Saúde
Violência no Rio: Chacinar não é solução!
Violência no Rio: Chacinar não é solução! Marise Jalowitzki
Já são 33 os mortos desde o início da onda de violências no Rio de Janeiro, onde o BOPE tenta reprimir a ação dos traficantes que dominam as favelas há décadas.
Resolveu-se, agora, tomar uma medida radical e emergencial: "varrer" os traficantes das áreas dominadas.
O tráfico se arrasta há décadas, tráfico de drogas e de armas. Qual o maior? Qual o pior? Qual o mais impactante? Um reforça o outro. A arma intimida e confere poder. Poder é o que os traficantes precisam para se manter como donos, para obter o silêncio da população.
Repreensão é o caminho? Talvez neste momento. Talvez neste estágio. O nível de repreensão,o grau de violência que irá marcar a intervenção, é que, esperamos, continue sendo com o menor número de "abates" possível. Trinta e três mortes já é um número triste e apavorante. Pois as ações acontecem em meio ao "cotidiano" de cidadãos que trabalham, tem seus filhos no colégio e tudo o mais.
Mas, certamente, repreender, matar, chacinar, expulsar, nunca resolveu nada. Lembram como há poucos anos o Bush anunciava a todos que havia "exterminado" os talibãs? Estão aí, mais fortes que sempre. Em 2007, no mesmo complexo do Alemão, assistimos à chacina. Só serviu para fortalecer o tráfico.
O problema social existe. Quando observamos as tristes fotos, vemos rostos e corpos jovens, rapazes que nasceram em meio ao tráfico, conviveram com a droga, com as armas e com o estado de marginalização desde que vieram ao mundo. Suas crenças foram moldadas na dura realidade da exclusão.
Que fizeram as autoridades, década após década? Panos quentes, empurrar com a barriga, colocar a sujeira por debaixo do tapete. Minimizar o problema.
Agora, Brasil e Rio de Janeiro mais uma vez manchete para o mundo todo, creio que as autoridades querem, efetivamente, dar um "Basta!" na situação, e "acabar" com o cenário de guerra que acompanha a beleza natural do Rio de Janeiro. Será que a "limpeza" vai resolver? Caso as políticas públicas não forem implementadas com rapidez e precisão, provando efetiva inclusão social, com certeza, a resposta é: "Não!"
O que se estará dando é "um tempo" para que pobres crianças de hoje se tornem os novos líderes do tráfico daqui há poucos anos.
Marise Jalowitzki
Escritora e Consultora organizacional
www.compromissoconsciente.blogspot.com
Porto Alegre - RS - Brasil
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Link relacionado: O que fazer com os bandidos? Super população carcerária - http://compromissoconsciente.blogspot.com/2010/11/o-que-fazer-com-os-bandidos-trafico.html
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