Saúde
Conhecendo a Floresta Atlântica
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Palicourea |
A cobertura da Floresta Atlântica, que na época do descobrimento do Brasil estendia-se por uma área de 1,3 milhões de quilômetros quadrados (do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul), abrange hoje apenas 7,9% da área original. Mais de 80% dos fragmentos florestais que ainda restam correspondem a áreas com menos de 50 hectares. A preservação destas áreas requer, entre outras coisas, o conhecimento das espécies que nelas habitam.
A pesquisa de mestrado da bióloga Camilla Ribeiro Alexandrino, pelo Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia da UENF, buscou exatamente ampliar os conhecimentos sobre as espécies vegetais que habitam a Floresta Atlântica. As espécies escolhidas foram as dos gêneros
Palicourea e
Rudgea — ambas pertencentes à tribo
Psychotrieae, que por sua vez integra a subfamília
Rubioideae, incluída na família
Rubiaceae.
— Estes gêneros têm tido suas delimitações taxonômicas discutidas na literatura. A pesquisa confirmou a separação dos gêneros e ainda uma separação intraespecífica com relação às espécies do gênero
Rudgea. O fato sugere a existência de características na anatomia foliar destas espécies que podem auxiliar na discussão sobre os limites entre estes gêneros da tribo
Psychotriaea — explica Camilla, que teve a orientação da professora Maura Da Cunha, do Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT) do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB) da UENF.
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Rudgea |
Intitulada “
Anatomia e micromorfologia foliar comparada de espécies dos gêneros Palicourea
(Aubl.) e Rudgea
(Salisb.) (Rubiaceae) em remanescentes florestais do Estado do Rio de Janeiro”, a pesquisa teve por objetivo a caracterização comparativa, anatômica e micromorfológica das folhas das espécies em questão. Para tanto, Camilla utilizou as técnicas de microscopia óptica e de microscopia eletrônica de varredura.
O material de pesquisa foi coletado em três áreas de proteção ambiental no Estado do Rio de Janeiro: o Parque Nacional do Itatiaia, a Reserva Biológica de Poço das Antas e a Reserva Biológica do Tinguá, atualmente ameaçada por caçadores de animais silvestres, empresas poluidoras e a presença de um aterro sanitário beirando o local.
— Esta família se destaca, entre outras coisas, pelo seu potencial terapêutico. Há espécies que podem atuar como microbicidas, antiplasmódicos, analgésicos, anti-inflamatórios, antioxidantes e antitumorais — diz.
Fúlvia D'Alessandri
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