Identificação da demência na rede primária: necessidade de uma Cultura do Cuidado
Saúde

Identificação da demência na rede primária: necessidade de uma Cultura do Cuidado


O número de pessoas com demência está cada vez mais aumentando no mundo, especialmente nos países em desenvolvimento, onde o envelhecimento populacional está acelerado.  Segundo a Dra. Cleusa Ferri, professora afiliada na Universidade Federal de São Paulo e pesquisadora epidemiologista no hospital Alemão Oswaldo Cruz de São Paulo, “estimamos que existam hoje no Brasil  mais de 1 milhão de pessoas com demência e projetamos que para 2050 existirão mais de 5 milhões”.   Palestrante no Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE) no dia 15 de agosto, a Dra. Ferri centrou-se na questão da identificação da demência na rede de atendimento primário. 

A demência é a principal causa de incapacidade e de dependência na população idosa. Embora ainda não haja cura, a detecção precoce permite o início de cuidados que ajudam a preservar a capacidade funcional e a qualidade de vida, tanto para a pessoa com demência quanto para  o cuidador familiar.  No entanto, “em países ricos apenas ¼ a ½ dos casos são reconhecidos na rede primária. Em países pobres – como no Brasil – a situação é ainda mais séria”.   Entre os principais motivos, a Dra. Ferri destacou o estigma da demência, as falsas crenças de que a perda de memória é normal na velhice e que nada pode ser feito. Além disso, os profissionais da saúde não estão preparados para a identificação e os cuidados iniciais.

Para melhorar a identificação da demência e a intervenção na rede primária, a Dra. Ferri descreveu um programa de pesquisa que será iniciado em breve, com parceiros, incluindo o Dr. Jerson Laks, consultor do CEPE e coordenador do Centro para Pessoas com Doença de Alzheimer e outros transtornos mentais na velhice na UFRJ. A pesquisa tem componentes epidemiológicos e experimentais de treinamento dos profissionais e dos cuidadores.  Os pesquisadores contam com a colaboração da rede primária, tanto no Rio quanto em São Paulo para realizar esta pesquisa importante e ambiciosa.

Elaboração: Louise Plouffe
Edição: Silvia Costa



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