Há novas esperanças no mundo do câncer da mama. Um dos tratamentos padronizados desse câncer é uma combinação entre docetaxel (que também é usado no combate ao câncer da próstata) e a herceptina.
Qual a novidade? Aumentar o coquetel, com pertuzumab reduz em 38% o risco de que pacientes com câncer da mama já metastizado – mas somente do tipo HER2 – produz uma redução no risco de morte e da doença progredir ainda mais.
Em quanto? Trinta e oito por cento. Não é pouco.
Essa pesquisa, Fase III, se chama – vejam só – Cleopatra.
Uma das medidas do êxito de um tratamento é quanto amplia o período em que a doença não progride, não avança. O controle temporário. A maioria dos pacientes do tipo HER2-positivo responde por um tempo ao trastuzumab e depois param de responder e o câncer volta a avançar, algo semelhante ao que acontece com o tratamento hormonal dos cânceres da próstata.
Quais os resultados? No grupo controle, que recebeu o tratamento padrão, a mediana (metade dos pacientes menos, metade mais) até que o câncer voltasse a avançar foi de 12,4 meses; no grupo com o mesmo tratamento mais pertuzumab, o período foi maior, 18,5 meses, um ganho de mais de seis meses. A probabilidade de que esses resultados fossem obtidos ao acaso é menor do que um em dez mil. É o primeiro teste Fase III do pertuzumab. Pretendem adicioná-lo ao tratamento do câncer avançado da mama e dos cânceres gástricos.
Nem todos casos de câncer da mama deste tipo e nível respondem ao tratamento padrão: 69%; mas no coquetel com pertuzumab, a percentagem foi melhor: 80%.
Fonte: New England Journal of Medicine (N Engl J Med. 2011 Dec. 7 [doi: 10.1056/NEJMoa1113216]).