Há um crescimento contínuo do conhecimento a respeito do câncer da próstata. Lento, muito mais vagaroso do que gostaríamos, mas existe. Algumas das linhas passam por refinamentos consecutivos.
Tomo como exemplo uma espécie, turmeric, chamada de cúrcuma. Inclui um componente chamado curcumin, cuja versão sintética vem retardando o avanço do câncer. O composto sintético é chamado de ca27 e parece eficiente porque é absorvido rapidamente. A cúrcuma natural é absorvida de maneira menos eficiente. Creio, sem saber, que, em geral, é o contrário: os produtos naturais seriam absorvidos com mais facilidade e rapidez do que os sintéticos (insisto: é chute meu, pode ser verdade ou não).
Há um grupo na Universidade do Novo México pesquisando esse composto e seu efeito sobre o câncer. O objetivo do grupo é desenvolver novas estratégias de ataque aos cânceres avançados da próstata. É possível ter novas estratégias com ingredientes antigos; além disso, o que é novo em uma cultura pode ser velho em outra.
Como?
O tratamento padrão para o câncer avançado é a terapia chamada de ablação andrógena. Os andrógenos regulam a produção da testosterona que é o alimento favorito desse câncer. Porém, esse tratamento funciona por um período. Uns afirmam que a mediana é 18 meses, ao passo que outros, como o Dr. Charles Meyers, insistem que é mais, podendo ser muito mais.
E a cúrcuma? Ela inibe as funções das proteínas AR. Mas o corpo a absorve parcialmente e vagarosamente. Por isso, os pesquisadores criaram e estão aperfeiçoando a ca27 e se e quanto e como inibem a atividade da proteína AR. Ainda estão em fase de laboratório. Testam vários níveis de concentração da ca27 em diferentes linhas de células cancerosas. Concluíram que a cúrcuma original não as altera, a ca27 altera. Melhor: ela tem um efeito duplo: impede o crescimento de células cancerosas e chega a tornar inviáveis algumas delas.
Um processo, chamado de estresse oxidativo, pode danificar muitas células cancerosas. As pesquisas estão em andamento, algumas com a ca27, e outras com análogas.
Vai demorar, sem dúvida, mas, alguns dos que lêem esse post poderão ser beneficiados. Quem sabe?
GLAUCIO SOARES IESP/UERJ