Obesidade saudável: será que existe?
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Obesidade saudável: será que existe?



Existe grande contorvérsia em torno daquilo a que se tem chamado "obesidade saudável", um estado em que o excesso de gordura não parece apresentar efeitos nefastos no organismo. São pessoas aparentemente saudáveis e com indicadores de saúde perfeitamente normais, como a glicemia, HDL-c, e marcadores inflamatórios, nem sempre fáceis de convencer de que o seu estado coloca em risco a saúde. O painel bioquímico não reflete isso. Embora numa perspectiva de gestão de recursos faça sentido dar prioridade de intervenção à obesidade patológica, com doenças metabólicas associadas e geralmente com um perfil abdominal, a verdade é que os outros, sem problemas aparentes, não devem ser esquecidos. Já um estudo Espanhol de coorte verificou um risco 700% mais elevado de desenvolver diabetes em pessoas obesas "metabolicamente saudáveis" do que em indivíduos com peso normal num período de 11 anos. Agora, um outro estudo Americano vem reforçar esses mesmos resultados, encontrando um risco muito superior de desenvolver diabetes em todos os padrões de obesidade (OR de 3,9 nos "obesos saudáveis") [link]. O mesmo foi verificado para o risco cardiovascular.

O que isto significa? De uma forma simples, há os obesos com problemas e os que irão ter problemas no futuro. Óbvio que estou a generalizar abusivamente mas percebem a ideia. O aumento do risco de disfunções metabólicas é demasiado grande para ser ignorado, mesmo quando tudo parece-me bem, hoje. É urgente adoptar medidas preventivas o mais cedo possível, e que passam invariavelmente pela perda de gordura e optimização metabólica. Friso perda de gordura e não necessariamente peso. Tenho-me deparado com muita gente de peso normal e gordura excessiva, especialmente na zona abdominal. O deficit em massa muscular é outro problema que anda de mãos dadas com este, e, como sabem, na minha opinião não há optimização metabólica sem treino de força. Daí a importância de uma boa avaliação da composição corporal que complemente a bioimpedância, quando o DEXA não é possível, com recurso a perímetros e pregas cutâneas. Uma ferramenta de grande utilidade no diagnóstico e intervenção para optimizar o metabolismo e saúde.







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