Saúde
OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLOICA
A obesidade já se tornou uma das mais importantes epidemias do mundo moderno. Engana-se quem a trata apenas como um problema estético ou de aceitação social. A obesidade é uma doença com mortalidade proporcional ao grau de sobrepeso. Quanto maior, mais grave.
O método mais usado para avaliar obesidade é o índice de massa corporal (IMC). É um cálculo simples onde dividimos o peso pelo quadrado da altura, ou seja:
PESO (kg) /ALTURA ao quadrado (metros)
Exemplo: Uma pessoa de 1,70 metros pesando 90 kg.
90 kg /1,7 m x 1,7 m => 90 kg/2,89 m2 => IMC = 31,14 Kg/m2
A classificação baseada no IMC é a seguinte:
Baixo peso = IMC menor que 18,5 Kg/m2
Peso normal = IMC entre 18,5 e 24,9 Kg/m2
Sobrepeso = IMC entre 25 e 29,9 Kg/m2
Obesidade grau I = IMC entre 30 e 35 Kg/m2
Obesidade grau II = IMC entre 36 e 39,9 Kg/m2
Obesidade Mórbida = IMC > 40 Kg/m2
O paciente do exemplo acima é considerado obeso grau I.
Existem hoje no mundo 1,6 bilhões de pessoas com sobrepeso e 400 milhões de obesos. A principal causa é o sedentarismo associado a uma alimentação rica em calorias. Apenas um percentual muito pequeno dos obesos apresenta alguma doença que os predispõe a tal situação.
Alguns medicamentos podem levar ao ganho de peso, os principais são:
- Antipsicóticos: Olanzapina, Clozapina e Risperidona
- Antidepressivos: Amtriptilina e Paroxetina
- Antiepiléticos: Ácido Valpróico e Carbamazepina
- Corticóides
É importante ressaltar que existe diferença entre ganhar peso e ficar obeso. Não se pode colocar a culpa de um IMC de 35 kg/m2 nas drogas descritas acima.
Todas as pessoas com IMC > 25 kg/m2 devem ter a circunferência abdominal medida. Homens e mulheres com cintura maior que 102 cm e 88 cm respectivamente, apresentam maiores riscos de desenvolver doenças relacionadas a obesidade.
A chamada obesidade central é a que traz maior risco de doenças cardiovasculares e morte precoce. Pessoas com acúmulo de gordura na região abdominal apresentam a chamada gordura visceral, que é o excesso desta em volta dos órgãos. O acúmulo de gordura predominantemente nas coxas e quadris oferece menor risco, pois apresenta menor acometimento dos órgãos internos. É o corpo em forma de maçã versus o corpo em forma de pêra. (ver figura no alto da matéria).
Uma outra maneira de avaliar a gordura central é através da relação entre o comprimento da cintura e do quadril. Valores maiores que 1 em homens e 0,8 em mulheres indicam maior risco de doenças relacionadas a obesidade.
A partir de 35 Kg/m2 essas medidas perdem valor já que todos apresentam maior incidência de doenças.
Uma das consequências é o desenvolvimento da síndrome metabólica, também chamada de síndrome x.
O que é a síndrome metabólica ?
É considerado portador desta síndrome quem possui pelo menos 3 dos 5 critérios abaixo:
Circunferência abdominal maior que 102 cm em homens e 88 cm em mulheres
Níveis de triglicerídeos sanguíneos maiores que 150 mg/dl
Colesterol HDL (colesterol bom) menor que 40 mg/dl em homens e 50 mg/dl em mulheres
Pressão arterial maior que 130 /85 mmHg ( leia sobre valores da pressão arterial em Hipertensão)
Níveis de glicose em jejum maiores que 100 mg/dl Pessoas obesas e/ou portadoras da síndrome metabólica apresentam maiores riscos de desenvolver diabetes e doenças cardiovasculares.
Pessoas com excesso de peso apresentam maior morbidade (existência de doenças associadas) e maior mortalidade do que pessoas com peso normal. A simples presença de sobrepeso já é suficiente para reduzir a expectativa de vida. O risco de morte chega a ser 3x maior em obesos do que em pessoas com IMC normal.
Ao contrário do que se possa pensar, o tecido adiposo (gorduroso) não é simplesmente um monte gordura inativa. É na verdade um tecido metabolicamente ativo produtor de enzimas que causam resistência ao funcionamento da insulina, elevação da pressão arterial, aumento do depósito de colesterol nos vasos e outras ações que elevam a morbidade do doente obeso.
Para se ter uma idéia dos malefícios do sobrepeso, além da síndrome metabólica, as seguintes doenças estão associadas a obesidade:
- Hipertensão
- Diabetes tipo 2
- Colesterolemia
- Infarto do miocárdio
- insuficiência cardíaca
- AVC
- Trombose venosa
- Demência
-Refluxo gastro-esofágico
- Câncer de esôfago, cólon, rins, fígado, pâncreas e linfoma
- Osteoartrite e lesões articulares, principalmente joelhos
- Glomerulonefrite e Síndrome nefrótica)
- Insuficiência renal)
- Cálculo renal
- Apnéia do sono
-Hisurtismo (crescimento de pêlos nas mulheres)
- Gota
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