Limitar o consumo de ómega-6 na gravidez pode ser benéfico para o bebé
Saúde

Limitar o consumo de ómega-6 na gravidez pode ser benéfico para o bebé


De acordo com um estudo da Universidade de Southampton, os bebés de mulheres grávidas com níveis elevados no sangue de ácidos gordos polinsaturados ómega-6, presentes nos óleos vegetais, tendem a ser mais gordos e ter menos músculo. Pelo contrário, foi verificada uma associação inversa com as gorduras ómega-3 de origem animal e principalmente presentes nos peixes gordos.


Que associação não implica causalidade já eu disse várias vezes. Mas não deixa de ser interessante mais um estudo a sugerir que os ómega-6 podem não ser assim tão bons para a nossa saúde. Por seu lado, o EPA e DHA, estes de origem animal e encontrados especialmente nos peixes gordos, parecem ser benéficos a vários níveis e equilibrar o efeito inflamatório que os ómega-6 exercem no organismo. Algumas alimentos de origem vegetal, como as nozes e a linhaça, contêm um outro tipo de ómega-3, o ALA. No entanto, convém esclarecer que a taxa de conversão em EPA e DHA é muito reduzida e apenas estes parecem ter uma actividade biológica relevante. Comer linhaça não nos dispensa de comer peixe de forma alguma.

A dieta moderna é bastante desequilibrada no que respeita ao rácio ómega-6:ómega-3. Uma proporção de 10:1 ou 20:1 não é rara, quando o ideal parece ser 4:1 ou até menos. Se olharmos para os alimentos disponíveis à nossa volta rapidamente percebemos porquê. O Dr. Nicholas Harvey, autor do estudo, refere que os ómega-3 e ómegas-6 parecem actuar em sentidos opostos no que respeita à composição corporal da criança. Trabalhos anteriores tentaram estudar o efeito do ómega-3 em isolado, sem consideração do papel dos ómega-6. Estes resultados apontam para a necessidade de reduzir o aporte destas gorduras vegetais e, muito provavelmente, para um benefício da suplementação com ómega-3 durante e previamente à gravidez.

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