Uma pesquisa, realizada por Luoma e associados, de quarenta estudos post-mortem (necropsias psicológicas) mostra que 45% dos suicidas tinham visto alguém da área médica, usualmente um clínico geral, no mês anterior à sua morte.
Tomando um período maior, um ano, três em cada quatro tinham buscado ajuda médica de algum tipo. Suicidas idosos tinham percentagens ainda mais altas.
A maioria talvez não buscasse auxílio por detectar tendências suicidas em si mesmos. Somente 19% dos suicidas buscaram ajuda na área da saúde mental (psicanalistas, psiquiatras, trabalhadoras sociais, psicólogos etc.) no mês anterior ao suicídio; no ano anterior, foram 30%.
O que esses dados nos dizem? Uma parte importante dos suicidas parece enfrentar problemas sérios de saúde, não necessariamente de saúde mental. Esse dado significa que muitos estão com problemas de saúde física, até mesmo de envelhecimento, e que a busca por esse tipo de profissionais de saúde significa que eles devem ser melhor treinados para detectar sinais de intenção suicida.
Assim, é verdade que um número substancial de suicidas passa por profissionais da saúde mental pouco tempo antes do suicídio; também é verdade que um número maior passa por profissionais de saúde que não são profissionais de saúde mental. São “pontos” importantes que devem ser fortalecidos na prevenção dos suicídios. Profissionais de saúde em geral – e não somente profissionais de saúde mental – devem ser treinados para ver os sinais de intenção suicida.
GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ