Os cachimbos d?água, muito conhecidos no Brasil como narguilés, mas que também são chamados de shishsa e hookahs, referem-se a um equipamento muito comum em uma prática centenária no Oriente Médio e na Ásia, que é a de fumar cigarro, com a diferença de que a fumaça passa primeiro pela água e depois chega ao fumante.
Esse equipamento funciona da seguinte maneira: coloca-se na parte de cima (fornilho) do narguilé o tabaco com aromas e sabores que a pessoa deseja. Essa mistura é aquecida com um carvão especial para narguilé. Na base, que geralmente é feita de vidro, metal ou cerâmica e pode estar desenhada com ornamentos, é onde fica a água. Então, quando a pessoa puxa o ar pela mangueira, a pressão no interior da base diminui e o ar aquecido pelo carvão passa pelo tabaco, formando a fumaça que desce em direção à água, onde é filtrada e resfriada, seguindo para a boca do fumante.
Essa prática está ganhando cada vez mais adeptos no Ocidente e em todas as partes do mundo, principalmente em razão do fato de que existe uma crença popular, porém errônea, de que o narguilé é menos nocivo do que fumar o cigarro convencional. O Inca (Instituto Nacional do Câncer) alertou que esse cachimbo de origem oriental já tem quase 300 mil consumidores no Brasil.
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No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou um relatório desfazendo esse mito e mostrando que, na verdade, o narguilé traz mais malefícios que o cigarro, sendo que, em uma seção de duração média de 20 a 80 minutos, expõe o fumante a componentes tóxicos equivalentes a fumar 100 cigarros.
A presença da água faz com que alguns pensem que ela retira as substâncias tóxicas, mas, na verdade, ela faz com que a pessoa ingira ainda mais fumaça. Sem se dar conta, a pessoa ingere quantidades de substâncias tóxicas muito maiores.
A cada tragada de um cigarro comum, a pessoa ingere mais de 4700 substâncias tóxicas e, muitas delas, cancerígenas. Tais substâncias também são ingeridas por quem usa o narguilé e as consequências, tais como o desenvolvimento de vários tipos de cânceres e a dependência, também são as mesmas. Para ver o efeito da inalação dessas substâncias, leia os textos abaixo:
- Nicotina;
- Alcatrão.
Outro fator agravante é que, no narguilé, a pessoa ingere concentrações de monóxido de carbono (CO) muito maiores, porque além do que é liberado pelo tabaco, há também uma quantidade proveniente da queima do carvão, que produz também outras substâncias cancerígenas muito potentes e mutagênicas, como os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), sendo o principal o benzopireno. A quantidade de metais pesados no narguilé também é bem maior.
Além disso, visto que é possível conectar várias mangueiras ao cachimbo, muitas vezes ele é fumado por vários jovens ao mesmo tempo, sendo um meio usado por alguns para se ?enturmar? e ser aceito por determinado grupo. Entretanto, esse é mais um fator de grande risco, pois aumenta muito as chances de transmissão de doenças infectocontagiosas, tais como herpes, hepatite C e tuberculose.
Existem alguns que misturam ainda outras drogas viciadoras, como bebidas alcoólicas e outras drogas ilícitas. Assim, o uso do narguilé ainda pode levar a pessoa a usar outras drogas ainda mais nocivas e a começar a fumar, pois a pessoa fica dependente.