Você é dependente? Dependência emocional e codependência
Saúde

Você é dependente? Dependência emocional e codependência


Dependência é normal para crianças e esperada em pessoas doentes. Não é saudável em adultos! Você consegue reconhecer dependência? 

Pessoas dependentes geralmente tendem a fugir de responsabilidades, reclamam constantemente, culpam os outros e mentem para evitar as consequências de seus atos. Pessoas dependentes não desenvolvem as qualidades e habilidades essenciais para suportar uma vida adulta saudável. Eles manipulam ou demandam dos outros que façam o que não conseguem fazer por si mesmos.


Você é dependente?
Se você define amor como um comportamento que satisfaz suas necessidades é provável que sim. Desta forma, suas expressões de amor exigem que outros ajam nas suas necessidades, de forma exigente. Se você é um dependente emocional você acredita que sua segurança emocional e seu valor (autoestima) requer a presença constante e reconfortante de outra pessoa. 

Você se preocupa intensamente com outra pessoa? Você precisa estar perto daquela pessoa? Você se sente perdido quando não não consegue estar perto? Você precisa do amor exclusivo e absoluto de alguém e só procura sua compania? Você vê os amigos e familiares desta pessoa como competição? Você é ciumento? Você só consegue se decidir ou agir se a pessoa em questão aprovar?

O que vamos discutir aqui não é a dependência infantil, normal como dito acima, ou a dependência dos doentes ou dos idosos. Neste post discutiremos a dependencia emocional vista em adultos, especialmente nos relacionamentos amorosos. 

Mas lembre-se: relacionamentos codependentes podem acontecer no seio da família, no ambiente de trabalho, entre amigos, etc...



Analise as mensagens sobre relacionamentos com as quais você é bombardeado diariamente: relacionamentos na TV, nas novelas, nos filmes. Preste atenção crítica a letras de músicas e canções de amor. Nós diariamente somos bombardeados com modelos de dependência emocional!


Afinal, o que é codependência ou dependência emocional?


A codependência ou dependência emocional é uma tendência de se comportar passivamente em excesso, que leva a impacto negativo nos relacionamentos e na qualidade de vida de um indivíduo. É geralmente vista como colocando as necessidades do indivíduo abaixo das necessidades dos outros e ficar preocupado em excesso com outros. 

Historicamente o conceito foi retirado dos Alcoólicos Anônimos (AA), que mostrava que o problema não era só do dependente químico, mas também dos amigos e familiares que constituem a rede social do alcoolista.

Características da codependência


Na codependência os comportamentos, pensamentos e sentimentos vão além do que é normal para cuidados e auto-sacrifício. Numa relação parental, por exemplo, a mãe pode passar a sacrificar toda sua vida e relacionamento com pai (inclusive sexual) em prol de cuidar 100% do tempo da criança. Isso é ruim para a criança também. Em geral, um pai que cuida de si primeiro de forma saudável será um melhor cuidador do que um pai codependente que pode até mesmo causar danos aos filhos.

Os Co-dependentes Anônimos oferences os seguintes padrões e características como ferramenta para auxiliá-lo em uma autoavaliação:



Padrões de Negação:
  • Tenho dificuldade em identificar o que sinto.
  • Eu minimizo,altero ou nego como realmente me sinto.
  • Percebo a mim mesmo como completamente sem egoísmo e dedicado ao bem estar dos outros.
  • Falta-me empatia pelos sentimentos e necessidades de outros.
  • Eu rotulo outros com meus traços negativos.
  • Cuido de mim mesmo sem qualquer ajuda de outros.
  • Mascaro minha dor de várias formas como raiva, depressão e isolamento.
  • Eu expresso negatividade ou agressão de forma indireta e passiva.
  • Não reconheço que outros pelos quais me sinto atraído possam não estar disponíveis.
Padrões de baixa autoestima:
  • Tenho dificuldades em tomar decisões.
  • Julgo tudo o que penso ou digo duramente, como se nunca fosse bom o suficiente.
  • Fico envergonhado ao receber reconhecimentos, elogios ou presentes.
  • Nunca peço aos outros que reconheçam meus desejos ou necessidades.
  • Valorizo mais a opinião dos outros do que a minha sobre o que penso, sinto e como ajo.
  • Não me vejo como alguém que mereça amor ou atenção.
  • Constantmente busco reconhecimento que acho que mereça.
  • Tenho dificuldades em admitir que errei.
  • Tenho que parecer correto aos olhos dos outros e até minto para que parecer melhor.
  • Acho-me superior aos outros.
  • Preciso de outros para me sentir seguro.
  • Tenho dificuldades em começar atividades, completar prazos e projetos.
  • Tenho dificuldades em estabelecer prioridades mais saudáveis.
Padrões de evitamento:
  • Ajo de forma convidativa a outros para me rejeitar.
  • Julfo duramente o que os outros pensam, sentem, falam e fazem.
  • Evito intimidade emocional, física ou sexual como forma de me distanciar.
  • Permito que minhas dependências a pessoas, lugares e coisas me distraiam de atingir real intimidade nos relacionamentos.
  • Uso comunicação indireta e evasiva para evitar conlitos ou confrontações.
  • Atraio as pessoas, mas quando elas estão próximas, eu as evito.
  • Acredito que demostrações de emoção são sinais de fraqueza.
Padrões de cumplicidade:
  •  Eu comprometo meus próprios valores e integridade para evitar rejeição por parte de outros.
  • Eu sou muito sensível a como os outros se sentem e sinto o mesmo.
  • Sou extremamente leal, permanecendo em situações danosas por muito tempo.
  • Eu valorizo mais a opinião dos outros do que a minha própria e tenho medo de expressar opiniões e sentimentos diferentes.
  • Deixo de lado meus próprios interesses e hobbies para fazer o que os outros querem.
  • Aceito sexo ou atenção sexual quando procuro amor.
  • Tenho medo de expressar minhas opiniões e crenças quando diferentes do que os outros pensam.
  • Tomo decisões sem pensar nas consequências.
Padrões de controle:
  • Acredito que a maioria das pessoas é incapaz de cuidar de si mesmas.
  • Tento convenceros outros sobre o que "deveriam" sentir ou pensar.
  • Fico ressentido quando outros não me deixam ajudá-los.
  • Ofereço conselhos abertamente, sem ter sido convidado a isso.
  • Gasto com presentes luxuosos e favores naqueles que me são importantes.
  • Utilizo o sexo para ganhar aprovação e aceitação dos outros.
  • Necessito que "precisem" de mim para me relacionar com outros.
  • Exijo que minhas necessidades sejam acolhidas pelos outros.
  • Uso meu charme e carisma para convencer os outros de minha capacidade de compaixão e cuidado.
  • Uso culpa e vergonha para explorar emocionalmente os outros.
  • Recuso-me a cooperar, comprometer ou negociar.
  • Adoto uma atitude de indiferença, desesperança, autoridade ou raiva para manipular resultados.
  • Finjo concordar com outros para conseguir o que quero.

Recuperação


Existem várias formas de tratamento da dependência emocional. Muitos optam por psicoterapia e algumas pessoas usam medicamentos psiquiátricos quando o quadro é associado à depressão.


Um dos principais aspectos da intervenção familiar, feita na psicoterapia, é a identificação de padrões de codependência na família. Também existem diversos livros de autoajuda no mercado que lidam com a dependência emocional.

Qual o problema da dependência emocional a longo prazo?

Padrões mal resolvidos de codependência podem levar a problemas como alcoolismo, dependência química, transtornos alimentares, dependência sexual e outros comportamentos autodestrutivos.Pessoas com padrões de dependência tem maior probabilidade de serem abusadas por indivíduos agressivos (bullying), de ficar em empregos insatisfatórios e estressantes, e de permanecer em relacionamentos abusivos. Além disso, estas pessoas procuram menos ajuda médica quando necessária, são preteridas nas promoções no trabalho e ganham menos quando comparadas a outros indivíduos.




           



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