São Paulo se destaca como estado com avanços expressivos em políticas voltadas ao envelhecimento populacional
Saúde

São Paulo se destaca como estado com avanços expressivos em políticas voltadas ao envelhecimento populacional



O seminário “A experiência de São Paulo Amigo do Idoso” trouxe sua iniciativa pioneira para ser conhecida pelo Rio de Janeiro. A preocupação com o aumento da população idosa - que hoje remonta a 11% de todos os habitantes do Estado de São Paulo - mobilizou o governo paulista para a criação do Programa Estado de São Paulo Amigo do Idoso, composto por ações intersecretariais, desenvolvidas em consonância com os quatro pilares propostos pela Organização Mundial da Saúde: proteção, educação, saúde e participação da população idosa.
Foto: Alexandre Kalache, Marília Louvison, Luiz Maurício Plotkowski, Louise Plouffe e Alessander Monaco.
Em realização conjunta do Centro Internacional de Longevidade (ILC-Brazil) e do Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE), o seminário foi realizado na manhã do dia 26 de março, com exposição da médica e doutora em Saúde Pública Marília Cristina Prado Louvison - pesquisadora do Instituto de Saúde, da Secretaria de Estado de São Paulo - e moderação do médico e gerontólogo Alexandre Kalache – Presidente do ILC-Brazil. A abertura foi realizada pelo médico Luiz Maurício Plotkowski, diretor geral do CEPE.

Para o debate, os organizadores do seminário convidaram o consultor de metodologia e integrante da Comissão Intersecretarial do Programa Estado de São Paulo Amigo do Idoso, Alessander Monaco Ferreira, que também é consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud); e a gerontóloga e doutora em Psicologia, Louise Plouffe, corresponsável pela concepção do projeto da Organização Mundial da Saúde “Age Friendly Cities” (Cidades Amigas dos Idosos) e por sua disseminação internacional e no Canadá - seu país natal-, onde acompanha o programa canadense “Comunidades Amigas dos Idosos”.
Durante o debate, a partir da esquerda: Alexandre Kalache, Marília Louvison, Louise Plouffe e Alessander Monaco.


Marília Louvison afirmou que “A sociedade precisa se organizar para todas as idades e reduzir as desigualdades - e o idoso precisa ser protagonista da sua história!”. A palestrante traçou o panorama que antecedeu o processo de construção do programa Estado de São Paulo Amigo do Idoso, que buscava responder a questões como quais as necessidades dos idosos, se as políticas públicas as atendem e se existem barreiras de acesso. Perguntavam-se, ainda, como preparar uma sociedade muito desigual e como construir políticas públicas para responder às demandas dos cidadãos que envelhecem. Haveria um meio para ampliar o acesso e a qualidade do cuidado com custos sustentáveis para a sociedade? O aspecto favorável é a farta base legal e normativa na área do envelhecimento – “como se fosse suficiente para a observância de políticas públicas”, analisou a pesquisadora.

Segundo a Dra. Louvison, a preocupação é que hoje a população idosa representa 11% da população total do Estado de São Paulo (cerca de 4,6 milhões de pessoas). As projeções mostram que, em 2050, o número de idosos deverá representar 22% da população mundial e, pela primeira vez na história da humanidade, haverá mais idosos do que crianças no planeta. O surgimento de um novo perfil populacional recomenda estratégias integradas para garantir o envelhecimento ativo do idoso.

Para o desenvolvimento do Programa, foi fundado o Comitê Intersecretarial do Estado de São Paulo, responsável pela proposição e implantação da política baseada no conceito de Envelhecimento Ativo, com o enfoque “Amigo do Idoso”. Com a liderança da Secretaria de Desenvolvimento Social, o Comitê Intersecretarial alicerça suas ações sobre os quatro pilares de atuação indicados pela Organização Mundial da Saúde para políticas com o enfoque “Amigo do Idoso”: participação, educação permanente, saúde e segurança. O Programa São Paulo Amigo do Idoso foi formalizado pelo Decreto n.o 58.047, de 15 de maio de 2012, que também instituiu o “Selo Amigo do Idoso”.

Em sua apresentação, Marília Louvison relatou a formação da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, que inclui Atenção Primária e Hospitais “amigos”, Rede de Referências Geriátricas e Gerontológicas, Rede de cuidados de longa duração, sensibilização e capacitação para serviços e sistemas amigos das pessoas idosas, “Cidades amigas do idoso”. Os princípios observados são a intersetorialidade, o Protocolo de Vancouver para “Cidades amigas do idoso”, estabelecimento de critérios para a emissão do “Selo Amigo do Idoso”, eixos estratégicos para a condução das ações, compromisso de cada município com ações obrigatórias e eletivas como requisitos para a obtenção do selo de adesão ao Programa, respeito ao protagonismo da pessoa idosa.

Ao finalizar, a Dra. Louvison expressou que os ambientes amigáveis podem reduzir o limiar de incapacidades e que políticas não devem ser apartadas e, por isso, amigas de todos.

Página de compartilhamento de experiências sobre o enfoque “Amigo do Idoso”:
https://www.facebook.com/groups/AGEFRIENDLY/?ref=ts&fref=ts


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O Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE) é um projeto da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, gerenciado pelo Instituto Vital Brazil, criada com o objetivo de realizar avaliação interdisciplinar de idosos; promover o envelhecimento saudável e ser um ambiente de debates e formação voltada para a saúde do idoso.

O Centro Internacional de Longevidade (ILC-Brazil) é uma organização parceira do Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE) e filiada à rede global de International Longevity Centers (ILCs). Atua como um espaço autônomo de ideias, produção do conhecimento, troca de informações, proposição de políticas, mobilização social e relações internacionais sobre os temas da longevidade e do envelhecimento.



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