Jhonathas maresia
O laudo do instituto de Criminalística é, ou pelo menos deve ser, o resultado de extensa perícia. Para quem trabalha com crimes e mortes violentas, é muito mais sério do que o BO que deve ser preenchido pela primeira autoridade a chegar no local. O laudo atribui o erro à prefeita. O marido da prefeita, ele próprio prefeito de outro município (pobre Alagoas!) argumenta que o BO é prova suficiente...É importante que se entenda que não é uma divergência entre duas fontes de igual peso e credibilidade.
O acidente do último dia 11 de outubro, envolvendo a prefeita de Matriz do Camaragibe, Doda Cavalcante, que vitimou fatalmente a turista paulista Lilian Levy Leitão, ganhou mais um capítulo e pode ser concluído em breve. A prefeita é apontada como culpada no acidente e, consequentemente, poderá ser indiciada por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
O laudo final do Instituto de Criminalística (IC) apontou que a caminhonete Hilux NMI-1085 de propriedade de Doda Cavalcante atingiu o Pálio MLY-1301 que tinha como passageiros Rodrigo Casovan e sua esposa Lilian Levuy Leitão, que veio a falecer, após se chocar com um Celta. O laudo da perícia técnica do IC diverge do Boletim de Ocorrência feito no local do acidente, pela Delegacia de Acidentes de Trânsito, que apontou a motorista do Celta AOT-3872, Queila Brito de Oliveira, como responsável pela colisão.
O delegado responsável pelo caso, Fernando Tenório, confirmou a divergência e afirmou que o caso será decidido através de um depoimento. “O laudo do IC aponta uma coisa e o BO diz outra. A conclusão do caso depende do depoimento do esposo da vítima, que está em São Paulo, mas já foi comunicado. Após esse depoimento, iremos concluir”, disse.
O esposo da vítima, Rodrigo Casovan, está em São Paulo e seu depoimento ocorrerá por meio de carta precatória, mas até o momento a polícia de São Paulo ainda não deu um retorno sobre o assunto. O delegado confirmou que a resposta deste tipo de correspondência é demorada, mas que tem um prazo para concluir o caso.
“Em último caso eu terei de ir à São Paulo colher esse depoimento, mas acho que não será necessária essa viagem”, finalizou. Caso a prefeita seja indiciada, por homicídio culposo, quando não se tem a intenção de matar, pode ser condenada a quatro anos de prisão.
DEFESA - Após o acidente, o esposo de Doda Cavalcante e prefeito de São Luis do Quitunde, Cícero Cavalcante, entrou em contato com a reportagem do CadaMinuto e afirmou que a sua esposa não tinha culpa na colisão. “Minha esposa freou para não bater também e jogou a caminhonete contra um muro. O laudo da perícia disse que o Celta foi o responsável pelo acidente”, afirmou.
Segundo Cícero Cavalcante, a condutora do Celta estava com a carteira de habilitação vencida. “A carteira dela era provisória e estava vencida desde agosto. A motorista estava dirigindo de forma irregular. Tudo está no inquérito policial e não sei porque essa história de reviravolta. Minha esposa não teve nada a ver, se ela não fosse prefeita não existiriam comentários”, afirmou ele.