Nem sempre a primeira análise de um conjunto de dados é a melhor. A
reanálise de dados sobre finasteride (que eu tomei com o nome de
Proscar) mostra que:
- a redução do risco de câncer é de 30% e não de 25% e
- finasteride não aumenta o risco de cânceres agressivos, que são minoria.
A dose, na pesquisa, foi de 5 miligramas; a Merck vende o mesmo remédio numa dose menor, de 1 miligrama, para a calvície com o nome de Propecia. Hoje há genéricos da finasteride. É um medicamento hormonal.
A história dessa pesquisa é interessante porque os primeiros resultados vieram a público há aproximadamente cinco anos.
O
mesmo pesquisador reanalisou os dados. É o dr. Dr. Ian Thompson da Universidade do Texas. Foi uma pesquisa muito grande, com 18.882 homens com 55 anos de idade ou mais que não tinham câncer de próstata. Durante nada menos do que sete anos um grupo tomou finasteride ao passo que outro tomou um placebo, de tal maneira que ninguém sabia se estava tomando o medicamento ou o placebo.
As implicações são muito grandes: mais de 200 mil homens recebem o diagnóstico de câncer de próstata cada ano somente nos Estados Unidos. Segundo Thompson mais de 90% são tratados com cirurgia ou algum tipo de radioterapia. São tratamentos com sérios efeitos colaterais. Esses dados significam que se todos tomassem a finasteride teríamos 60 mil diagnósticos a menos, cada ano.