Saúde
A importância do pequeno-almoço: calorias ou composição?
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Um exemplo do que NÃO comer |
Tomar ou não tomar o pequeno-almoço? Esta é uma questão que tem gerado muita polémica nos últimos tempos, agitando dogmas antigos do "nutricionismo" - o pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia. Embora dentro do paradigma da nutrição convencional eu seja do mais controverso que há, o que me deixa muito feliz devo dizer, não é a importância do pequeno-almoço que eu contesto mas sim a sua composição. É altura de abandonarmos a ideia dos hidratos de carbono [link], pelo menos em tipos metabólicos menos flexíveis na alternância de substratos energéticos. E se formos diabéticos? O tipo de pequeno-almoço tem influência no controlo da doença e apetite? Um equipa Israelita sugere que sim num estudo apresentado recentemente no meeting da European Association for the Study of Diabetes [link].
Este estudo, randomizado e controlado com diabéticos tipo 2 de peso excessivo, comparou o efeito de dois pequenos-almoços diferentes em parâmetros do controlo glicémico, antropométricos, hormonais, inflamatórios, e lipídicos. Um pequeno-almoço era maior (BB), representando 33% das calorias diárias, e o outro mais pequeno (SB), apenas com 12,5% do total energético. O grupo BB, com o maior pequeno-almoço, revelou mais melhorias a nível da pressão arterial e HbA1c do que o grupo SB. O BB também reduziu significativamente a necessidade de anti-diabéticos orais. O score de fome foi também menor neste grupo, que também observou resultados melhores a nível da glicémia de jejum.
Ok... Até aqui tudo bem. Um grande pequeno-almoço é mais favorável do que um mais modesto. Nada contra aquilo que é aceite pela "sabedoria" convencional. É a refeição mais importante do dia, neste caso para um diabético. Mas se fosse só isto a espremer do estudo, é óbvio que não iria escrever sobre ele. Tão ou mais importante do que o valor calórico total do pequeno-almoço, é a sua composição. O grande pequeno-almoço, BB, tinha uma maior proporção de proteína e gordura do que o SB, ou seja, era composto por uma menor quantidade relativa de hidratos de carbono.
Óbvio que só queria dar mais uma facadinha na noção da importância dos hidratos de carbono ao pequeno-almoço, em particular naqueles com uma má homeostase glicémia. E são muitos, não apenas a população diabética. A resistência à insulina é uma epidemia de proporções épicas, e na base da maior parte das disfunções metabólicas que levam a uma má composição corporal: excesso de gordura e pouca massa muscular. Para estes biótipos, já sabem o que eu acho do consumo de hidratos de carbono ao pequeno-almoço. E na verdade, à excepção do peri-treino, não deverá exceder nunca as 30 g por refeição. Mas como eu costumo dizer, se está satisfeito com os seus resultados, por favor não mude nada!
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