Do Ministério da Saúde
A vigilância, o controle e a prevenção da tuberculose foram temas discutidos em mostra competitiva realizada nesta terça-feira (16/10), durante a 12ª Expoepi. Três experiências foram apresentadas no encontro: o controle da tuberculose na população prisional do Estado de São Paulo; a detecção e identificação de micobactérias pelo Laboratório Municipal do Rio Grande (RS); e a avaliação dos dados nos prontuários de pacientes em tratamento no município de Santa Cruz do Sul (RS). Esta área temática da mostra competitiva foi coordenada pelo subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais,Carlos Alberto Pereira Gomes.
A mostra competitiva da 12ª Expoepi premiará os profissionais e os serviços de saúde do país que se destacaram no desenvolvimento de ações de vigilância em saúde relevantes para a saúde pública. Cada uma das experiências vencedoras receberá o valor de R$ 50 mil, mediante repasse de recurso financeiro do Fundo Nacional de Saúde ao Fundo Municipal ou Estadual de Saúde ou do Distrito Federal. O resultado será divulgado no dia 19 de outubro, durante a cerimônia de encerramento do evento.
Controle da tuberculose na população prisional
Laedi Alves Rodrigues dos Santos, da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, enfatizou que a aglomeração de pessoas e a falta de ventilação das celas favorece a transmissão da tuberculose em presídios. Ela apresentou iniciativa que promoveu capacitações de profissionais de saúde, a pesquisa de sintomas respiratórios no momento de ingresso do indivíduo privado de liberdade, o acompanhamento das transferências para outros locais de reclusão e o estabelecimento de um sistema integrado de dados.
A ação também incluiu a busca de casos nos presídios, com a realização de testes para diagnósticos e o tratamento supervisionado dos pacientes. Todas essas atividades produziram um aumento da taxa de cura relacionada aos casos novos na população prisional do Estado: de 58%, em 1998, para 86%, em 2011. Além disso, houve redução do número de óbitos e do abandono ao tratamento.
Detecção e identificação de micobactérias
Günther Honscha, da Secretaria Municipal de Saúde do Rio Grande (RS), destacou que a melhoria do diagnóstico e o acompanhamento laboratorial de portadores de micobactérias não tuberculosas (MNT), ou tuberculose resistente, podem contribuir com as ações de controle da doença. Ele apresentou trabalho que promoveu 1.876 análises de culturas no município entre fevereiro de 2010 e novembro de 2011: 83,22% tiveram resultado negativo, 8,78% foram encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul, 5,61% foram perdidas e 2,39% estavam contaminadas.
Os resultados permitiram a identificação de cinco pacientes portadores de MNT, um paciente com M. gordonae, cinco pacientes com tuberculose resistente à isoniazida, três pacientes com tuberculose multidrogarresistente e três crescimentos com resistência à isoniazida e rifampicina.
Avaliação dos prontuários de pacientes em tratamento
A experiência apresentada por Lia Gonçalves Possuelo, da Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul (RS), teve o objetivo de avaliar os dados nos prontuários de pacientes em tratamento após a inserção das ações do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), em agosto de 2010. Também foi analisado o incremento da realização de baciloscopias de diagnóstico e de testes tuberculínicos no município.
A iniciativa promoveu capacitação de profissionais de saúde, a organização de todos os prontuários na unidade ambulatorial, a notificação de casos discrepantes e a formulação de uma nova ficha. Identificou, ainda, a ausência de livros de registro de casos de tuberculose e de sintomáticos respiratórios. Todas essas atividades possibilitaram uma melhoria no fluxo de encaminhamento dos pacientes para realização dos exames e tratamento.
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