O ativista brasileiro João Talocchi esteve à frente dos trabalhos da equipe do Greenpeace no Golfo do México durante o vazamento de óleo. Por isso, consideramos uma ótima oportunidade ouvir dele sobre a atuação da organização no local.
Em uma entrevista realizada dia 22 de julho, João revela os bastidores do maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos. Vamos a ela:
Qual tem sido a atuação do Greenpeace frente ao vazamento de óleo no Golfo do México?
Desde a semana do acidente, no dia 21 de abril, o Greenpeace USA está no local. Levamos conosco especialistas que lidaram com o vazamento da Exxon Valdez (Alasca, 1989) que entendem dos impactos do óleo. Atraímos mídia para os lugares onde ninguém ia, pois nem a BP, nem o governo americano, querem que as pessoas vejam o impacto real do óleo. Também organizamos protestos no mundo inteiro.
Nos Estados Unidos, ativistas foram presos ao pedir o fim da exploração de petróleo no Ártico. Na Bélgica, ativistas com óleo no corpo recepcionaram 18 representantes das maiores empresas petrolíferas com comissários da União Européia. A intenção é trabalharmos fortemente pelo fim deste tipo de exploração ao redor do mundo.
Vocês encontraram resistência para investigar a área?
A área do vazamento está fechada. Nenhum barco não-oficial pode chegar próximo, a um raio de dez quilômetros.
O sobrevôo também é limitado. É difícil fotografar ou filmar o que esta acontecendo por água ou por ar. Em terra, devemos ficar a uma distância de 20 metros das barreiras de proteção, ou de onde os barcos da BP trabalham. Não conseguimos nos aproximar para ver as aves ou tartarugas que morrem e se acumulam perto das barreiras de proteção.
Também é difícil ver o óleo perto da costa pelo excesso do dispersante Corexit, um produto químico fortíssimo usado para quebrar em pequenas partes as partículas do óleo. A mistura do óleo com o dispersante pode ser mais tóxica do que os dois produtos isoladamente, só que ninguém tem dados sobre isso. A impressão é de que existe muita coisa escondida.
Como está a situação agora no Golfo do México?
Não há mais óleo vazando da saída principal, o poço está fechado para testes. Se eles indicarem que a pressão continua alta, quer dizer que todo o óleo esta tentando sair pelo cano principal. Mas, se a pressão estiver baixa, significa que a saída fechou e o óleo esta escapando para outros lugares. Isto é um problema, pois fica difícil a identificação de onde pode estar o vazamento.
(...)
Vazamentos de petróleo em estações marítimas de perfuração são comuns?
Vazamentos ocorrem anualmente em diversas partes do mundo. Em 2001, aconteceu no Brasil, na Baía de Guanabara. Temos de considerar também vazamentos de óleo de navios, refinarias, tanques de armazenamento e motores de barco, que boa parte das vezes passam despercebidos. Acumulados, somam uma grande quantidade de litros de óleo no mar.
Este tipo de desastre pode acontecer na extração do petróleo do pré-sal brasileiro?
Em todo tipo de perfuração de petróleo onde se força os limites da tecnologia há risco. No pré-sal, em maior profundidade, mais pressão e acesso mais complicado, se houver um acidente, a mitigação seria ainda mais complicada e o impacto, gigantesco. É como uma usina nuclear: você só precisa de um vazamento para gerar uma catástrofe.
(...)
Desde a data desta entrevista tivemos outros protestos. Na Nova Zelândia, ativistas sujos de óleo trouxeram o alerta de que o petróleo é ume energia suja e, em Londres, o Greenpeace fechou 50 postos de gasolina da BP.
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Leia também: http://ning.it/nSCNcl
Petróleo Verde - Extraído de Algas e o Vazamento de Petróleo na Nova Zelândia
14.outubro.2011LINK: http://ning.it/nSCNcl
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Em uma entrevista realizada dia 22 de julho, João revela os bastidores do maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos. Vamos a ela:
Qual tem sido a atuação do Greenpeace frente ao vazamento de óleo no Golfo do México?
Desde a semana do acidente, no dia 21 de abril, o Greenpeace USA está no local. Levamos conosco especialistas que lidaram com o vazamento da Exxon Valdez (Alasca, 1989) que entendem dos impactos do óleo. Atraímos mídia para os lugares onde ninguém ia, pois nem a BP, nem o governo americano, querem que as pessoas vejam o impacto real do óleo. Também organizamos protestos no mundo inteiro.
Nos Estados Unidos, ativistas foram presos ao pedir o fim da exploração de petróleo no Ártico. Na Bélgica, ativistas com óleo no corpo recepcionaram 18 representantes das maiores empresas petrolíferas com comissários da União Européia. A intenção é trabalharmos fortemente pelo fim deste tipo de exploração ao redor do mundo.
Vocês encontraram resistência para investigar a área?
A área do vazamento está fechada. Nenhum barco não-oficial pode chegar próximo, a um raio de dez quilômetros.
O sobrevôo também é limitado. É difícil fotografar ou filmar o que esta acontecendo por água ou por ar. Em terra, devemos ficar a uma distância de 20 metros das barreiras de proteção, ou de onde os barcos da BP trabalham. Não conseguimos nos aproximar para ver as aves ou tartarugas que morrem e se acumulam perto das barreiras de proteção.
Também é difícil ver o óleo perto da costa pelo excesso do dispersante Corexit, um produto químico fortíssimo usado para quebrar em pequenas partes as partículas do óleo. A mistura do óleo com o dispersante pode ser mais tóxica do que os dois produtos isoladamente, só que ninguém tem dados sobre isso. A impressão é de que existe muita coisa escondida.
Como está a situação agora no Golfo do México?
Não há mais óleo vazando da saída principal, o poço está fechado para testes. Se eles indicarem que a pressão continua alta, quer dizer que todo o óleo esta tentando sair pelo cano principal. Mas, se a pressão estiver baixa, significa que a saída fechou e o óleo esta escapando para outros lugares. Isto é um problema, pois fica difícil a identificação de onde pode estar o vazamento.
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Vazamentos de petróleo em estações marítimas de perfuração são comuns?
Vazamentos ocorrem anualmente em diversas partes do mundo. Em 2001, aconteceu no Brasil, na Baía de Guanabara. Temos de considerar também vazamentos de óleo de navios, refinarias, tanques de armazenamento e motores de barco, que boa parte das vezes passam despercebidos. Acumulados, somam uma grande quantidade de litros de óleo no mar.
Este tipo de desastre pode acontecer na extração do petróleo do pré-sal brasileiro?
Em todo tipo de perfuração de petróleo onde se força os limites da tecnologia há risco. No pré-sal, em maior profundidade, mais pressão e acesso mais complicado, se houver um acidente, a mitigação seria ainda mais complicada e o impacto, gigantesco. É como uma usina nuclear: você só precisa de um vazamento para gerar uma catástrofe.
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Desde a data desta entrevista tivemos outros protestos. Na Nova Zelândia, ativistas sujos de óleo trouxeram o alerta de que o petróleo é ume energia suja e, em Londres, o Greenpeace fechou 50 postos de gasolina da BP.
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Sapphire Energy e a produção de petróleo verde, já obtiveram gasolina de alta octanagem |
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