Alguns pacientes e, sobretudo, seus parentes e amigos escreveram solicitando conselhos sobre a metástase óssea e temas relacionados. Esse é um tema a ser tratado com seu urólogo ou oncólogo. Como paciente, admito que essa é uma área que me faz sentir muito desconfortável. Por isso, busco com particular atenção as pesquisas feitas e as informo.
O tratamento antihormonal, etapa quase obrigatória no tratamento de canceres agressivos, aumenta – e muito – o risco de perda óssea e de fraturas.
Como lidar com essa ameaça?
Um anticorpo monoclonal chamado denosumab parece ajudar. Há uma associação entre o uso de denosumab – no momento adequado a ser decidido pelo urólogo ou oncólogo, não antes nem depois – aumenta a densidade óssea e reduz o risco de fraturas que atingem a espinha. Esse efeito foi constatado entre pacientes recebendo o tratamento antihormonal no Massachusetts General Hospital Cancer Center. O procedimento foi a clássica divisão entre o grupo experimental, que recebeu o denosumab cada seis meses, e o grupo controle, que recebeu um placebo também cada seis meses.
Dois anos depois, compararam os dois grupos: a densidade óssea na espinha lombar do grupo experimental (que recebeu o denosumab) aumentou 5,6%, ao passo que no grupo controle diminuiu 1%. Os pesquisadores constataram aumento na densidade óssea em outros lugares, como nos quadris (como um todo), no fêmur etc.
Além disso, verificaram que as diferenças entre os dois grupos começaram cedo: já estavam presentes um mês depois do primeiro tratamento e continuavam presentes três anos depois. Nesse momento (três anos depois) os pacientes do grupo experimental reduziram as fraturas em uma ou mais vertebras. Os dados divulgados pararam aí. A conclusão possível é que o denosumab reduz os problemas ósseos dos pacientes que fazem terapia antihormonal e cujo câncer não metastizou (o que não garante que continuará sem metástases).
Denosumab aumenta riscos de problemas sérios, um deles sendo a necrose mandibular. Claro está que o paciente, em consulta com seu urólogo e/ou oncólogo, tem que decidir se as vantagens compensam esse maior risco.
Outras pesquisas mostram que exercícios (orientados), exposição solar (prudente, de até uma hora, cedo durante a manhã ou no fim da tarde), e ingestão com orientação médica de vitamina D3 também reduzem o risco de lesões ósseas.
GLAUCIO SOARES IESP-UERJ