O salmão da comida japonesa
Saúde

O salmão da comida japonesa


Todos sabem que uma dieta rica em peixes é sinônimo de uma dieta saudável. No entanto, será que podemos fazer tal afirmação se tal dieta é composta de peixe cru? A culinária japonesa tem sido cada vez mais apreciada no Brasil, principalmente nas grandes cidades, e como principal representante - o salmão. Você sabia que há diferenças entre o salmão cultivado em cativeiro e aqueles que são capturados no oceano?

Inicialmente, a melhor notícia é que o peixe tem pouca gordura! É claro que existem algumas espécies gordurosas, mas, em geral, o peixe tem bem menos gordura do que carne vermelha e frango, e isso faz com que sua digestão seja mais rápida. Além disso, o peixe é ótimo para quem quer perder peso e controlar o nível de colesterol no sangue. Algumas espécies de peixe, principalmente aqueles de água fria, são ricos em ômega-3, que é um tipo de gordura bastante benéfica à nossa saúde. 

O ômega 3 diminui o risco de doenças cardíacas, aterosclerose (endurecimento das artérias) e ajuda nas inflamações, no desenvolvimento cerebral e na regeneração das células nervosas.

O salmão, assim como muitos outros peixes, é um alimento saudável por ter grandes quantidades de proteína e ômega 3. Porém, de acordo com especialistas, salmões criados em fazendas podem ter grandes níveis de dioxinas. Os níveis de bifenil policlorinado (PCB) também podem ser até 8 vezes maiores no salmão criado em fazendas comparado com o salmão na natureza, e sua quantidade de ômega 3 ainda pode ser menor.

Exposições extremamente altas de seres humanos às dioxinas que acontecem, por exemplo, após exposição acidental/ocupacional, juntamente com experimentação em animais de laboratório, mostraram efeitos de toxicidade no desenvolvimento e reprodutiva, efeitos sobre o sistema imunológico e carcinogenicidade.

Estudos toxicológicos (vide referência 3) realizados em cobaias têm demonstrado que a contaminação por PCBs podem causar alterações nas funções reprodutivas dos organismos como na maturação sexual e efeitos teratogênicos. Tais efeitos permitem que os PCBs possam se propagar ao longo de toda a cadeia trófica, através da bioacumulação o que afeta todas as espécies. É válido ressaltar que os efeitos tóxicos dos PCBs na biota variam com o modo de exposição, idade, sexo e com a área de exposição do corpo onde há a concentração desse composto.

O salmão adquirido e consumido no Brasil vem majoritariamente do Chile, sendo os mesmos criados em cativeiros. Em uma tentativa de garantir que os peixes cheguem aos consumidores brasileiros com a menor possibilidade de contaminações, a ANVISA solicitou que o peixe viesse congelado do Chile. Infelizmente, o pedido não foi acatado pelos criadores e transportadores, pois isso poderia afetar as relações comerciais entre o Brasil e Chile. Engraçado, não? As relações comerciais estão acima da saúde da população.

Logo de cara é possível ver a incrível coloração avermelhada que o salmão selvagem possui certo? Realmente chama atenção, porém algo a se notar também é a falta das listras de gordura que são as principais responsáveis pelo sabor do salmão que conhecemos! Não há problemas em comer o peixe cru, desde que seja armazenado da forma correta. Além de ser mais saboroso, o salmão selvagem não é alimentado por suplementos ou outros estimuladores de crescimento. Talvez o preço e a dificuldade de encontrar (caso você não more no litora) possa ser uma desvantagem, no entanto, o consumidor deve fazer essa avaliação risco/benefício.

Para concluir, percebo que as pessoas devem criar um senso crítico com relação ao salmão que comem. É direito do consumidor exigir a melhor qualidade do produto, e se desconhecemos as cores e outras características físicas do salmão, como teremos embasamento para fazermos qualquer exigência? Minha dica para todos que gostam de salmão seria - Evitem comprar salmão no mercado, e comprem na sua peixaria local.

 Referências:

1. http://www.whfoods.com/genpage.php?tname=foodspice&dbid=104#nutritionalprofile (acessado em 02/05/2012)

2. http://gourmetsan.com.br/2012/04/a-diferenca-entre-salmao-selvagem-e-salmao-criado-wild-salmon-vs-farmed-salmon/ (acessado em 02/05/2012)

3. Gomes, A. L. Desenvolvimento e aplicação de espumas uretânicas para a adsorção de bifenilas policloradas em óleo mineral isolante. Programa de Desenvolvimento em Tecnologia. [Dissertação de Mestrado]. Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento. Instituto de Engenharia do Paraná. Curitiba, 2006.



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