As estatinas salvam muitas vidas porque evitam derrames e ataques do coração. Elas controlam o colesterol. Agora há um novo benefício das estatinas – reduzem o risco de morte por câncer da próstata.
A Dra. Janet Stanford, do Prostate Cancer Research Programme mantido pelo Fred Hutchinson Cancer Research Centre conclui que se um acompanhamento maior continuar demonstrando que a taxa de mortalidade por câncer da próstata entre os que usam esse tipo de medicamento, então valerá a pena receitá-lo.
Não é a primeira pesquisa a sugerir esse efeito protetor. Houve outras que usaram como indicador do câncer o PSA, obtido através de um exame sanguíneo. Porém, o PSA tem falsos positivos e falsos negativos, ao passo que a taxa de mortalidade é um indicador mais confiável. A pesquisa acompanhou mil pacientes, sendo que um terço deles usava estatinas para controlar o colesterol. O escopo, portanto, não se refere ao risco de ser diagnosticado com câncer, mas entre os já diagnosticados ao risco de morrer dentro de oito anos.
Quantos morreram? Cinco por cento dos que não usavam estatinas e um por cento dos que usavam, uma diferença substancial.
Contudo, oito anos é pouco para avaliar o efeito de um câncer que progride vagarosamente na maioria dos casos. É preciso mais tempo.
Se esse efeito benéfico for confirmado, há outro aspecto importante: as estatinas, hoje, são baratas. Como é o câncer mais comum entre os homens, e o tratamento é caro, uma redução do custo vai ajudar muito o nosso SUS a sair da bancarrota em que se encontra. E promessa é maior: outros canceres podem ser combatidos com as estatinas.
GLÁUCIO SOARES - IESP/UERJ