversa apontam para a necessidade de mudança comportamental imediata. "O acolhimento é fundamental para que o paciente com Tuberculose possa se sentir valorizado e sujeito de seu próprio tratamento. Percebemos também que a qualidade de vida no trabalho e a valorização do trabalhador influenciam diretamente no tipo de atendimento prestado", finalizou.
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