A “vacina” de 93 mil dólares, Provenge, está sendo testada em uma população com um câncer menos avançaado. A FDA, órgão com funções semelhantes à ANVISA, não aprova remédios para toda e qualquer população: como o estágio do câncer influi sobre os benefícios do tratamento, a aprovação especifica qual ou quais os estágios que justificam o tratamento. O objetivo maior é que Provenge é um medicamento seguro também nessas populações e que o sistema imune responde bem a ele e ataca as células cancerosas.
Examinaram 42 pacientes que posteriormente fizeram a cirurgia radical. Um deles teve uma reação alérgica séria à vacina. A pesquisa confirmou que o sistema imune reage bem ao Provenge nesse momento bem menos avançado do câncer. O objetivo último é atacar as células cancerosas antes que elas metastizem. O dr. Fong argumentou que nos casos menos avançados o sistema imune foi menos castigado e funciona melhor. Para quem não se lembra, essa terapia retira as células brancas e as treina para que identifiquem corretamente e destruam as células cancerosas. É um princípio promissor, mas ainda com resultados medíocres (na mediana, aumenta a sobrevivência dos casos avançados em quatro meses). Claro que pode ser aperfeiçoado – e muito. Aplicar essa terapia entre seis e oito semanas antes da cirurgia permite examinar as próstatas retiradas através da cirurgia e ver qual o efeito sobre as células cancerosas.
Quais os resultados?
· Um aumento de três vezes ou mais na média das células CD3+ e CD3+/CD4+, em comparação com as encontradas nas biópsias feitas anteriormente ao tratamento com Provenge;
· Um aumento (dobrando ou triplicando) a concentração de células CD3+/CD8+ na superfície do tumor;
· Um aumento das células T, que têm função regulatória, na interface do tumor.
Um dos próximos passos seria verificar se o tratamento aumentou a sobrevivência, mas para confirmar esse bom resultado seria necessário acompanhar os pacientes por dez, quinze, vinte anos ou mais.
Fonte: MedPage Today
GLÁUCIO SOARES IESP/UERJ