O fogo domina a paisagem em algumas regiões do Sertão. Mais de 2,5 mil focos foram registrados neste mês, em todo o estado. Os sinais da falta de chuva também aparecem nos Açudes. Em um deles, no município de Simplício Mendes, restou apenas um pouco de lama. Os animais estão morrendo e os agricultores perdendo a lavoura.
A cisterna de Seu Francisco está vazia há um mês. Ele tem o cartão que dá direito a receber água na Operação Pipa, coordenada pelo Exército, mas o carro-pipa ainda não chegou: “Só pegando o cartão aqui e depois não vem a água não adianta. O cartão não serve aqui”, critica o agricultor.
E não são só as comunidades rurais que convivem com a escassez de água. Uma cidade no sul do Piauí, com 8,5 mil habitantes, é toda abastecida por carro-pipa. A área urbana de Queimada Nova nunca teve água encanada. A população busca água em dois açudes que ainda não secaram ou paga R$ 60 pelo carro-pipa.
“Viver em uma cidade sem água dependendo do carro-pipa é muito complicado, muito difícil. Só sabe o sofrimento quem passa”, lamenta a dona de casa Yeda Miranda.
Nos arredores do município, a situação é ainda mais precária. Moradores dividem com os animais a água suja que resta nos açudes: “O povo aqui adoece de diarréia, vômito. Se tivesse água para a gente já tinha muita coisa, porque sem água não tem nem vida”, conta uma mulher a dona de casa Vanilsa Maria dos Santos.
O Exército informou que fiscaliza regularmente a distribuição de carros-pipa e que vai investigar o caso da cidade de Simplício Mendes.