Estudo italiano liga grupo de carboidratos a risco de doenças cardíacas em mulheres
Saúde

Estudo italiano liga grupo de carboidratos a risco de doenças cardíacas em mulheres





Mulheres que consomem carboidratos com altos níveis glicêmicos, como pães, pizzas e arroz, podem até duplicar seu risco de doenças cardíacas. A conclusão é de um estudo [Dietary Glycemic Load and Index and Risk of Coronary Heart Disease in a Large Italian Cohort: The EPICOR Study] com mais de 47 mil pessoas realizado na Itália.
O estudo, coordenado pela pesquisadora Sabina Sieri, da Fondazione IRCCS Instituto Nazionale dei Tumori, em Milão, analisou mais de 15 mil homens e 32 mil mulheres que tiveram sua dieta monitorada ao longo de quase oito anos.
Após esse período, 463 participantes haviam desenvolvido algum tipo de doença coronária.

Em um artigo na revista científica Archives of Internal Medicine, os pesquisadores disseram ter percebido que as mulheres que consumiram mais alimentos com alto índice glicêmico (25% da amostragem) haviam desenvolvido um risco de doenças equivalente ao dobro do risco de mulheres das 25% que consumiram carboidratos com baixo índice glicêmico, como massas.

No segundo grupo, os pesquisadores não observaram relação com o risco de doenças cardíacas.
Alimentos com alto índice glicêmico liberam energia e elevam rapidamente os níveis de açúcar no sangue e, assim, acionam mais rapidamente o pâncreas para produzir insulina.

Entretanto, os cientistas dizem que são necessárias novas pesquisas para entender por que os carboidratos com alto índice glicêmico – e não os carboidratos em si mesmos – estão ligados ao risco de doenças cardíacas, e por que este risco se aplica às mulheres, mas não aos homens.

“Um alto consumo de carboidratos a partir de alimentos com alto índice glicêmico, e não a quantidade total de carboidratos consumido, parece influenciar o risco de desenvolver doenças na artéria coronária”, escreveram os cientistas.

Os pesquisadores especulam que a razão para isso possa estar ligada a um possível efeito de redução dos níveis de “colesterol bom” no sangue das mulheres.
A nutricionista Victoria Taylor, da Fundação Britânica para o Coração (British Hearth Foundation) disse que o estudo pode ajudar as mulheres a escolher os alimentos mais saudáveis para sua dieta.

“É possível diversificar os tipos de pães e cereais para incluir grãos, centeio, aveia; incluir mais feijão, lentilha, grão de bico; e acompanhar as refeições com uma boa porção de frutas e verduras.”

O artigo “Dietary Glycemic Load and Index and Risk of Coronary Heart Disease in a Large Italian Cohort: The EPICOR Study” apenas está disponível para assinantes da revista Archives of Internal Medicine. Para maiores informações transcrevemos, abaixo, o abstract:

Dietary Glycemic Load and Index and Risk of Coronary Heart Disease in a Large Italian Cohort

The EPICOR Study

Sabina Sieri, PhD; Vittorio Krogh, MD, MS; Franco Berrino, MD; Alberto Evangelista, BSc; Claudia Agnoli, PhD; Furio Brighenti, PhD; Nicoletta Pellegrini, PhD; Domenico Palli, MD; Giovanna Masala, MD; Carlotta Sacerdote, MD; Fabrizio Veglia, MD; Rosario Tumino, MD; Graziella Frasca, PhD; Sara Grioni, BSc; Valeria Pala, PhD; Amalia Mattiello, MD; Paolo Chiodini, PhD; Salvatore Panico, MD

Arch Intern Med. 2010;170(7):640-647.

Background
Dietary glycemic load (GL) and glycemic index (GI) in relation to cardiovascular disease have been investigated in a few prospective studies with inconsistent results, particularly in men. The present EPICOR study investigated the association of GI and GL with coronary heart disease (CHD) in a large and heterogeneous cohort of Italian men and women originally recruited to the European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition study.

Methods
We studied 47 749 volunteers (15 171 men and 32 578 women) who completed a dietary questionnaire. Multivariate Cox proportional hazards modeling estimated adjusted relative risks (RRs) of CHD and 95% confidence intervals (CIs).

Results
During a median of 7.9 years of follow-up, 463 CHD cases (158 women and 305 men) were identified. Women in the highest carbohydrate intake quartile had a significantly greater risk of CHD than did those in the lowest quartile (RR, 2.00; 95% CI, 1.16-3.43), with no association found in men (P = .04 for interaction). Increasing carbohydrate intake from high-GI foods was also significantly associated with greater risk of CHD in women (RR, 1.68; 95% CI, 1.02-2.75), whereas increasing the intake of low-GI carbohydrates was not. Women in the highest GL quartile had a significantly greater risk of CHD than did those in the lowest quartile (RR, 2.24; 95% CI, 1.26-3.98), with no significant association in men (P = .03 for interaction).

Conclusion
In this Italian cohort, high dietary GL and carbohydrate intake from high-GI foods increase the overall risk of CHD in women but not men.

Author Affiliations: Nutritional Epidemiology Unit (Drs Sieri, Krogh, Agnoli, and Pala; Mr Evangelista; and Ms Grioni) and Etiological and Preventive Epidemiology Unit (Dr Berrino), Fondazione IRCCS (Istituto di Ricovero e Cura a Carattere Scientifico) Istituto Nazionale Tumori, and Centro Cardiologico Monzino, IRCCS (Dr Veglia), Milan, Italy; Department of Public Health, University of Parma, Parma, Italy (Drs Brighenti and Pellegrini); Molecular and Nutritional Epidemiology Unit, Cancer Research and Prevention Institute, Florence, Italy (Drs Palli and Masala); Institute for Scientific Interchange Foundation and Department of Genetics, Biology, and Biochemistry, University of Turin, Turin, Italy (Drs Sacerdote and Veglia); Cancer Registry (Drs Tumino and Frasca) and Histopathology Unit (Dr Tumino), Department of Oncology, Civile M. P. Arezzo Hospital, Ragusa, Italy; and Department of Clinical and Experimental Medicine, University of Naples Federico II (Drs Mattiello and Panico), and Department of Public Health and Preventive Medicine, University II of Naples (Dr Chiodini), Naples, Italy.

Reportagem da BBC Brasil, publicada com informações adicionais pelo EcoDebate, 15/04/2010


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Estudo ‘Food Combination and Alzheimer Disease Risk’ sugere que oleaginosas diminuem risco de Mal de Alzheimer

Oleaginosas diminuem risco de Mal de Alzheimer, diz estudo – Uma dieta rica em frutos oleaginosos (como castanhas, nozes e amêndoas), peixe e legumes diminui significativamente as chances de que uma pessoa desenvolva o Mal de Alzheimer, segundo um estudo [Food Combination and Alzheimer Disease Risk] publicado na revista científica Archives of Neurology.

O pesquisador Yian Gu e seus colegas do Medical Centre da Columbia University, em Nova York, Estados Unidos, analisaram as dietas de 2.148 adultos em idade de se aposentar vivendo em Nova York.

Durante os quatro anos de duração do estudo, 253 dos adultos do grupo desenvolveram o Mal de Alzheimer.

Quando os pesquisadores estudaram em detalhe as dietas de todos os participantes no estudo, perceberam um padrão.

Adultos cujas dietas incluíam mais frutos oleaginosos, peixe, aves, frutas e verduras e menos laticínios gordurosos, carne vermelha e manteiga apresentaram muito menos chances de sofrer de demência.

Influência

Os pesquisadores acreditam que o segredo esteja nos diferentes níveis de nutrientes específicos que essa combinação de alimentos oferece.
Por exemplo, dietas ricas em ácidos graxos (como Ômega 3), vitamina E e folatos (como o ácido fólico), mas pobres em gorduras saturadas, parecem ser as melhores.
Há muito se suspeita de que nutrientes podem influenciar os riscos de demência.
Os folatos reduzem os níveis do aminoácido homocisteína (que foi associado, em estudos anteriores, ao Mal de Alzheimer) na circulação sanguínea.
Da mesma maneira, a vitamina E pode oferecer proteção devido ao seu forte efeito antioxidante.
Por outro lado, ácidos graxos saturados e monoinsaturados podem aumentar os riscos de demência ao encorajar a formação de coágulos no sangue, dizem os pesquisadores.
Comentando o estudo, Rebecca Wood, diretora-executiva do Alzheimer’s Research Trust, disse: “Entender a conexão entre dieta e os riscos de demência pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de doenças como o Mal de Alzheimer em algumas pessoas”.
“Adaptar nosso estilo de vida à medida em que ficamos mais velhos – fazendo exercícios regularmente, prestando atenção à nossa dieta e mantendo uma vida social ativa – pode reduzir os riscos de demência”.
“Mas infelizmente”, acrescentou Wood, “não há dieta ou estilo de vida que elimine esses riscos por completo”.
Na opinião da especialista, com 35 milhões de pessoas sofrendo de demência no mundo hoje, é importante que as pesquisas sejam direcionadas para a criação de novos tratamentos.
O artigo “Food Combination and Alzheimer Disease Risk” está disponível para acesso integral. Para acessar o artigo clique aqui.

Para maiores informações transcrevemos, abaixo, o abstract:

Food Combination and Alzheimer Disease Risk: A Protective Diet

Yian Gu, PhD; Jeri W. Nieves, PhD; Yaakov Stern, PhD; Jose A. Luchsinger, MD, MPH; Nikolaos Scarmeas, MD, MS

Arch Neurol. 2010;67(6):(doi:10.1001/archneurol.2010.84).

Objective
To assess the association between food combination and Alzheimer disease (AD) risk. Because foods are not consumed in isolation, dietary pattern (DP) analysis of food combination, taking into account the interactions among food components, may offer methodological advantages.

Design
Prospective cohort study.

Setting
Northern Manhattan, New York, New York.

Patients or Other Participants
Two thousand one hundred forty-eight community-based elderly subjects (aged ?65 years) without dementia in New York provided dietary information and were prospectively evaluated with the same standardized neurological and neuropsychological measures approximately every 1.5 years. Using reduced rank regression, we calculated DPs based on their ability to explain variation in 7 potentially AD-related nutrients: saturated fatty acids, monounsaturated fatty acids, {omega}-3 polyunsaturated fatty acids, {omega}-6 polyunsaturated fatty acids, vitamin E, vitamin B12, and folate. The associations of reduced rank regression–derived DPs with AD risk were then examined using a Cox proportional hazards model.

Main Outcome Measure
Incident AD risk.

Results
Two hundred fifty-three subjects developed AD during a follow-up of 3.9 years. We identified a DP strongly associated with lower AD risk: compared with subjects in the lowest tertile of adherence to this pattern, the AD hazard ratio (95% confidence interval) for subjects in the highest DP tertile was 0.62 (0.43-0.89) after multivariable adjustment (P for trend = .01). This DP was characterized by higher intakes of salad dressing, nuts, fish, tomatoes, poultry, cruciferous vegetables, fruits, and dark and green leafy vegetables and a lower intake of high-fat dairy products, red meat, organ meat, and butter.

Conclusion
Simultaneous consideration of previous knowledge regarding potentially AD-related nutrients and multiple food groups can aid in identifying food combinations that are associated with AD risk.

Published online: April 12, 2010 (doi:10.1001/archneurol.2010.84)

Author Affiliations: The Taub Institute for Research in Alzheimer’s Disease and the Aging Brain (Drs Gu, Stern, Luchsinger, and Scarmeas), The Gertrude H. Sergievsky Center (Drs Stern, Luchsinger, and Scarmeas), and Departments of Neurology (Drs Stern and Scarmeas), Medicine (Dr Luchsinger), and Epidemiology (Drs Luchsinger and Nieves), Columbia University, New York, and Clinical Research Center, Helen Hayes Hospital, West Haverstraw (Dr Nieves), New York.

Reportagem da BBC Brasil, publicada com informações adicionais pelo EcoDebate, 15/04/2010



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