Deficiências sérias no nível de vitamina D estão associadas a um risco bem maior de ter resultados de biópsias para câncer da próstata positivos. Adam Murphy da Northwestern University (é em Chicago) e sua equipe analisaram dados sobre 667 homens, de 40 a 79 anos, para ver se há associação entre os níveis de 25-hydroxyvitamin D (25[OH]D), que medem o nível de vitamina D no sangue, e a primeira biópsia da próstata. Os resultados são diferentes entre brancos e negros.
Entre os brancos, um resultado de menos de 12 ng/mL estava associado com um risco relativo de ter um câncer agressivo - escore Gleason de ≥4+4 (≥ significa igual ou maior que o número que vier depois). A razão de risco era 3,66, o que representa um risco mais do que três vezes e meia maior do que os com níveis “normais” de vitamina D no sangue. Além de um Gleason mais alto, o estágio do tumor também era pior, mais alto: uma razão de risco de ter um tumor ≥cT2b em comparação com um ≤cT2a. A razão de risco era de 2,4.
E entre os negros, cuja pele “filtra” mais a luz do sol, reduzindo a fabricação de vitamina D? A razão de risco de ter um Gleason alto era 4,89.
Essas diferenças poderiam ser devidas ao acaso?
Dificilmente: entre os brancos, a associação é significativa no nível de 0,008, e entre os negros também é significativa – no nível de 0,006.
Forte indício de que realmente uma deficiência severa de vitamina D aumenta o risco de câncer agressivo da próstata.
Por favor, não saia por aí tomando irresponsavelmente altas quantidades de vitamina D, nem passe montões de horas no sol. Meia hora por dia, bem antes ou bem depois do sol a pino, é o que basta. Consulte o seu médico.
GLÁUCIO SOARES IESP UERJ