O perigo das decisões feitas às pressas
Saúde

O perigo das decisões feitas às pressas


As publicações sobre câncer de próstata estão repletas de notícias sobre tratamentos desnecessários com sérios efeitos colaterais que reduzem a qualidade da vida. Eu conheço bem a sensação de ouvir um diagnóstico de câncer. É aterrorizante. A reação mais comum é "faz tudo o que precisa fazer, tira tudo, queima tudo etc etc". E, com freqüência, decisões erradas são tomadas. Uma vez tomadas, têm conseqüências irreversíveis. Os pacientes precisam ser informados das conseqüências e precisam ser tranqüilizados.
Na véspera de fazer radioterapia fui informado de que a radioterapia poderia

Não fui informado de que a cirurgia poderia


Uma noite não é bastante para mastigar todas elas. Muitos pacientes com um PSADT baixo, com baixa velocidade do PSA e baixo escore Gleason, tem um câncer indolente e, dependendo da idade, é pouco provável que morram do câncer. Ficar em observação não combina com a ansiedade e o medo provocados pelo diagnóstico de câncer. Os familiares também podem ser acometidos de medo e ansiedade e farão pressão para usar tratamentos radicais. É o contexto no qual muitas decisões erradas são tomadas. Ficar em observação pode ser o caminho mais sensato. Ir em frente com testes freqüentes. Caso os resultados justifiquem, iniciar um tratamento mais radical. Infelizmente, na hora o único pensamento é se livrar do câncer.
Um estudo realizado na Universidade de Michigan concluiu que metade dos pacientes tratados com cirurgia ou radiação poderiam ter permanecido sob observação, evitando os pesados custos e as sérias conseqüências dos tratamentos. O estudo foi baseado em 71.602 pacientes tratados entre 2000 e 2002. Um baixo risco de morte seriam homens de qualquer idade com tumores bem diferenciados (baixo Gleason) e homens de mais de 70 anos com tumores bem e medianamente diferenciados. No total, 24.825 homens estavam nessas categorias. Ver sumário aqui.
Uma exposição completa e confiável - e fácil de entender - sobre o câncer de próstata por um urólogo em Português pode ser encontrada aqui. Foi escrita pelo dr. Miguel Srougi, professor titular de Urologia da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP, São Paulo e pós-graduado em Urologia pela Universidade de Harvard



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