Adolescentes brasileiros no caminho da probreza de da morte violenta
Saúde

Adolescentes brasileiros no caminho da probreza de da morte violenta



Publicado em 26.02.2011, Jornal do Commercio


 

Relatório do Unicef mostra que as pessoas com idades entre 10 e 19 anos são as que mais sofrem com o desemprego e a violência no Brasil. País é campeão mundial de homicídios nessa faixa etária

BRASÍLIA – Relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) informa que 38% dos adolescentes do Brasil vivem em situação de pobreza e são o grupo etário mais vulnerável ao desemprego, à violência e até à degradação ambiental, entre outros indicadores de redução da qualidade de vida.

O documento, divulgado ontem, informa que 81 mil adolescentes brasileiros de 15 a 19 anos de idade foram assassinados entre 1998 e 2008. Segundo o texto, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de homicídios de jovens.

Na contramão do que acontece nos demais países, inclusive em nações mais pobres, no Brasil o número de assassinatos de adolescentes é bem maior que o número de adolescentes mortos em acidentes de trânsito e outras causas violentas.

Segundo o coordenador do Programa de Cidadania dos Adolescentes do Unicef no Brasil, Mário Volpi, os adolescentes brasileiros estão mais expostos à violência do tráfico de drogas, às falhas das políticas de segurança e, em algumas áreas, à pobreza: "O número de mortes violentas de adolescentes no Brasil é desproporcional em relação a qualquer outro país".

O Unicef faz um apelo para que o governo invista na criação de programas de saúde, educação e segurança voltados especialmente para adolescentes. Pelos dados da ONU, o Brasil tem 33 milhões de adolescentes.

Pelo conceito internacional, adolescentes são pessoas de 10 a 19 anos de idade. "Em consonância com o relatório mundial (divulgado ontem), a situação dos adolescentes no Brasil demonstra que atualmente as oportunidades para sua inserção social e produtiva ainda são insuficientes, tornando-os o grupo etário mais vulnerável em relação a determinados riscos, como o desemprego e subemprego, a violência, a degradação ambiental e redução dos níveis de qualidade de vida", diz um trecho do relatório.


 


 

Numa análise mais detalhada, o relatório mostra que, em termos proporcionais, os adolescentes negros são mais atingidos pelas desigualdades sociais. "As crianças e os adolescentes afrodescendentes são os mais afetados pela pobreza, elevando esse número (de adolescentes pobres) para 56%", diz o Unicef.

O fundo chama atenção também para o crescimento dos casos de gravidez na adolescência. Em 1998, foram registrados 27.237 nascimentos com mães de 10 a 14 anos. Ao longo de 2008, este número subiu para 28.479. Mais da metade desse contingente de crianças que se tornam mães vive nas Regiões Norte e Nordeste, onde estão algumas das cidades com os mais altos índices de prostituição infantil. "As complicações relacionadas à gravidez e ao parto estão entre as principais causas de morte de meninas de 15 a 19 anos em todos os lugares do mundo", destaca o relatório.

O Unicef recomenda que o governo brasileiro crie medidas direcionadas aos adolescentes. Uma das sugestões é ampliar o ensino médio, que hoje estaria voltado exclusivamente para preparar os jovens para o mercado de trabalho. Para o Unicef é importante que as escolas ofereçam também opções de cultura, esporte, lazer e outros conteúdos que reforcem a cidadania. O Unicef sugere ainda que a rede pública de saúde ofereça serviços médicos específicos para adolescentes.




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