Jirau - Começa a cair o pano da "boazinha" Camargo Correa - Motivos e reivindicações vão para comissão, diz sindicato em nota oficial
Saúde

Jirau - Começa a cair o pano da "boazinha" Camargo Correa - Motivos e reivindicações vão para comissão, diz sindicato em nota oficial


Camargo Correa precisa aprender como lidar com trabalhadores - Começa a cair o pano

Jirau - Começa a cair o pano da "boazinha" Camargo Correa - Motivos e reivindicações vão para comissão, diz sindicato em nota oficial

Por Marise Jalowitzki
18.março.2011
http://t.co/JJTxYUf

Quando os holofotes da mídia nacional e internacional começam a cair sobre os fatos verdadeiros, não há mais como fazer de conta. Durante todo este tempo, a Camargo Correa (Consórcio Energia Sustentável do Brasil) posou de "boazinha", "refutando a ação dos vândalos", classificando o episódio que iniciou em 15 de março como algo que não representa o ambiente de trabalho do canteiro de obras e enaltecendo as condições oferecidas. A empresa tentou, durante os últimos dias, convencer de que não tinha nenhum conhecimento dos possíveis motivos.

Vencendo há décadas as licitações governamentais, a Camargo Corrêa e a Odebrecht, sempre em novos consórcios, ainda não aprenderam a lidar com os trabalhadores de forma digna. Condições de trabalho insatisfatórias. situações de conflito resolvidos na base de sorteio de brindes e shows ou através da intervenção militar, a empresa conta ainda com a supervisão constante de seus "comissários", como são chamados os supervisores que, conforme declarações de trabalhadores, são verdadeiros feitores de escravos.

Aos poucos, as notícias dão conta de que a situação dos trabalhadores na Hidrelétrica em Jirau vai receber as providências cabíveis para uma vida laboral digna. Não pode cair no esquecimento, pois aí é que mora o perigo. Afastam-se os holofotes, volta tudo ao que sempre foi. Agora, fala-se em reconstrução, pagamento das remunerações em atraso, possibilidade de recontratação dos milhares de demitidos, melhoria das condições de trabalho. Temos de continuar acompanhando.

Só não se falou ainda em reciclar todos os "comissários", para que aprendam que não são feitores de escravos nem capitães-da-mata.



Jirau - trabalhadores vivem situação crítica
 

Muitos são os motivos dos conflitos, a serem analisados pela comissão, a fim de que os trabalhadores possam ter uma vida laboral digna nas UHE:

- no canteiro de obras, o tratamento é de feitor-escravo. Trabalhadores são tratados como "filho-da-p..." e a arrogância dos "comissários" (como são chamados os supervisores) é constante

- o ambiente é tenso, o trabalho, sob o sol escaldante, duro

- uma hora para almoço, sendo 20 minutos despendidos para percorrer o trajeto da obra até o refeitório

- milhares de trabalhadores, vindos de outras cidades e estados, permanecem 4 meses em mesmo ambiente (canteiro de obras e alojamento), quando recebem liberação para rever a família (para os casados o prazo é de 3 em 3 meses)

- os constantes desmaios dos barrageiros que ocorrem devido ao calor dentro do "buraco" cavado para receber as águas da barragem são desconsiderados pelos "comissários" 

- os atendimentos clínicos aos que se sentem mal são vistos pelos "comissários" como "falta de vontade para trabalhar"

- empresas terceirizadas recebem mais do que os trabalhadores contratados

- horas extras estão com o pagamento atrasado

- Big card (cartão) fornecido como "bônus" para lazer e entretenimento, é mensal e tem o valor de R$ 120,00 - "O que se faz com 120,00 em Porto Velho, nos finais de semana, em um mês?"

- alojamentos sem ar condicionado

- trabalho duro o dia todo, sem relaxar a cabeça à noite, aliado ao tratamento arrogante dos "comissários" gera clima permanente de tensão. As brigas, verbais ou físicas, são constantes.

- há denúncias de que o treinamento é inexistente ou ineficaz, em muitos casos, o que, aliado ao calor, provoca muitos acidentes, inclusive graves e com mortes

- há denúncias de que os acidentes com morte são ocultados, para não chamar a atenção da mídia

- o despejo de famílias, a recolocação dos ribeirinhos em local novo, porém desprovido de segurança e de atendimento da saúde (há somente um posto do SUS para atender a toda a comunidade, que fecha às 17h e não abre aos finais de semana), aliam-se aos problemas enfrentados pelos povos indígenas e garimpeiros. 

As paralisações são constantes. Como não há uma liderança formal, os movimentos recebem voz do judiciário para que acabem e a situação permanece. Os responsáveis pelas manifestações são demitidos.

Jirau e Santo Antonio, em Rondonia, tomam o lugar da floresta

---------
Em Nota Oficial nesta data (18.março.2011) a Direção Nacional da Força Sindical declara a criação de uma comissão para apurar os fatos. "Esta comissão deverá ser constituída por representantes do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, das Centrais Sindicais e dos sindicatos." - diz a nota.

"Não podemos permitir que trabalhadores vivam, ainda, em situação análoga à escravidão no País. O comportamento das empresas só resulta em prejuízos para o andamento das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e para a imagem do País no exterior, visto que a Usina de Jirau é a maior obra em andamento no Brasil.

Os trabalhadores anseiam também pela abertura de negociação e uma mesa de debates sobre as legítimas reivindicações, visto que os fatos acumulados como atrasos nos pagamentos das empresas terceirizadas, maus tratos e não pagamento de horas-extras,  geraram os transtornos nas obras."

(Link: http://www.rondoniadinamica.com/arquivo/nota-oficial-da-forca-sindical-sobre-protesto-na-usina-de-jirau,24074.shtml)

--------
Por medida de segurança, a usina Hidrelétrica de Santo Antonio que, juntamente com Jirau forma o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, também paralisou suas obras até que a situação volte à normalidade.

---------
C/cópia ao Le Monde
--------
Vários artigos sobre a construção das Hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio, no Complexo do Rio Madeira - Rondônia - LinK neste blog: http://ning.it/gFqh42
------




Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente

Escritora, pós-graduação em RH pela FGV, international speaker pelo IFTDO-EUA
[email protected]
Porto Alegre - RS - Brasil










loading...

- Hidrelétricas Jirau E Santo Antonio - Complexo Do Rio Madeira - Rondonia
Diga NÃO às Hidrelétricas! Hidrelétricas Jirau e Santo Antonio - Complexo do Rio Madeira - Rondonia Link: http://ning.it/gFqh42 Conheça mais sobre a Degradação da Floresta, os interesses políticos e empresariais, a humilhação porque passam...

- Jirau - Retorno Dos Trabalhadores Assegurado Pelo Mpt
Jirau - 15 mil trabalhadores ficaram 3 dias esperando para retornar às suas cidades Jirau - Retorno dos trabalhadores assegurado pelo MPT Por Marise Jalowitzki 23.março.2011 http://t.co/QVt0etg Tiveram de ser indiciados!...

- Jirau - Denúncias Sobre Acidentes Com Morte
 Hidrelétricas - Há denúncias de que acidentes de trabalho com morte são ocultados em Jirau e Santo Antonio  UHE Santo Antonio e Jirau foram o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, em Rondônia Jirau - Denúncias sobre acidentes com morte...

- Fecha A Mais Cara Obra Do Pac - Baixos Salários E Condições De Trabalho São A Causa Da Revolta
 UHE Jirau - Canteiro de Obras destruído - Maior obra do PAC Fecha a mais cara obra do PAC - Baixos salários e Condições de trabalho são a causa da revolta Hidrelétrica de Jirau  Por Marise Jalowitzki 18.março.2011 Por mais que...

- Jirau Vive Situação De Guerra - Chega A Força Nacional De Segurança
 Jirau - famílias de Porto Velho, aflitas, vem buscar seus familiares que trabalham na obra Jirau vive situação de guerra Chega a Força Nacional de Segurança Por Marise Jalowitzki 18.março.2011 http://t.co/TMnaebA Depois de um dia...



Saúde








.