Saúde
Homem vence o vício com o apoio e esperança de enfermeira de Joinville
Por Suellen Dos Santos Venturini, Do Notícias do Dia |
Enfermeira nunca perdeu a esperança de ver Edson Colin livre das drogas. Ele, por sua vez, contou com a apoio dela para se reerguer* |
Para os cristãos, o Natal é o dia de comemorar o nascimento de Jesus Cristo, que veio ao mundo para salvar os homens. Essa é a esperança para quem acredita. Edson Colin, 48 anos, há pouco tempo não sabia o significado deste sentimento. Viciado em álcool e drogas, ele perdeu tudo. “O álcool era o amor da minha vida e esse amor me fez trocar casamento, família, me afastou de tudo”, conta.
Em 31 anos de vício, três ele passou morando na rua. Foram Natais e Réveillons sem família, sem comemoração, sem sombra de alegria. O fundo do poço chegou quando ele contraiu tuberculose. Neste momento crucial apareceu na vida dele a pessoa que o ajudaria a retomar a dignidade. A enfermeira Aline Costa da Silva, 37, hoje coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Joinville, trabalhava no programa Tuberculose quando, em uma noite, tirou Colin da rua. “Estava uma chuva, um frio, e apareceu o carro da Vigilância com essa salvadora”, disse Colin.
Ele foi para um hospital de Florianópolis, mas, durante uma crise de abstinência, fugiu e conseguiu uma carona de volta para Joinville. Dias depois, procurou Aline disposto a retomar o tratamento e largar as drogas. Ela, por sua vez, não perdeu a esperança. “Desde que eu conheci o Edson, até os momentos mais difíceis eu não desacreditei dele. Ele me passava essa esperança de dizer ‘eu quero sair’”, conta. Durante os oito meses de reabilitação, ela fazia visitas, levava roupas e comida e mesmo quando saiu do programa Tuberculose eles não perderam contato. “Ela era o meu chão, tiraram o meu tapete, mas ela era o meu chão” resume Colin.
Há dois anos curado da doença e dos vícios, Colin vive uma nova história. Frequenta a igreja católica, conseguiu um emprego e começou um namoro sério. Fez contato com os dois filhos e aos poucos retoma os laços familiares. E os Natais que antes passavam despercebidos têm um novo sentindo. “No Natal na clínica eu vi que as coisas podiam diferentes, vi que era legal trocar presente, que a vida poderia ser boa de cara limpa”, resumiu. Neste, ele vai passar com a namorada.
Se antes não tinha expectativa de vida, agora ele tem sonhos. Quer conhecer o Rio de Janeiro. Os frutos da esperança de Aline, também foram importantes para ela. “Eu como enfermeira para mim é muito importante saber que na vida de uma pessoa eu fiz a diferença, esse é o maior pagamento da minha profissão, de dez anos de enfermeira”, conta Aline.
*Foto por Carlos Júnior/ND
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