Não dar trégua ao sofrimento.
A insônia é caracterizada pela dificuldade de começar a dormir e/ou ter uma boa noite de sono, prejudicando o desempenho da pessoa durante o dia. Para ser considerado insônia crônica primária, faz-se necessária uma frequência nos episódios superior a um mês. Antes disso são consideradas perturbações passageiras do sono ou quadros isolados de insônia, que são decorrentes dos eventos do dia, sejam aqueles extremamente desagradáveis, sejam aqueles que causam felicidade eufórica, ou, ainda, os que despertam a ansiedade por importantes situações que estão por acontecer; todos eles podem comprometer a qualidade do sono.
No tocante à insônia primária, ela pode ser provocada por longos períodos de tensão; por preocupações excessivas e até por auto-programação, isto é, a pessoa acredita que não dorme direito. Nesses casos, quando se dorme num outro ambiente (fora de casa), consegue-se descansar melhor, visto ter saido do cenário que já ficou impregnado de inquietações noturnas.
Também existe a insônia provocada por alguns fatores orgânicos, tais como: problemas pulmonares, cardíacos e estomacais, asma, dor de cabeça, etc. E, ainda, alterações do mecanismo neurológico ou hormonal, que regulam o sono, tornando-o fragmentado.
Outras causas de insônia são os agentes externos, como a ingestão de substâncias tóxicas, estimulantes, distúrbios alimentares, problemas no ambiente, como barulho, falta de higiene, etc.
Um grande número de pessoas passa boa parte da noite “em claro”, ou seja, com os olhos bem abertos, independentemente de sofrer de insônia. Em algum momento da vida, todos podem ter o sono perturbado em virtude de alguma fase dificil ou de momentos de grandes expectativas.
Geralmente, numa crise de insônia, a pessoa vivencia uma espécie de “avalanche” de pensamentos, algumas vezes desconexos, outras com as lembranças dos eventos ruins ou, ainda,
excessos de preocupações com as situações futuras. A mente é invadida por essas lembranças que se tornam perturbadoras, ocupando os momentos de repouso, comprometendo a qualidade do sono.
Além desses fatores emocionais, existem os apelos da modernidade para que fiquemos cada vez mais tempo acordados. Muitos consideram que dormir é perda de tempo, pois podem fazer coisas durante a noite que, antes, só eram possíveis durantre o expediente diurno. Nos grandes centros, existem os mercados 24 horas; bancos dia e noite, com acesso pela internet, pode-se consultar o saldo, fazer movimentações, etc.
Esses e tantos outros recursos da modernidade invadem os momentos do descanso, prejudicando as horas de sono. Mas essas condições não estão diretamente associada às causas da insônia. Para algumas pessoas esses recursos modernos servem para distraí-las durante as crises de insônia.
No âmbito metafísico, os diversos tipos de insônia, inclusive aquelas crises momentâneas, refletem o estado interior de dificuldade de desprendimento das situações do cotidiano. A pessoa não confia suficientemente nela própria para desprender-se dos episódios desagradáveis ou das situações difíceis do dia-a-dia. Tampouco consegue vencer suas expectativas em relação ao futuro.
Outro fator que deve ser levado em consideração é a dificuldade que a pessoa tem de enfrentar os problemas na hora em que eles estão acontecendo, ou seja, durante o dia. Essa atitude pode ser considerada um mecanismo de fuga da realidade. Ela gera um excesso de preocupação no momento de repouso, atrapalhando o sono.
O fato de estarmos fora do cenário e no aconchego da cama são condições favoráveis para relembrar o ocorrido e também pensar a respeito da situação.
Essa mesma atitude poderia ter uma conotação positiva de reflexões e conscientização dos processos existenciais, não fosse algo que tirasse o sono. Nesse caso, a pessoa preocupa-se demasiadamente com o ocorrido por sentir-se incapaz de agir diretamente na situação. Assim, só se envolve com as ocorrências desagradáveis quando está longe dos fatos, refugiada na segurança do lar e no amparo da sua cama.
Dessa forma, uma condição que poderia representar um importante momento de reflexão, revela-se como dificuldade de enfrentamento; consequentemente fuga da realidade.
A falta de habilidade e de firmeza interior para lidar com os problemas pode levar à negação do que a desagrada. A pessoa perde a auto-referência diante dos momentos difíceis. Ela não sabe o que cabe a ela própria e o que diz respeito aos outros.
Em alguns momentos, assume tudo para si, como se tivesse de dar conta de todas as adversidades; com isso fica atemorizada e recorre à negação e ao esquecimento. Só consegue lidar com o ocorrido mentalmente, nas horas em que deveria estar dormindo. Quando tem de agir, esquiva-se, negando enfrentar o problema.
Outras vezes, recusa-se terminantemente a assumir qualquer responsabilidade sobre os fatos. Algumas pessoas se põem completamente à parte dos acontecimentos. Desqualificam-se para intervirem nos momentos difíceis, mas, ao mesmo tempo, não conseguem se desprender das preocupações geradas pelo ocorrido.
Esses tipos de atitudes demonstram negação e fuga e dificultam a coordenação dos acontecimentos ruins, que levariam ao desencadeamento das soluções. Pode-se dizer que quanto mais distante a pessoa se põe dos fatos, menor a chance de solucionar seus problemas.
Por outro lado, manter certo distanciamento da problemática, amplia a visão da situação, favorecendo a identificação das respostas necessárias ao desfecho das confusões. No entanto, manter-se distante das ocorrências por muito tempo pode levar à indiferença, à falta de envolvimento e de cumplicidade, que, por sua vez, dificultam o encaminhamento das soluções.
É preciso fortalecer-se para enfrentar as adversidades impostas pela vida , parar de fugir ou negar os fatos nocivos do ambiente. Ser mais corajoso e destemido, menos complacente e mais ativo.
Vale lembrar que avida proporciona os meios para nossa intervenção na realidade, as situações exteriores conspiram a favor da nossa interação com os fatos, só falta a nossa disposição para agir. E sermos mais precisos em relação aos momentos apropriados para fazer aquilo que cabe a nós.
Metafísica da Saúde. Vol. 4
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