Uma empresa, chamada Cell Genesys, anunciou os resultados de um teste clínico da sua vacina, GVAX. Vamos entender que a palavra vacina está sendo usada para significar, apenas, um medicamento que estimula o sistema imune dos pacientes.
Testaram 19 pacientes que tentaram prostatectomia, radiação, ou ambas, nas que o câncer (detectado e medido pelo PSA) voltou, mas que não haviam feito outro tratamento. O PSADT (tempo que o PSA leva para dobrar) aumentou muito, o que é bom, de 28,7 semanas (6,7 meses) para 57,1 semanas (13,3 meses). O PSADT dos pacientes que ingressaram no programa indica um câncer agressivo, que cresce rapidamente. Em 79% houve a formação de anticorpos associados ao câncer de próstata, especificamente células de tipo PC-3 ou LNCaP. Em oito pacientes (42%), o PSA não cresceu durante os seis meses do tratamento – o PSA demorou 9,7 meses a crescer na mediana – lembrar: metade menos, metade mais. Dois dos 19 pacientes morreram, segundo um comentarista, no prazo mediano do acompanhamento, que foi de seis anos. As reações colaterais mais comuns foram uma inflamação no lugar da injeção e sintomas parecidos com os de uma gripe.
Esses resultados foram apresentados ao Tumor Vaccine and Cell Therapy Working Group.
Em etapa anterior da pesquisa, 76% dos pacientes tiveram uma redução significativa na taxa de crescimento do PSA depois do tratamento com GVAX.
Há dois outros medicamentos da mesma empresa, VITAL-1 e VITAL-2, orientados para o câncer avançado, que já não responde ao tratamento hormonal. Em 2007, o teste do VITAL-1 já tinha 626 pacientes e um exame preliminar de seus resultados estimularam a empresa a ampliar o teste. Os testes estão sendo realizados em 100 centros de tratamento nos Estados Unidos e na Europa (esses centros não são da empresa, mas colaboram com a pesquisa. Usualmente, médicos e centros recomendam seus pacientes com cânceres muito adiantados que participem de testes de novos medicamentos)
Esses medicamentos não são curativos. Depois da metástase, a busca mais inteligente parece ser a de medicamentos que reduzem o avanço do câncer e protelam a morte. Em não poucos casos, essas ampliações são grandes e muitos pacientes, que usualmente são idosos, acabam morrendo de outra causa. A grande virtude desses tratamentos é que os efeitos colaterais são comparativamente pequenos e os resultados, até agora, promissores.